UOL
Guilherme Palenzuela
Matt May/Tampa Bay Rowdies/Divulgação
Carlos Miguel Aidar tinha plano de reforma como meta de campanha
O presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, recebeu na segunda-feira (24) o plano de reforma de gestão elaborado pelo CEO Alexandre Bourgeois, contratado em junho por indicação do empresário Abilio Diniz. O plano transforma o São Paulo em um clube-empresa, tira poder executivo de presidente, vices e diretores estatutários e coloca funcionários remunerados para operar o dia a dia do clube.
Agora, Aidar terá de definir os próximos passos do plano de reforma – que estava previsto em sua campanha presidencial, antes de ser eleito. Cabe ao presidente passar para frente o projeto elaborado para que ele saia do papel. A medida é vista internamente por parte da diretoria do São Paulo como única saída pra resolver o delicado momento financeiro do clube, com dívida avaliada em R$ 277 milhões, e para que possa criar um fundo de investimento cujo objetivo é liquidar a dívida bancária do clube. Uma vez que implemente a governança corporativa, o São Paulo ganha um certificado de credibilidade e abre caminho para negociar com bancos e captar recursos em curto prazo, além de transparecer segurança para investidores.
“A ideia do organograma seria você ter um comitê gestor que seria presidido e comandado pelo presidente do clube. Abaixo desse comitê você tem o CEO e os executivos, com o CEO se reportando ao presidente”, disse Alexandre Bourgeois aoUOL Esporte. No plano, o presidente do clube passaria a ser presidente do conselho de administração do clube, ainda com o poder da caneta.
O plano entregue por Bourgeois não estabelece número de pessoas no conselho de administração. A ideia inicial no exemplo apresentado por Abilio Diniz ao conselho deliberativo do clube era ter nove pessoas no comitê – presidente, cinco vices, presidente do conselho deliberativo e dois são-paulinos ilustres. “Isso está aberto para discussão. Pode ser cinco, sete, nove, depende da composição. Não tem número fechado. Se você olhar de empresa para empresa, tem conselho de administração com 13 pessoas, com cinco pessoas… Depende”, acrescenta Bourgeois.
O plano de profissionalização teve aceitação praticamente unânime no conselho deliberativo do São Paulo quando explicado por Abilio Diniz, a convite de Aidar e do presidente do conselho, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco. Para que seja colocado em prática, primeiro – em teoria – ainda teria de passar pelo conselho deliberativo mais uma vez porque será necessário modificar o estatuto do clube para alterar as atribuições dos cargos estatutários como os de vice-presidentes de departamentos, que deixarão de participar das funções executivas.
Os obstáculos neste momento para a implementação da governança corporativa estão na resistência dos dirigentes estatutários, não-remunerados, que perderão poder de execução e decisão em seus departamentos após a contratação de profissionais. Tal resistência faz com que desde a apresentação do projeto o CEO passe por um processo de fritura dentro do clube.