Diego Lugano falou com exclusividade ao GloboEsporte.com na segunda-feira, 15 de fevereiro, entre os jogos do São Paulo contra o Corinthians e o The Strongest. Faltavam seis dias para sua possível reestreia. O tempo não para…
No domingo, contra o Rio Claro, no Pacaembu, o zagueiro muito provavelmente será relacionado pelo técnico Edgardo Bauza. É bom avisá-lo sobre a data. Desde 13 de janeiro, o uruguaio só treina. Internado no CT da Barra Funda, diz ter perdido a noção do tempo, mas está perto de recuperar a rotina normal de um jogador. Um jogador de 35 anos que briga justamente contra o tempo, contra a idade. Em vão.
– Estou naquela briga inútil contra o tempo, sou cabeça dura, tento brigar contra a idade, mas essa eu já perdi – diz, aos risos, o zagueiro, que admite sem nenhum problema não ser o mesmo de 11 anos atrás, e até tira sarro da comparação com a época em que foi importantíssimo para que o São Paulo conquistasse o Paulistão, a Libertadores e o Mundial.
Lugano, porém, tem certeza de que o tempo, cruel com sua condição física, também lhe deu muitos atributos que podem ser úteis ao São Paulo. Em entrevista concedido no CT da Barra Funda, ele se diz capaz de ajudar a equipe a voltar a conquistar títulos importantes, faz diversos elogios a um grupo que, em sua visão, sofre com as derrotas, o que mostra compromisso com as vitórias, e prevê glórias ao Tricolor num futuro breve.
– Se você não sofre numa derrota, não pode vencer, não pode jogar bola, não pode jogar no São Paulo, não pode entrar no CT nem olhar na cara do torcedor – afirma Lugano, que, ao mesmo tempo, pede um time “muito mais compacto, sólido, consciente de movimentos táticos”.
O zagueiro também falou sobre Lucão, Ganso, revelou quem é o melhor do mundo em sua opinião e criticou a apatia dos jogadores sobre a sujeira existente no futebol.
– Nós poderíamos fazer muito mais pelo futebol do que fazemos se denunciássemos tudo que vemos de errado.
Leia abaixo a íntegra da entrevista com Lugano:
GloboEsporte.com: Lugano, faz um mês que você começou a trabalhar…
Lugano, interrompendo: Não sei, já perdi um pouco a noção do tempo (risos). Não sei que dia é domingo, que dia entra a semana.
Por que está se sentindo assim? Pela falta de jogo, a rotina de treinos?
Um pouco pelas duas coisas. Por ficar muito tempo no CT, todo dia na mesma rotina de trabalho, sem diferenciar fim de semana ou dia de semana. Perdi a noção de tempo, espaço e dia. Logo volta.
Você saiu pouco do CT desde que chegou?
Pouco, pouco. Estamos fazendo praticamente 10 horas diárias de trabalho, entre fisioterapia, recuperação, trabalho físico, um pouco de tudo para que, dentro do campo, tudo corra da melhor maneira possível. Estou naquela briga inútil contra o tempo, sou cabeça dura, tento brigar contra a idade que chega, mas não tem jeito (risos). Vamos dar tudo para que dê certo essa minha segunda passagem pelo São Paulo.
Você se sente bem para jogar no domingo?
Já faz duas semanas que o departamento médico me liberou. Desde esse dia, estou à disposição do corpo técnico para quando entenderem que devo ir a campo. Vim aqui somar, ser mais um e dar tudo que tenho hoje como esportista, profissional e ser humano para ajudar o São Paulo a conquistar coisas importantes neste ano.
O São Paulo pode chegar a disputar 70 jogos em 2016. De quantos deles você acha que pode participar?
É difícil falar. Obviamente, uma vez que eu comece a jogar, quero ter continuidade, jogar a maior quantidade possível, principalmente os importantes. Não adianta querer jogar todos, por idade, questões físicas, e também porque o time não precisa disso de mim e nem eu preciso disso. Vejo que, aos poucos, os times brasileiros começam a ter essa mentalidade. Não se trata de jogar três jogos por semana, trata-se de jogar bem. É impossível estar sempre 100% numa sequência grande, ainda mais na minha idade. Você pode estar em campo, mas seria ser fominha. É preciso ser consciente, responsável e profissional.
