UOL
Guilherme Palenzuela
Fabio Braga/Folhapress
Leco foi vice de Juvenal Juvêncio depois de passar 7 anos no futebol do SP
Carlos Miguel Aidar renunciou à presidência do São Paulo na tarde desta terça-feira e passou o cargo temporariamente para o presidente do conselho deliberativo e opositor Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco. Segundo o estatuto do clube, Leco agora tem até 30 dias para convocar a nova eleição presidencial, da qual ele próprio será candidato e para a qual é favorito. No entanto, a espera pode ser menor. Segundo apurou o UOL Esporte, Leco é pressionado por aliados para que convoque a eleição para a semana que vem, no dia 22 ou 23, respeitando o prazo mínimo de oito dias.
O estatuto do São Paulo é claro ao tratar da substituição do presidente, em seu artigo 88: “o Presidente do Conselho Deliberativo convocará, dentro de trinta dias, uma sessão extraordinária para a eleição e posse do novo Presidente, para concluir o mandato do Presidente anterior, o qual não será computado para efeito do Artigo 84 deste Estatuto”. Também é claro, em seu artigo 58, ao falar sobre convocações de reuniões extraordinárias do conselho deliberativo: “As convocações do Conselho Deliberativo serão sempre publicadas em jornal diário de grande circulação, da cidade, com antecedência mínima de 08 (oito) dias”.
Diferentemente do que até alguns aliados de Leco informam, neste caso o estatuto não pede antecedência de oito dias úteis, mas sim de oito dias corridos. Dessa forma, se anunciada já nesta quarta-feira, a eleição presidencial do São Paulo poderia acontecer no próximo dia 22 – não poderia acontecer no dia 21 porque o São Paulo joga na data contra o Santos, pela semifinal da Copa do Brasil, no Morumbi.
Leco hoje é o favorito, uma vez que é o único que já lançou candidatura à presidência do São Paulo. A sugestão de aliados para que a eleição aconteça o mais rapidamente possível se dá devido a este cenário. Os aliados do agora presidente acreditam que quanto mais breve o pleito, menor a chance do surgimento de um concorrente.
Quem escolherá o sucessor de Aidar?
O conselho do São Paulo é composto por 240 conselheiros, sendo 160 vitalícios e 80 eleitos – com o mesmo peso de voto. Os principais líderes da política são-paulina acreditam que serão entre 180 e 190 os conselheiros participantes da próxima eleição, uma vez que em 2015 não houve quórum superior a 168 conselheiros em nenhuma das reuniões bimestrais. Após a renúncia de Carlos Miguel Aidar, Leco assumirá como presidente do conselho e terá até 30 dias para convocar a eleição – deverá fazê-lo em cerca de 20 dias.
Quem apoia Leco?
O principal partido que o apoia é a Legião, do ex-vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro, pivô da ameaça de impeachment contra Aidar e autor do e-mail no qual cita ter gravado o presidente falando sobre como desviaria dinheiro do clube na contratação de um jogador da Portuguesa e também sobre a tentativa de comissionar a empresa da namorada, Cinira Maturana da Silva, no contrato com a Under Armour.
Outro partido que apoia de forma integral a candidatura de Leco é o Clube da Fé, do hoje coordenador de futebol feminino da CBF, Marco Aurélio Cunha. Há, além desses, ainda o apoio de conselheiros que romperam no último sábado com o Movimento São Paulo, e conselheiros do grupo Vanguarda, que não pretendem acompanhar o voto do partido. Outro apoio importante e que Leco já tem é o de conselheiros aliados ao ex-presidente Juvenal Juvêncio, que, dependendo das conversas, pode ser restrito a mais próximos ou mais amplo, com conselheiros que hoje são independentes e sem partido.