Osorio foi a jogo do Brasil para aprender e gostou do que viu

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UOL – Guilherme Palenzuela

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    Osorio viu jogo no meio da torcida, ao lado do coordenador técnico Milton CruzOsorio viu jogo no meio da torcida, ao lado do coordenador técnico Milton Cruz

O colombiano Juan Carlos Osorio, 53, não precisou nem de uma semana como treinador do São Paulo para mostrar características às quais o futebol brasileiro está desacostumado. Depois de apresentar ideias de revezamento dentro do elenco, sem time titular, neste último domingo (7) ele foi ao Allianz Parque, casa do rival Palmeiras, para assistir ao amistoso entre Brasil e México, em preparação para a Copa América. E não foi de camarote. Escolheu uma cadeira no meio da torcida. O motivo, ele mesmo explica: aprender.

Ao deixar a partida, Osorio falou sobre o que viu em campo. Disse, usando termos técnicos do futebol, que foi ao jogo para entender como Dunga usa os laterais de forma tão ofensiva e eficiente nos movimentos de ataque do 4-2-3-1. E que também queria ver e compreender, para aplicar no São Paulo, como o mexicano Miguel Herrera posiciona os sete jogadores de ataque do México que atua no 3-4-1-2 desde a Copa do Mundo.

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“No Brasil, queria ver como funciona o 4-2-3-1. Como se vira o segundo volante central. Tentar aprender para melhorar e aplicar no nosso jogo. Eu gosto, pessoalmente. Um time muito sério. Um time que sempre ataca com o 3-1 na frente, incorporando laterais no ataque. Uma pena que o Danilo não ficou mais tempo no jogo. Queria ter visto ele jogar. Em conclusão, é uma equipe muito boa, com grande possibilidade de ganhar a Copa América”, falou.
“Eu acho que o Brasil, no 4-2-3-1, tem os pontas acompanhando sempre o atacante, no centro. O jogo anda com superioridade numérica, com laterais que vão ao ataque”, completou.

“Ontem [sábado] com Milton observamos o treino do México. É sabido que na Copa do Mundo do ano passado quatro equipes jogaram com três defensores. México foi uma delas. Queríamos ver como utilizavam os outros sete jogadores. Basicamente, como jogam os alas, os três meio-campistas na metade do campo, e a estrutura de 1-2, no ataque. Estava muito interessado em ver a estrutura de saída de jogo”, acrescentou o colombiano.

Osorio foi acompanhado do coordenador técnico e ex-interino do São Paulo, Milton Cruz. Sentaram-se um ao lado do outro em cadeiras no setor sul do estádio, atrás do gol que o Brasil atacou no segundo tempo. O técnico colombiano, que estreara no sábado com vitória por 2 a 0 sobre o Grêmio no Morumbi, viu à partida com o celular em mãos. Em diversos momentos chamou Milton Cruz para conversar e fez observações. Não levou caderninho.

Em território de maioria palmeirense – ilustrada nas vaias ao corintiano Elias -, Osorio mal foi reconhecido. Milton Cruz chamou mais atenção. O colombiano levantou da cadeira para ir embora aos 30 minutos do segundo tempo, para evitar a multidão.

Os detalhes táticos citados por Osorio devem ser aplicados com cuidado no São Paulo. O colombiano já falou que não mudará de uma hora para a outra aquilo que Milton Cruz fez em 11 jogos como interino, quando o time passou a jogar em um 4-1-4-1. Mas em seu trabalho no Atlético Nacional, da Colômbia, ele mostrou que tem derivações do 4-2-3-1 e o 3-4-3 sem alas como esquemas táticos preferidos. E nessas duas formações é possível aplicar, respectivamente, aquilo que se vê hoje no time de Dunga e no selecionado mexicano de Miguel Herrera.

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