Trintão e candidato a capitão: Michel Bastos tenta provar que pode ser líder

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GloboEsporte.com

Alexandre Lozetti

Único do time titular com mais de 30 anos, com uma Copa no currículo e capitão em amistoso, meia desafia próprio comportamento para comandar o novo São Paulo.

As saídas de Rogério Ceni, 43 anos, e Luis Fabiano, 35, reduziram a faixa etária do time titular do São Paulo. Entre os reforços, Lugano é o mais velho, com a mesma idade do atacante. Mas o uruguaio, contratado para ser o grande líder, ainda está no Reffis e não tem data para estrear. Enquanto isso, Michel Bastos é o mais velho da equipe – único com mais de 30 anos – que vai estrear em torneios no ano neste sábado, contra o RB Brasil, em Campinas.

 

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Michel foi também escolhido por Edgardo Bauza COMO capitão do time, o primeiro pós-aposentadoria de Ceni, no amistoso contra o Cerro Porteño, no último dia 20 de janeiro. Aos 32 anos, com a faixa no braço e uma Copa do Mundo no currículo, o camisa 7 inicia a temporada com a responsabilidade de ser referência, exemplo, de levar consigo os mais jovens.

A pergunta é inevitável: ele é capaz disso?

Edgardo Bauza Michel Bastos São Paulo (Foto: Erico Leonan / site oficial do São Paulo FC)Michel Bastos presta atenção nas orientações de Bauza durante treino (Foto: Erico Leonan / site oficial do São Paulo FC)

Tecnicamente, poucos discutem que Michel Bastos é, desde que foi contratado, no segundo semestre de 2014, uma das principais referências do São Paulo. Mas seu comportamento não é considerado exemplar. Rompantes de rebeldia como o xingamento ao ex-técnico Juan Carlos Osorio ao ser substituído durante uma partida ou diferenças de desempenho ligadas à posição em que é escalado – Michel gosta de ser atacante, atuar pelo lado do campo, e não lateral-esquerdo ou volante – criaram incômodos durante a última temporada.

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tabela idade titulares São Paulo (Foto: Arte: GloboEsporte.com)
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A torcida também notou a queda de rendimento e costuma cobrar o atleta. No primeiro semestre, ele voou. Foi, disparado, o melhor jogador da equipe. Depois que voltou ao time, recuperado de dengue, custou a repetir as ótimas atuações. Foi irregular, alternou grandes momentos, como o golaço sobre o Atlético-MG, na reta final, e outros muito aquém de seu potencial.

Em 2016, a análise de quem rodeia o CT da Barra Funda é de um Michel Bastos focado e disposto durante a pré-temporada. Ouviu-se até elogios do jogador à maneira como Bauza rapidamente detectou as principais falhas da equipe e tem trabalhado para corrigi-las. Uma relação de cumplicidade entre ele, os companheiros e o treinador é tudo que o São Paulo espera.

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Não há certeza de que Michel Bastos será o capitão, exercerá a função que por mais de 900 vezes foi de Rogério Ceni. Mas o versátil jogador, agora aberto pela direita, numa função semelhante à que executou no futebol europeu, tem os requisitos para dividir com Alan Kardec, Rodrigo Caio, Ganso e, claro, Lugano, a missão de liderar o São Paulo. Resta saber se sua cabeça será aliada.