O River Plate é velho conhecido da torcida brasileira, mas especificamente o time que entra em campo nesta quinta-feira traz recordações marcantes ao são-paulino. Às 19h30 (de Brasília), o clube do Morumbi reencontrará três personagens de decisões passadas de competições sul-americanas: o técnico Marcelo Gallardo, o volante Lucho González e o meia Andrés D’Alessandro.
Atualmente treinador da equipe de Buenos Aires, Gallardo também já foi ídolo como jogador. Em 2003, esteve em campo para encarar o São Paulo nas semifinais da Copa Sul-Americana – coincidentemente os três personagens desta quinta enfrentaram o Tricolor nesta fase das competições.
Dois anos depois, Lucho González se tornaria destaque na campanha do tricampeonato da Libertadores. O argentino foi decisivo na disputa por uma vaga na final de 2005 ao cometer pênalti no primeiro jogo, no Morumbi, e deixar o São Paulo em situação mais confortável. D’Alessandro, por outro lado, não traz recordações positivas. O meia comandou o Internacional na eliminação de 2010.
Marcelo Gallardo já era ídolo dos Millonarios. Revelado no clube, disputou sete temporadas antes de ser negociado com o Monaco-FRA. Em 2003, voltou para casa com a responsabilidade de liderar o elenco do River Plate. Contra o São Paulo, cumpriu a tarefa. Na primeira partida da semifinal, no Monumental de Nuñez, marcou os dois primeiros gols do River Plate, que venceu por 3 a 1.
O meia poderia ser o maior destaque do confronto, mas foi abafado com o desfecho do segundo jogo, disputado no Morumbi. O São Paulo venceu por 2 a 0, levando à decisão por pênaltis. Antes das cobranças, no entanto, jogadores dos dois clubes proporcionaram uma briga generalizada no gramado.
A imagem do duelo foi a tentativa de voadora do atacante Luis Fabiano, que recebeu o cartão vermelho e não pôde bater pênalti na sequência. Quando os ânimos se acalmaram, o River Plate levou vantagem nas cobranças, avançou à final da Copa Sul-Americana, mas foi surpreendido pelo Cienciano-PER, amargando o vice.
Desta vez, a primeira partida foi disputada no Morumbi. Escalado pela Conmebol, o árbitro uruguaio Gustavo Méndez teve atuação duvidosa. Mais tarde, seria descoberto que recebera cerca de R$ 45 mil do empresário Jorge Chijani para beneficiar o River – Méndez reuniu documentos e apelou contra suas punições. Hoje, comenta na TV uruguaia.
Apesar das acusações, Lucho González deu uma ajudinha ao São Paulo. Nos minutos finais, o volante cortou com a mão um cruzamento de Luizão para Amoroso. O árbitro nada marcou, porém seu assistente, Fernando Cresci, acenou insistentemente com a bandeira indicando o pênalti. Rogério Ceni bateu com precisão, ampliou a vantagem para 2 a 0 e deixou a equipe brasileira em situação confortável para a volta. No Monumental de Nuñez, o São Paulo controlou o jogo e voltou a vencer, por 3 a 2.
Dez anos mais tarde, com passagens pelo Porto-POR e pelo Olympique-FRA, Lucho González retornou ao River Plate. Idolatrado pela torcida millonaria, o volante quer usar sua experiência para se destacar no confronto de uma forma bem diferente desta vez.
Andrés D’Alessandro acertou o seu retorno ao River Plate no início deste ano. O meia se machucou logo no primeiro jogo diante da torcida, em fevereiro, mas está recuperado e ficará à disposição para atuar nesta quinta-feira. Revelado pelo clube argentino, o armador também tem a sua história contra o São Paulo em competições sul-americanas – vestindo a camisa de outra equipe.
D’Ale saiu do River e passou por Wolfsburg-ALE, Zaragoza-ESP e San Lorenzo-ARG antes de desembarcar em Porto Alegre para iniciar uma nova era. Com a camisa colorada, assumiu a braçadeira de capitão e comandou o Internacional na Libertadores de 2010.
Na semifinal, encarou o São Paulo no confronto que já valia vaga direta ao Mundial de Clubes, pois o Chivas-MEX seria o adversário da decisão e não tinha o direito de representar a América do Sul posteriormente. No Beira-Rio, vitória do Inter, por 1 a 0, com gol de Giuliano, deixando a decisão aberta para a volta no Morumbi.
Empurrado por 57 mil torcedores, o Tricolor abriu o placar da volta – Alex Silva contou com falha do goleiro Renan. No início do segundo tempo, porém, veio o empate. D’Alessandro cobrou falta, a bola desviou em Alecsandro e enganou Rogério Ceni. Ricardo Oliveira voltou a colocar o São Paulo na frente só dois minutos mais tarde, mas não adiantou. O Colorado foi à final pelo gol marcado fora de casa.