UOL – Guilherme Palenzuela
Se tudo correr como espera o São Paulo, o argentino Alejandro Sabella conhecerá na terça-feira o CT da Barra Funda para assinar contrato enquanto a delegação embarca para o Uruguai, para disputa contra o Danúbio a penúltima partida da fase de grupos da Copa Libertadores. Mas nem tudo pode correr da forma que espera o São Paulo. E apesar de ter descartado publicamente Vanderlei Luxemburgo, a porta do Morumbi ainda está aberta para o treinador do Flamengo.
Nesta sexta-feira (10) o presidente são-paulino Carlos Miguel Aidar foi ao CT da Barra Funda para se pronunciar sobre o tema. Declarou que Vanderlei Luxemburgo e Abel Braga estão descartados como concorrentes à sucessão de Muricy Ramalho. Falou que resolveu esperar Sabella, que havia pedido prazo até o próximo dia 17 para responder, ainda priorizando a possibilidade de uma proposta do futebol inglês. Aidar ainda disse que conversou com Luxemburgo por telefone na noite de quinta-feira e que ouviu que o técnico não sairá agora do Flamengo – o próprio Luxemburgo falou sobre o tema. Fora dos microfones, porém, o São Paulo diz que as portas para Luxemburgo não estão fechadas.
A situação se explica: o São Paulo avalia que Luxemburgo recusou sair do Flamengo agora porque disputa a fase final do Campeonato Carioca, e que a resposta seria diferente se o convite tivesse sido feito no início de maio, logo depois do término do estadual. Por isso, não é tão óbvio como a diretoria faz parecer publicamente que, caso Sabella recuse a proposta, a única alternativa será manter Milton Cruz até o início de julho para contratar Jorge Sampaoli, também argentino, que disputa a Copa América com a seleção do Chile como anfitriã.
Se Sabella recusar, o São Paulo deve conversar novamente com Luxemburgo depois do fim da participação do Flamengo no Carioca. O técnico tem contrato até o fim deste ano e uma multa rescisória que, segundo informações obtidas pela diretoria do São Paulo, é de cerca de R$ 600 mil – a própria diretoria chegou a afirmar informalmente antes de sexta-feira que a rescisão de Luxemburgo custaria o dobro desse valor.
Descartar Luxemburgo nos microfones, como fez Aidar na sexta-feira, não deixa de ser verdade por isso: o São Paulo definiu que quer Alejandro Sabella e aguarda a resposta do argentino. Era preciso para o São Paulo, no entanto, mostrar publicamente que a negociação com Luxemburgo está encerrada neste momento para que não houvesse atrito com a diretoria do Flamengo, que já estava incomodada com a situação.
A porta para Abel Braga, no entanto, está definitivamente fechada. E a situação se concluiu de forma constrangedora. Na terça-feira o vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro ouviu de Abel resposta positiva sobre a possibilidade de suceder Muricy – Abel foi o indicado do ex-treinador – e pediu prazo até sexta-feira para comunicá-lo de uma decisão, enquanto apressava Sabella por uma posição formal. Depois de ouvir elogios de Ataíde em conversas privadas, Abel viu Aidar dizer publicamente, em entrevista nesta sexta-feira, que ele não é o nome para dirigir o São Paulo. A resposta do presidente evidenciou o descompasso em relação à aceitação interna quanto ao ex-treinador do Internacional: Ataíde queria, Aidar não.
Pelo menos Abel Ramalho não vem