Em sua apresentação, você elogiou um grupo que ainda não conhecia, a não ser pelo que viu de longe. Queria que você falasse do grupo agora, após um mês de convívio.
Acho que, com a chegada de Calleri, Maicon, Mena, Kelvin, o elenco está ficando forte e maior. Percebemos que tem aquela vontade, a fome de conquistar coisas importantes pelo São Paulo. Você vê todo dia nos treinos, na hora do jogo ou quando perde um jogo importante, como dói. É como tem que ser. Quando se perde um jogo importante tem que doer, sentir, sofrer. É o que vai fazer do São Paulo um time que dará grandes satisfações à torcida. Essa vontade se respira no ambiente. Não adianta falar, temos que trabalhar para conquistar coisas importantes.
O que você está achando do desempenho da equipe?
Acho que vem de menos a mais, evoluindo bem, pegando o corpo que o técnico quer, um time muito mais compacto, sólido, consciente de movimentos táticos. Isso é essencial, primordial, importantíssimo quando se quer conquistar coisas importantes. Sem uma atitude tática sólida para respeitar, não se pode ser campeão.
É possível fazer alguma comparação com a equipe de 2005?
É muito cedo para falar, mas, como disse anteriormente, o time está começando a mostrar a cara que o técnico quer. Salvo o Barcelona, o Bayern e até o Arsenal, que jogam muito mais expostos porque têm jogadores que desequilibram em todas as posições, se você não tem um time solidário, muito compacto e comprometido, é impossível conquistar coisas importantes. Além da qualidade individual, que obviamente precisa ter.
Quando o São Paulo o contratou, gostaria que você exercesse uma influência de comportamento dentro do grupo. Nesse período em que está aqui, você mais ouviu ou mais falou com os outros jogadores?
Eu sempre acredito que, se Deus nos deu duas orelhas e uma boca, é para escutar mais e falar menos. O único jeito de passar influência aos companheiros é com exemplos no dia a dia, em coisas simples, no trabalho. É a única maneira de transmitir coisas positivas ao seu entorno. Sempre fui assim na vida, não vou mudar agora. Tomara que minha forma de ser possa colaborar para que o São Paulo consiga coisas importantes neste ano.
Muita gente talvez não compreenda a função de um líder. Alguns dizem que, se estivesse em campo contra o Corinthians, por exemplo, você teria dado broncas no Lucão. Como age um líder nesse caso específico, em que um jovem comete uma falha num clássico?
Primeiro, eu pertenço a uma cultura um pouco diferente de vocês no futebol. Os brasileiros gostam sempre de achar o vilão e o herói. Desde o Barbosa, em 1950 (goleiro do Brasil na derrota para o Uruguai, na final da Copa do Mundo, no Maracanã), vocês procuram o vilão e o herói. Eu não acredito nisso. Num elenco, num time, todo mundo ganha, todo mundo perde, todo mundo acerta, todo mundo erra. Tomara que a torcida são-paulina amadureça nesse aspecto. Nesse caso do Lucão, eu valorizo e admiro a coragem e a personalidade do menino para seguir jogando, enfrentar a situação, ser profissional e competitivo. Se eu fosse torcedor, valorizaria isso, mais do que um erro ou um acerto. Todos nós, jogadores, estamos expostos num milésimo de segundo a um erro ou um acerto. Por isso, antes de qualquer jogo importante, sentimos aquela sensação (coloca a mão na barriga) que ninguém que assiste a um jogo nunca sentiu. Tomara que a torcida reconheça isso, que cobre, sim, profissionalismo e compromisso. Eu mesmo gosto de cobrar isso. Mas erros pontuais todos tivemos e vamos continuar tendo, os menos ou mais experientes. O Lucão vai sair fortalecido, mais jogador e mais homem. Eu também errei, eu também perdi, aqui não tem herói nem vilão.
Em 2005, você jogou no 3-5-2. Agora, o sistema do Bauza aponta uma linha defensiva de quatro jogadores. De que maneira você se vê inserido nela?
Foi a única vez na minha vida em que joguei com três zagueiros. Foi sempre com quatro, mais pela direita da zaga. Mas, na minha leitura tática, que é diferente da dos brasileiros, o lateral vai embora e não marca muito. Às vezes, no Brasil, é necessário jogar com três zagueiros para conseguir uma estrutura defensiva mais equilibrada, porque o lateral tem cultura de atacar, atacar. Nós tínhamos dois laterais (Cicinho e Júnior) que definiam jogos para nós, então nossa obrigação era ter uma estrutura que sustentasse. Mas não faz diferença para mim jogar com três ou quatro, na direita ou na esquerda.
