Tive a oportunidade aqui de, nesse espaço, falar sobre as boas relações e as vantagens que essa convivência traz ao clubes e como o São Paulo, na gestão de Carlos Miguel Aidar, estava jogando isso pela janela. Aproveitarei a coluna de hoje para abordar outros pontos nesse sentido e, claro, falar um pouco da atuação da nossa equipe nas últimas partidas.
Em primeiro lugar, percebo que a mídia, de uma maneira geral, começou a dar mais destaque ao São Paulo em seus sites e programas esportivos. Obviamente, pela fase que vivemos, as notícias não são das melhores e, muitas vezes, isso irrita o torcedor. Em vários fóruns, blogs e espaços para reunião e discussão de assuntos envolvendo o tricolor, vejo várias pessoas reclamando dessas “cornetadas” da imprensa e dizendo que há um favorecimento ao Corinthians e a outras equipes.
Em primeiro lugar, analisemos o cenário atual do SPFC: presidente escondido, vice-presidente tendo que tomar as decisões sozinho, time se desmanchando, rivais deslanchando, matérias falando de técnicos gringos que cancelaram contato por diretor que fala demais e antigas negociações de patrocínio criticando o clube.
A pergunta que fica para todos nós é: se a situação é essa, de extrema ruindade de relacionamento e tato com a imprensa, vocês querem que aconteça o que? A função da mídia é transmitir as notícias da maneira que elas acontecem. E no São Paulo não tem nada de bom acontecendo. O técnico não vem funcionando bem, as contas não estão em dia e o presidente parece gostar de fazer negócios obscuros. Além disso, quando os rivais estavam no chão, eram pisoteados sem dó pela mesma mídia que agora nos “ataca”. Enfim, dado o recado, vamos ao que interessa.
O Patrocínio da Crefisa E A Verdade Vem À Tona
Saiu hoje, no Lance, uma entrevista com a patrocinadora do Palmeiras sobre os investimentos feito no clube rival e a negociação com o SPFC. Não vou falar mais mal da diretoria do que normalmente falo, mas deixarei um trecho aqui. Além de falar do patrocínio de camisa, falam de reformas em CT, fornecimento de novos jogadores e a vontade de fazer história no clube.
Claro que existe o fator dos caras serem torcedores do Palmeiras e coisa e tal, mas certamente a bizarra maneira que foi conduzido esse caso ajudou e muito para perdermos prestígio entre futuros patrocinadores. Fica a reflexão do nível de parceiro que o SPFC perdeu pela inércia da diretoria e falta de tato em suas negociações:
Antes de fechar com o Palmeiras, vocês conversaram com o São Paulo. Como foi essa concorrência pelo patrocínio?
Nós patrocinamos também o São Bernardo, que é um clube pequeno. Os outros clubes viram que nós estávamos no futebol, então o São Paulo nos procurou, o Santos nos procurou… O meu departamento de marketing me disse: “Leila, o São Paulo está nos procurando, o Santos… Podemos conversar?”. Eu falei: “Pode, mas vamos ver o Palmeiras também”. Nosso pessoal de marketing procurou o Palmeiras e veio com propostas desses três clubes. Nós ligamos para o Palmeiras e fomos conversar com o Paulo. Também estávamos conversando com o São Paulo, o Santos nem tanto. Nós fechamos extremamente rápido com o Palmeiras, porque eu já conhecia o Paulo e senti muita firmeza. Essa conversa de que nós fechamos com o Palmeiras por um valor menor que o do São Paulo é mentira. Foi muito mais! O São Paulo, se eu negociasse mais, acho que fecharia pela metade do que fechei com o Palmeiras. É que nós não prosseguimos com a negociação, isso é conversa. O São Paulo não fez a melhor proposta, pelo contrário. Fechamos com o Palmeiras porque confiamos na administração do presidente Paulo Nobre.
Um Time Que Oscila E O Questionamento de Osorio
O São Paulo, nesse ano de 2015, se tornou uma verdadeira montanha russa. Capaz de vencer quase tudo em casa e de passar vergonha fora dela. Um time que cria 5 chances de gol, não faz nenhuma, e toma três gols de um artilheiro totalmente desengonçado que é o “típico” 9 que a imprensa e a torcida adora.
Acredito que essa será nossa realidade até o fim do ano. Dificilmente teremos a estabilidade de um Atlético-MG, Corinthians ou Palmeiras. O nosso elenco está reduzido, com pouca qualidade no banco e o time titular está recheado de ex-jogadores sem vontade e sem a gana de ser campeão. Com isso, ficaremos cada vez mais para trás na tabela e acho que nosso destino em 2015 é o meio da tabela. Sem grandes sustos e sem grandes pretensões. Estamos em reconstrução.
Por falar nisso, o trabalho de Osorio começa a ser questionado, tanto por torcedores, quanto por diretores. Em mais de um lugar já saíram notícias sobre o intenso respeito que a diretoria tem pelo conhecimento do gringo e tudo mais, mas cadê isso em campo?
O Marcelo Oliveira, com um time inferior, como dizem todos os tricolores, arrumou a casa e está disparando rumo ao G-4. O nosso time cheio de “estrelas” e com “um dos melhores técnicos do mundo” derrapa e começa a despencar. Cadê a inovação e os resultados práticos?
Até mesmo o Corinthians, cheio de dívidas e devendo para todos os jogadores, está disputando ponto a ponto a liderança do Brasileirão. O São Paulo, infelizmente, está atrás dos rivais hoje e precisa urgente de uma gestão mais profissional em todos os aspectos: financeiro, futebol, executiva e, até mesmo, de base. Fui um dos defensores desse treinador, mas começo a me “desiludir”, vendo o time se acovardar fora de casa e fazer a obrigação dentro dela. O cenário não parece de um time campeão.
Uma agremiação como a nossa não pode passar vergonha como vem passando. Empresas, jogadores e tudo quanto é coisa falando mal do nosso time e afins. A imagem do clube definha e, graças a Deus, a torcida parece abraçar a equipe nesses momentos. De destaque positivo vejo o sócio-torcedor crescendo demais. Espero que isso se reflita no campo.
Apesar de odiar fazer colunas só abordando o lado ruim da coisa, precisava fazer esse desabafo e esclarecer algumas coisas da nossa diretoria. Espero que entendam.
Saudações Tricolores!
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Abrahão de Oliveira é jornalista, formado pela Universidade Metodista de São Paulo, são-paulino ,tem o sonho de cobrir um mundial de clubes com o São Paulo, é o editor da SP In Foco e quer muito ter um Opala SS laranja.
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