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Diego Salgado
O técnico Juan Carlos Osorio deu início a uma nova era no São Paulo há exatos três meses, quando dirigiu o time paulista na vitória por 2 a 0 sobre o Grêmio, no Morumbi. Desde então, o colombiano, que comandará a equipe pela 20ª vez neste sábado, contra o Inter, é responsável por diversas mudanças no clube.
Nas semanas seguintes, a adaptação de Osorio ao futebol brasileiro trouxe à tona algumas medidas implantadas por ele. A ideia inicial era colocá-las em prática de forma gradativa.
“Prefiro o que Milton (Cruz) estava fazendo. Não quero causar trauma com mudanças radicais. Com trabalho, vai haver mudança. Vamos ver as possibilidades”, disse Osorio, logo após o primeiro jogo com o São Paulo.
O aproveitamento de Osorio à frente do time é de 49,1%, com oito vitórias, quatro empates e sete derrotas. O time ocupa o sexto lugar no Brasileirão, a dois pontos do G-4. Na Copa do Brasil, o colombiano conseguiu levar o São Paulo às quartas de final.
Confira as mudanças implantadas por Osorio
Tentativa de escalar o time no 3-4-3
Na primeira coletiva no clube, Osorio afirmou que a ideia era escalar um time com três zagueiros. O esquema 3-4-3, com um volante à frente dos defensores, dois alas pelas laterais, um meio-campo e três atacantes, virou realidade em alguns momentos das partidas contra Sport, Corinthians e Goiás. Nos outros jogos, por falta de opção no setor defensivo, Osorio colocou em campo um time com quatro jogadores na linha de trás.
Nova comissão técnica
Atletas versáteis
O sistema de rodízio fez Osorio improvisar alguns jogadores em outras posições. A situação mais emblemática é a de Carlinhos, que atuou aberto à direita, como meia, em alguns jogos. Rodrigo Caio foi aproveitado na zaga e na cabeça de área, assim como Lyanco. Já Pato, que foi escalado de centroavante no começo da era Osorio, foi deslocado (a pedido dele mesmo) para a ponta esquerda.
Pelo primeiro nome
Os jogadores do São Paulo precisaram se adaptar à forma de Osorio se comunicar. Segundo o colombiano, chamar as pessoas pelo primeiro nome é sinal de respeito. Assim, Pato, Centurión, Paulo Miranda e Souza viraram Alexander, Ricardo, Jonathan e Josef, respectivamente.
Bilhetes aos jogadores
Osorio manteve no São Paulo uma prática que faz parte da sua rotina. O treinador anda com duas canetas nas meias — uma azul e outra vermelha — para passar bilhetes aos jogadores durante jogos e treinamentos. De acordo com ele, a cor vermelha é usada para assuntos importantes. A novidade surgiu pela primeira vez no empate por 1 a 1 com o Avaí, no Morumbi (Souza, que já deixou o clube, recebeu o papel no gramado).
Mudança das folgas
Na terceira semana no São Paulo, Osorio mudou o sistema de folga dos atletas. O descanso passou a ocorrer dois dias depois dos jogos disputados aos domingos — a programação foi colocada em prática nas semanas cheias de treinamento. A ideia da comissão técnica é tornar a recuperação física dos jogadores mais rápida.
Novos métodos de treinamento
Onze jogadores na linha, goleiro na zaga, trabalho com três balizas em campo. Osorio implantou essas medidas e também simulou o posicionamento defensivo de alguns adversários. Antes de enfrentar a Chapecoense, por exemplo, o colombiano usou sete estacas no campo, com quatro zagueiros, um cabeça de área e dois volantes mais avançados. O time, assim, treinou inversões e jogadas de pivô.
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