Aidar fala em erro e diz que dívida do São Paulo é menor: R$ 137 milhões.

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GloboEsporte.com

Marcelo Prado e Tossiro Neto

Presidente do Tricolor apresentou novo plano de gestão, o qual não ameaça seu poder, e se mostrou esperançoso em deixar o clube no azul em 2017.

Carlos Miguel Aidar São Paulo (Foto: Tossiro Neto)

Carlos Miguel Aidar concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira (Foto: Tossiro Neto)

O presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, apresentou nesta sexta-feira um novo plano para tentar conter a dívida financeira do clube. Dívida que não seria de R$ 273 milhões, como ele próprio já falou em outras oportunidades. Durante o evento em que mostrou como será o novo organograma da diretoria – com a inclusão de mais quatro gerentes remunerados – e reafirmou seu poder, o dirigente mudou o valor: R$ 137 milhões.

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A alteração repentina e mal explicada causou surpresa, assim como a aparente tranquilidade com que se falou sobre a crise. A despeito da impressão que se passou, a situação financeira do clube ainda é terrível, a ponto de forçar a saída de diversos jogadores (seis vendidos, um emprestado e um que não teve contrato renovado) e de manter o balanço negativo pelo menos nos dois próximos anos.

– Dentro da realidade projetada, esperamos fechar o ano de 2017 no azul, sem dívida bancária, com receitas superiores. Ainda vamos sofrer em 2015. O ano de 2016 será muito melhor, respiraremos com muito mais folga, oxigênio. Mas 2017 será um ano fantástico para o São Paulo, realmente o ano da afirmação do clube no sentido financeiro. Nosso gráfico aponta isso – falou, animado, depois de mostrar gráficos desde a gestão passada, do seu agora desafeto Juvenal Juvêncio.

Esperamos fechar o ano de 2017 no azul, sem dívida bancária, com receitas superiores

Carlos Miguel Aidar

A principal esperança para reverter a situação é a criação de um fundo de investimento com captação inicial de R$ 100 milhões. A ideia é contar com ajuda de são-paulinos ilustres, que emprestariam quantia mínima de R$ 1 milhão e teriam retorno futuro na venda de jogadores. O fundo é somente um dos tópicos do “Pró São Paulo”, plano apresentado nesta sexta-feira e que prevê ainda a contratação de uma empresa independente para realizar auditoria externa e um novo organograma para a diretoria.

O novo modelo de gestão é baseado principalmente em sugestão do Instituto Áquila, empresa contratada no ano passado para estudar a administração do clube e reduzir gastos. Outra proposta, entregue recentemente pelo CEO do clube, Alexandre Bourgeois, foi praticamente descartada. Segundo Aidar, porque o discurso dela é difícil de ser posto em prática. O principal receio, no entanto, era ter que responder a um conselho gestor.

– Foram várias as propostas. Essa que apresentamos aqui é o modelo possível dentro da cultura do São Paulo. Poderá mudar, nada é imutável. Mas não é uma mistura das propostas, você não pode misturar conceitos e tirar um meio termo. Esse é o modelo possível e aceitável. Eu, como presidente eleito, conselheiro vitalício, jamais me tornaria uma rainha da Inglaterra. O regime não é parlamentarista, é presidencialista, e será exercido assim até o fim – disse, de frente para conselheiros, dirigentes e o próprio CEO.

– Não abro mão de cumprir meu mandato até o final. Portanto, qualquer coisa que mudasse minha condição não seria por mim recebida. Qualquer outra sugestão nesse sentido seria recusada, como foram várias outras. Não quero que aconteça um dia de eu anunciar algo de manhã e ter que desdizer de tarde. Até porque o estatuto vai ser respeitado – reforçou o mandatário.

De acordo com o desenho, Aidar terá um comitê para acompanhamento da gestão, e Alexandre Bourgeois ficará no mesmo nível dos cinco vice-presidentes. Os quatro principais (de futebol, social e esportes amadores, marketing e administração) terão um executivo cada. O vice de patrimônio, exceção, terá a companhia de um diretor estatutário.