Do zagueiro que você era em 2006, quando saiu do São Paulo, para agora, o que perdeu e o que ganhou?
Por mais que eu brigue 10 horas no Reffis, seja cabeça dura, é uma briga contra o tempo, que eu já perdi. O tempo passa e o físico não é o mesmo, não tenho a mesma força e resistência. É inevitável. Mas ganhei experiência, ganhei o mundo, aprendi a assimilar derrotas e vitórias, são coisas que posso passar aos companheiros, ao clube, à torcida. Tudo tem lados positivo e negativo. Quando cheguei, um jornalista descobriu um fato científico de que eu não seria o mesmo de 11 anos atrás. Óbvio, né? (risos). Mas acho que ainda tenho muito a oferecer, por isso estou aqui.
Você mencionou duas vezes a cultura do futebol brasileiro. Acha que ela se desenvolveu nesses 10 anos em que você esteve fora?
Os resultados estão aí. A informação hoje é global, todo mundo evolui, tem informações do que os outros fazem para melhorar. Talvez o Brasil, por ser pentacampeão do mundo, historicamente com os melhores jogadores, sempre tenha batido no peito por ter o futebol mais bonito, mas tem sofrido golpes duros nos últimos anos. Isso faz com que tenhamos dois ou três treinadores estrangeiros, mais gringos jogando aqui, é um processo natural de complementação. Todo mundo necessita evoluir, até os melhores do mundo, como vocês já foram. Hoje não são, mas têm potencial. Se trabalharem de forma inteligente e organizada, vão continuar sendo pela quantidade de população e pela paixão que existe aqui.
Então você acha que o Brasil se acomodou sobre resultados e a existência de talentos?
Lógico. O futebol, hoje, é 90% coletivo. Até o Barcelona, que tem obviamente os melhores jogadores do mundo, cumpre funções táticas perfeitas. Cada um sabe o que faz com e sem a bola. O futebol necessita cada vez mais de coordenação e estratégia, é tudo mais dinâmico, físico. Se você só der uma pedalada ou fizer um drible bonito, vai agradar a torcida, mas não vai ganhar jogo. O Barça e o Bayern jogam pra caramba, mas são verticais, partem pra cima, pressionam, os atacantes defendem, os defensores atacam. É o futebol de hoje.
Você tem contrato até o meio do ano que vem. Já pensa no que vai fazer depois?
Obviamente penso porque está chegando o tempo de parar, mas o próximo desafio é tão importante, forte e intenso para mim, que não consigo imaginar o depois. Quero me programar sobre o que fazer depois, se volto para o Uruguai, se fico aqui, se jogo mais um tempo. Mas estou tão ligado no desafio, último da minha carreira, mas talvez o mais importante, que prefiro desfrutar do dia a dia, treinar, sofrer as derrotas. Quero curtir intensamente isso, e depois ver o que acontece.
O que você não admite, de maneira alguma, numa equipe de futebol?
Num time grande como o São Paulo, tem que ter sempre postura de time grande, treinar e se cuidar para vencer, ter compromisso com a camisa, a história, os companheiros, funcionários. Tudo gira em torno do jogador. Então, se o time vence, todos estão felizes com suas recompensas econômicas. Não pode haver acomodação, frescura, tem de dar tudo para poder sair de cabeça erguida. Erros vão acontecer sempre, é a essência do futebol. O que não pode acontecer é não ter o máximo de disposição. O compromisso desse elenco está sendo forte, é o que me deixa mais feliz.
Sofrer é preciso?
Se você não sofre numa derrota, não pode vencer, não pode jogar bola, não pode jogar no São Paulo, não pode entrar no CT nem olhar na cara do torcedor. É amor próprio, é um motor interno que faz o time conseguir bons resultados.
Quando você entrou aqui neste ano, não pensou que poderia ter voltado antes?
Olha (risos), na verdade sim, pensei muito nisso. Sim, sim… Mas também aconteceram muitas coisas nos últimos anos. Quando o São Paulo me procurou, eu tinha contrato e não podia sair. Depois vieram contusões importantes, principalmente a da Copa do Mundo, que me deixou muito tempo parado. São coisas que me trouxeram aqui hoje, então vamos viver este momento, a realidade, e não pensar no que poderia ter sido.
