Ajuda a Ganso, bons pontas e Morumbi podem salvar Libertadores

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GloboEsporte.com

Marcelo Hazan

 

Camisa 10 é melhor do São Paulo, mas tem de ter mais opções de passe e auxílio dos companheiros; primeiro tempo contra The Strongest e volta para casa são alentos.

Ganso; Trujillanos x São Paulo; Libertadores (Foto: AP)Ganso lamenta jogada perdida contra o Trujillanos, na quarta-feira, na Venezuela (Foto: AP)

Dois empates, uma derrota e o pior início do São Paulo na história da Taça Libertadores. Em meio ao momento ruim, Ganso tem sido o único destaque. Ainda que o frustrante empate por 1 a 1 com o Trujillanos tenha lado negativo do meia, responsável por perder pênalti, os lampejos de bom futebol do time passam pelos seus pés.

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Na luta por três vitórias nas próximas rodadas, o técnico Edgardo Bauza tem a missão de ajudar mais seu camisa 10 e lhe dar mais opções de passe com pontas eficientes. Para isso, o Tricolor pode se espelhar no primeiro tempo da derrota por 1 a 0 para o The Strongest, no dia 17 de fevereiro, no Pacaembu

Exemplo

Apesar do resultado, a etapa inicial diante dos bolivianos foi a melhor do São Paulo na fase de grupos. Organizado, o time no tradicional 4-2-3-1 controlou a maior parte do tempo, apesar de sofrer bola na trave  – veja vídeo acima.

A equipe conseguiu variar a criação de chances: ameaçou na bola parada, com pressão na saída do adversário, em chute de longa distância de Ganso e em troca de passes iniciada pelo meia que terminou com cruzamento perigoso de Michel Bastos.

Depois, a substituição de Hudson por Calleri no intervalo desequilibrou a equipe e culminou na derrota. Essa análise, inclusive, foi feita por alguns dos próprios atletas internamente. Ficou o bom exemplo da etapa inicial no Pacaembu.

Mudar esquema ou peças

Provável time do São Paulo para enfrentar o Trujillanos na Venezuela  (Foto: GloboEsporte.com)São Paulo montado no 4-2-3-1 que começou o jogo na Venezuela, na última quarta: esquema preferido de Bauza

Bauza manteve o sistema tático nos empates por 1 a 1 com River Plate e Trujillanos. O digno resultado no Monumental de Nuñez novamente teve Ganso como protagonista, com gol, dribles e sendo o principal articulador. Cenário repetido contra os venezuelanos, apesar do nível bem mais baixo apresentado pelo time.

O estilo de jogo do meia requer movimentação constante dos outros atletas. Dentro da proposta escolhida por Bauza, na qual poucas chances são criadas, Ganso conta ainda mais com a eficiência dos companheiros. Principalmente dos pontas, fundamentais no esquema do comandante.

É aí que mora outro problema: a má fase de Centurión tem contribuído para a equipe travar. Sem dar continuidade às jogadas, o argentino sequer tem levado vantagem no mano a mano, sua melhor qualidade. Lateral de origem, Carlinhos também não tem característica de velocidade para ajudar no desafogo da equipe.

Ou seja, se quiser manter o esquema treinado desde o início do ano, Bauza poderia cogitar a utilização de Rogério ou Kelvin nas pontas. Os dois contribuíram na etapa final diante do Trujillanos, e Rogério mostrou com boas atuações que merece mais oportunidades.

– Estou procurando meu espaço. A oportunidade vai chegar na hora certa. Se o professor optar por mim, vou ajudar a equipe – disse Rogério.

O fator Morumbi

Gramado do estádio do Morumbi está sendo reformado para a temporada 2016 (Foto: Igor Amorim /  site oficial do SPFC)Gramado do estádio do Morumbi está sendo reformado para a temporada 2016 (Foto: Igor Amorim/site oficial do SPFC)

O São Paulo deve ter a volta do Morumbi para fazer valer o fator casa contra Trujillanos (dia 5 de abril) e River Plate (13 de abril). Longe do estádio no início do ano por conta da reforma no gramado, o Tricolor teve de atuar no Pacaembu.

O desempenho recente no Morumbi prova que acreditar nos seis pontos está longe de ser utopia. Na fase de grupos em 2015, o São Paulo venceu Danubio (4 a 0), San Lorenzo (1 a 0) e Corinthians (2 a 0) em casa. Três jogos, sete gols pró e nenhum contra. Repetir os resultados é o mínimo necessário para chegar vivo contra o The Strongest, em La Paz.

– Estamos deixando de jogar no Morumbi, que é o nosso estádio, nossa casa. É outra energia. A torcida e a mística ajudam, sobretudo em torneios internacionais. Sou estrangeiro e sei o que significa para qualquer jogador da América atuar no Morumbi. É como falam de jogar na Bombonera e no Monumental. Faz muita diferença. Tomara que a gente possa voltar logo ao Morumbi para sentir apoio da torcida e nos sentirmos em casa, porque estamos precisando de tudo: futebol e tudo que venha extra também – disse Lugano.