SãoPaulo.F.C
Érico Leonan
Dono da noite, Rogério se declarou mais uma vez ao Tricolor e recordou momentos marcantes no clube
FOTO por Rubens Chiri
A última coletiva do M1TO como atleta tricolor foi um resumo de sua trajetória pelo clube: com inúmeras declarações de amor pelo São Paulo e a sensação do dever cumprido nestes 25 anos de carreira. “Me sinto completamente realizado. Fui muito feliz, na despedida fica a sensação mais importante que foi a união de duas gerações, passados, 23 anos das conquistas mais importantes, pela primeira vez unidos dentro do estádio. Que o reflexo sirva para a união do São Paulo daqui para frente”, afirmou o eterno camisa 01.
Os 131 gols, os 1237 jogos pelo São Paulo, os dez recordes mundiais e os 18 títulos oficiais fizeram de Rogério Ceni um dos grandes nomes do Tricolor. “Me sinto mais um são-paulino, com uma diferença, um privilegiado por ter estado em campo durante 19 anos como titular. Que teve a oportunidade de expressar todo o sentimento dentro de campo. Difícil falar de si mesmo. Isso é o tempo que vai dizer, as vozes, o canto”, acrescentou.
Para celebrar a trajetória do capitão no Tricolor, foram reunidos os campeões de 1992, 1993 e 2005, que marcaram época no São Paulo e eternizaram as duas gerações. Com shows de rock das bandas República e Ira!, foguetórios, shows pirotécnicos e muita festa da torcida nas arquibancadas do Morumbi, Rogério escreveu um capitulo marcante na história do clube e deixou o Cícero Pompeu de Toledo ovacionado e, principalmente, consagrado pela gigantesca trajetória vitoriosa no clube.
“Achei que ia ficar mais triste, mas me senti bem. Eu me sinto muito realizado como atleta, olho para meu passado e fico feliz com o que fiz, os títulos. E o mais importante: o número de são-paulinos que aumentaram nesses últimos anos devido a essas duas gerações que se encontraram no campo. E gostaria de dedicar este momento à minha mãe, que não está mais aqui, só me viu jogar uma vez com a camisa do São Paulo, mas é um momento para ser vivido por todos, eternizado na lembrança das pessoas”, completou o M1TO, que emendou.
“Na minha memória, ficará para sempre. Uma noite como essa não é comum no futebol brasileiro. Dedico esse jogo, este jogo, a toda a nação são-paulina”, disse Rogério, que recordou um curioso episódio. “Ouvi história de um menino era santista e ele virou são-paulino porque me viu fazer um gol. Ficou três anos sem falar com o pai, depois voltou. Você ouve as histórias, é a coisa mais bacana”, contou.
Durante a conversa com os jornalistas, Rogério também falou sobre a sua relação com o futebol. “Acho que o talento você aperfeiçoa com o passar dos anos. Alma, coração, acho que é uma coisa que nasce dentro de cada um. Pude ver meus companheiros que encontrei (os de 2005), talvez não os mais brilhantes tecnicamente, mas a geração que eu mais vi, inclusive a do tricampeonato brasileiro, foi a equipe com mais vontade de vencer”, finalizou.