O fato de chegar sem o Rogério Ceni lhe dá mais responsabilidade? Você não pode dividir com ele…
No meu interior, eu sempre soube que meu regresso ao São Paulo seria importante no dia em que o Rogério não estivesse mais aqui. Essa é a verdade. O tempo passa, você fica mais velho e, esportivamente, não tem o mesmo a oferecer que tinha antes. É evidente que, pela saída do maior jogador da história do clube, insubstituível futebolisticamente, pela liderança e pelo peso específico que tem para o clube, ele nunca será substituído. Eu não vim substitui-lo, só vim fazer com que a saída dele tenha menos impacto, e porque senti que era minha responsabilidade, pela minha história no clube e pelo carinho que o torcedor tem por mim. Fazer parte dessa era, que será traumática porque um cara que jogou 25 anos no nível dele… É impossível que não se sinta. Humildemente, era minha responsabilidade estar aqui hoje e fazer parte dessa mudança.
Você começou no Uruguai, depois jogou no Brasil ainda jovem, e passou por diferentes centros europeus, Turquia, França, Espanha, Inglaterra e Suécia, depois Paraguai e voltou ao São Paulo. Qual a origem da sua formação como jogador?
Acho que se você estiver com mente aberta, vontade de crescer, aprender, tira coisas importantes de todo lugar. Aliás, acho que esse é o principal patrimônio do jogador de futebol. Imagino que no Brasil, assim como no Uruguai e na Argentina, o jogador de futebol é um pouco subestimado por não ter estudo, não ter lido o mesmo livro 100 vezes… Mas a cultura que se aprende viajando pelo mundo… O futebol permite a você, no mesmo dia, falar com um emir árabe e um menino da favela, com um presidente de república e um servidor da rua. Isso é riqueza, é o maior patrimônio que o futebol dá ao jogador e sua família.
Uruguai, desde 2010, se fixou entre os grandes do futebol mundial e tem feito campanhas surpreendentes, com uma geração duradoura. A que isso se deve?
É muito simples. Deu-se um processo estável de trabalho, minimamente organizado e moderno, o Maestro (Oscar) Tabárez (técnico da seleção desde 2006) conseguiu um processo de longo prazo em que trabalhou com informações, jogadores que viu surgir, uma base sólida, repetição. Quando se soma uma base sólida, compromisso e uma estrutura confiável e estável à paixão e à história que só o Uruguai tem… Culturalmente, é incomparável o que o futebol significa para nós, pela dimensão do país e a quantidade de títulos. Isso dá respaldo profissional e tem resultado num futebol cada vez mais competitivo e difícil porque cada vez há mais interesses por trás dele: políticos, econômicos etc, etc, e esportivos, num último escalão.
Você ainda pensa em defender a seleção uruguaia?
A renovação tem de acontecer e ser natural. Nós, jogadores que estamos saindo, temos que ter um comportamento para que seja natural. Depois de 10 anos como capitão, uma hora eu tinha que sair. Aconteceu do jeito que eu menos queria, com uma contusão na Copa do Mundo (de 2014). Enquanto eu jogar bola, estarei à disposição da seleção, mas sou o primeiro a entender que têm de jogar os meninos mais novos, em condições de chegar à Rússia (na Copa de 2018)na plenitude. Sou o primeiro a entender e a apoiar essa política. Mas, se amanhã precisarem de mim, e eu estiver em bom nível, estarei, como sempre, à disposição.
Se você cruzar com o Gonzalo Jara num campo de futebol, qual será sua atitude?
Não, é um fato que ficou para trás. A imprensa e a opinião pública levaram a polêmica para um lado, mas para nós foi outra coisa, que ficou no grupo. Não precisamos falar publicamente (no ano passado, o chileno Jara provocou a expulsão do uruguaio Cavani com uma dedada no atacante, durante jogo da Copa América. Lugano não estava no grupo, mas até hoje tem contato permanente com muitos jogadores da seleção por meio de um grupo no WhatsApp).
Em quem você teria votado para melhor jogador do mundo de 2015?
