Direito em venda, multa e aumento: veja o que Ganso quer para renovar

346

GloboEsporte.com

Marcelo Hazan

Porcentagem sobre possível negociação futura e salário acima do teto do clube serão discutidos; agente diz que conversas serão retomadas depois do feriado da Páscoa.

Ganso, River Plate x São Paulo, Libertadores 2016 (Foto: Reuters)

O meia Ganso vive bom início de temporada com a camisa do São Paulo (Foto: Reuters)

O São Paulo e o empresário de Paulo Henrique Ganso, Giuseppe Dioguardi, vão retomar as conversas pela renovação de contrato do jogador depois do feriado da Páscoa. O vínculo do meia vale até setembro de 2017, mas o clube quer antecipar a prorrogação.

Publicidade

Para renovar, Ganso levará em conta o salário oferecido, o tempo de contrato, a multa rescisória (agora é de 25 milhões de euros, R$ 103 milhões pela cotação atual) e até participação em uma futura venda. Pelo vínculo vigente, ele não teria direito a nenhuma porcentagem em caso de venda.

A conversa sobre o valor da multa rescisória ou de uma eventual cláusula de saída em caso de propostas é importante para Ganso porque o meia tem o objetivo de atuar na Europa no futuro. Clube e jogador iniciaram as tratativas há aproximadamente dois meses, perto do período em que surgiu o interesse do Hebei China Fortune no atleta – o Tricolor não chegou a receber uma proposta dos chineses.

Hoje, Ganso recebe aproximadamente R$ 300 mil, menos do que Lugano, Wesley e Alan Kardec, por exemplo. A sinalização do São Paulo de pagar R$ 400 mil não o interessa. O argumento é de que o montante serviria apenas para repor a inflação acumulada de 2012 até agora, período em que ele não recebeu aumento.

Mas o próprio presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, disse que abriria mão do teto salarial para pagar mais a Ganso. O Tricolor tem estratégias financeiras definidas e entende ser possível revisar o valor do teto, mas considera primordial o tamanho da vontade de Ganso em estar no clube para obter um acordo.

Agora é a hora de conversar. Não há pressa, temos cautela.
Giuseppe Dioguardi, agente de Ganso

Segundo Dioguardi, não houve recusa de nenhum valor oferecido ao jogador. O São Paulo diz que há encontros e desencontros durante a negociação. De acordo com o diretor de futebol do clube, Luiz Antonio da Cunha, o camisa 10 não aceitou a primeira proposta, mas os dois lados querem um acordo.

– Não houve recusa. Pelo contrário: por que recusaríamos, se fomos nós que procuramos o São Paulo para renovar desde 2014? Só não achamos que era o momento ideal para conversar por uma série de fatores (em janeiro). A China (Hebei Fortune) veio forte e falta muito tempo ainda. Desde a primeira passagem do Gustavo (Vieira de Oliveira, diretor-executivo, em 2014), eles não tiveram interesse duas vezes e adiaram. Agora é a hora de conversar. Não há pressa, temos cautela. Não renovamos porque estávamos esperando a agenda bater. Houve troca de presidente, treinador, depois viajei e agora vamos retomar – afirmou o agente.

Desde 2012 no São Paulo, Ganso despertou interesse de Napoli, Al-Ittihad, Orlando City e Flamengo. Em todas as ofertas o meia receberia mais do que agora no Tricolor. Além disso, Leco gosta de Ganso e não deseja negociá-lo. Todos esses pontos serão colocados em pauta nas conversas para renovar o contrato do jogador, cujos direitos econômicos são divididos entre DIS (68%) e São Paulo (32%).

Nessa temporada, Ganso participou de nove dos 17 gols do time no ano, com seis gols e três assistências. A última delas foi para Calleri, na vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo-SP, quarta-feira, no Pacaembu.

– Temos uma relação muito boa com a diretoria do São Paulo. O Ganso é feliz, gosta do clube e da torcida. Vamos sentar e conversar, mas não foi recusado (renovar o contrato). Ficamos de voltar a nos falar depois do feriado da Páscoa – disse Dioguardi.

1 COMENTÁRIO