Está provado que o Luis (Suárez, atacante uruguaio do Barcelona) vem sendo o melhor. Pelos gols decisivos, por sua influência, acho que o Luis foi o melhor jogador do ano. Mas, como a Fifa o tirou da seleção, ele não conseguiu jogar Copa América nem Eliminatórias, fica difícil. Mas ficou evidente que ele foi o mais decisivo, com gols em jogos importantes.
Você criticou muito aquela decisão da Fifa contra o Suárez (o atacante foi punido por quatro meses de qualquer atividade ligada ao futebol, além de nove jogos pelo Uruguai, por morder o italiano Chiellini durante a Copa do Mundo de 2014). Como vê essa situação atual de dirigentes sendo investigados e presos?
Quando eu reclamei, não foi à toa. Reclamei principalmente dos jornalistas brasileiros e ingleses que apoiavam uma sanção de dois anos ao Suárez. Isso seria inédito, insólito, impossível de apoiar, havia outras coisas por trás. Não era normal. O Uruguai foi o primeiro país a denunciar essa situação da Fifa, anos atrás. Sabíamos que por trás da sanção ao Suárez havia uma punição. Foi uma situação lamentável, e escutar pessoas do futebol apoiando uma sanção de dois anos por um erro de segundos, num campo de futebol, foi ainda mais lamentável. Sobre a Fifa, todo mundo sabia, agora está em evidência. Todo mundo fala disso e acha que os caras ruins estão só na Fifa, mas é mentira. Vamos olhar para perto de nós antes de botar a responsabilidade na Fifa. Vamos olhar para nosso dia a dia, o jogador, o dirigente, o empresário, o jornalista, o torcedor… Tem muita coisa errada no futebol, principalmente no sul-americano, que não falamos ou não queremos ver, mas todo mundo sabe. Para limpar o futebol de verdade, temos que ser muito mais corajosos e honestos.
Você pensa em tentar contribuir para limpar o futebol no futuro, quando não for mais jogador e tiver, possivelmente, menos limitações em sua atuação?
O jogador não é limitado. Jogador tem isso, a câmera, voz, o povo escuta. Enquanto joga, tem possibilidade de transmitir mensagens muito mais fortes do que quando não joga mais. O jogador não aproveita, não é muito consciente disso. Nós poderíamos fazer muito mais pelo futebol do que fazemos se denunciássemos tudo que vemos de errado. Temos mais poder agora do que quando não jogarmos mais.
Há alguns anos, questionado sobre o melhor atacante que havia marcado, você respondeu Ibrahimovic. Ainda é ele?
Ainda é um dos melhores.
Seu leque aumentou. Quem é o melhor?
Nossa Senhora! Tem vários. Marcar o Luis(Suárez) é complicadíssimo, eu o marquei na Inglaterra, por sorte o tenho como companheiro. O Cristiano (Ronaldo) é um monstro, o Messi é um monstro, o Neymar ainda não chegou ao seu auge, mas é um monstro. Nossa posição é ingrata, né? (risos)
Depois do jogo contra o Corinthians, o Felipe, zagueiro, reclamou muito do Calleri. Imagino que ter um atacante que incomode dessa maneira no seu time seja bom, não?
Sim, sim. Eu já conhecia o Calleri porque gosto do futebol argentino. É novo, potente, competitivo, vai nos ajudar muito. Assim como o Alan Kardec, o Ganso, o Centurión, tem uma turma boa que chegou também e vai fazer do São Paulo um elenco forte. Tenho muita convicção de que neste ano vamos voltar a dar alegria ao torcedor.
E sobre o Ganso, o que você pode falar? Há uma legião de pessoas ainda frustrada por ele não ter sido o que se imaginava…
Ele joga pra caramba, joga muito, é um jogador diferenciado. Um 10 que dá prazer até de treinar com ele. Eu joguei com Alex, Forlán, são jogadores diferenciados. Toda bola que recuperar, eu gostaria de dar a ele para jogar. Não se pode pedir ao Ganso as minhas características, assim como nunca vão poder me pedir as dele (risos). Mas isso é um time, são jogadores diferentes. Está faltando um título para fazer do Ganso e de outros meninos vitoriosos aqui no São Paulo… Acho que se perfila para acontecer este ano.
Realmente Cuca seria bom.O lucão não seria titular isso tenho certeza. Somente se o padrinho desta bosta for o dono do TRICOLOR.