(Foto: Érico Leonan / saopaulofc.net )
Diego Lugano voltará a jogar pelo São Paulo no Morumbi após dez anos nesta quarta-feira, contra o River Plate, às 21h45, pela Taça Libertadores. A expectativa de estádio lotado (mais de 34 mil ingressos foram vendidos) somada ao caráter decisivo da partida, fundamental para o futuro do time na fase de grupos, empolgam o uruguaio. Sua última aparição como jogador do clube no local foi no dia 9 de agosto de 2006, na final da competição, contra o Internacional.
– É um jogo especial. Decisivo. Agora não tem margem de erro. Estou louco para chegar quarta-feira e ver o Morumbi com 60 mil pessoas em um jogo de Libertadores. De vida ou morte, no aspecto esportivo. Voltei ao São Paulo para viver essas noites de Libertadores, de adrenalina e estádio lotado. Estamos preparados para o jogo contra o campeão da América. É a cara do São Paulo – falou Lugano.
O zagueiro acredita que o River Plate tem elenco maior e mais experiente para situações como a do jogo de quarta-feira. Mas para Lugano a camisa do São Paulo pesa em momentos como esse, diante do atual campeão da América.
– Um jogo tão complicado contra o River exige muita paciência, equilíbrio tático e emocional. Hoje, é um time mais acostumado do que nós a essas ocasiões. Não podemos nos deixar levar pela ansiedade da torcida. O São Paulo está evoluindo, em resultados e rendimento. O River continua com um elenco maior, com mais experiência do que o São Paulo. Mas nós temos a camisa que iguala e nessas horas ajuda. É mais uma boa chance para mostrar isso – disse.
A escalação do ídolo como titular segue indefinida. Nesta segunda-feira, Edgardo Bauza armou o time titular usando sete atletas e sem zagueiros. Rodrigo Caio e Maicon formaram a dupla de defensores do time reserva. Lugano uma disputa vaga com os dois.
Antes de confirmar o retorno ao São Paulo, Lugano esteve no Morumbi na partida de despedida do goleiro Rogério Ceni, no dia 11 de dezembro. Na ocasião, o uruguaio foi tão ovacionado quanto o ídolo e dono da festa.
Confira os principais trechos da entrevista coletiva de Lugano:
Decisão contra o River Plate
– É um jogo especial. Decisivo. Agora não tem margem de erro. Estou louco para chegar quarta-feira e ver o Morumbi com 60 mil pessoas em um jogo de Libertadores. De vida ou morte. Voltei ao São Paulo para viver essas noites de Libertadores, de adrenalina e estádio lotado. Estamos preparados para o jogo contra o campeão da América. É a cara do São Paulo.
Como a torcida e o Morumbi ajudam o São Paulo
– O Morumbi tem uma mística especial que ajuda. É muito respeitado internacionalmente. Não ganha o jogo, mas empurra e gera um ambiente especial. Em muitas noites de quarta, o São Paulo brilhou em grandes batalhas. Queremos ser protagonistas de mais uma grande batalha contra o atual campeão da América, que torna o jogo mais especial.
São Paulo enfrenta o River de igual para igual
– Sim. O São Paulo está evoluindo, em resultados e rendimento. O River continua com um elenco maior, com mais experiência do que o São Paulo. Mas nós temos a camisa que iguala e nessas horas ajuda. É mais uma boa chance para mostrar isso.
(Foto: Marcello Zambrana/AGIF/Estadão Conteúdo)
Protesto da torcida na saída de Sorocaba: exagero ou correto?
– É normal. Pessoal do interior não vê muito o São Paulo. É normal de um time grande. Se exige isso. Vínhamos de seis jogos sem perder. O torcedor vai de acordo com o que o time apresenta, principalmente com os resultados. Quarta será uma linda festa e faremos de tudo para vencer, a primeira das finais que teremos.
Mata-mata contra o River há 11 anos: o que lembra?
– Lembro de muitas quartas de Libertadores com estádio lotado. Adrenalina que é a cara do São Paulo. Um jogo tão complicado contra o River exige muita paciência e equilíbrio tático e emocional. Hoje, é um time mais acostumado do que nós a essas ocasiões. Não podemos nos deixar levar pela ansiedade da torcida.
Catimba do River pode atrapalhar?
– O principal do rival é que joga um bom futebol, com bom treinador. Mais do que catimba, eles sabem jogar como visitantes. Mas o São Paulo tem armas suficientes para encarar qualquer um. O São Paulo cresce em um jogo grande como esse.
Rodízio entre zagueiros é ruim?
– Bauza não inventou a pólvora com isso… se assiste o futebol mundial dá para ver. No mundo não tem um time que jogou tantas partidas como o São Paulo. É bobagem pensar que jogando a cada três dias algum atleta tenha de atuar sempre, ou manter o mesmo time. Isso é antiquado. Precisa de um elenco equilibrado, para ter um revezamento e prevenir as lesões. Para manter a intensidade e 100% do condicionamento de todos.
Voltará ao Morumbi após 10 anos. Vai para o jogo?
– É jogo do São Paulo e de todo elenco. Todos queremos jogar, porque é uma partida grande e decisiva. Tem pressão. Jogador é um animal competitivo: quanto mais decisivo, melhor. Eu e todos queremos jogar. Seria especial voltar ao Morumbi em um jogo assim, lotado, contra um adversário forte. Mas sou mais um e espero a decisão da comissão técnica.
Falta de vitórias contra times grandes
– Falar é fácil. Tem de demonstrar em campo. Precisa se preparar dias antes e tentar ser superior. Depois, se quiser eu falo coisas bonitas para colocar no programa de televisão. Tem de demonstrar em campo, quarta-feira à noite.
Sequência de decisões: há elenco suficiente?
– Agora começam as semanas decisivas. Se não ganhar está fora. Tem uma sequência maluca. Mas não de agora, é de três meses atrás. Não sei porque o São Paulo joga partidas importantes a cada três dias. Sempre o São Paulo. Há uma diferença clara nesse aspecto. A médio e longo prazo isso faz diferença, porque há lesões.
Sem vitórias como visitante: preocupa?
– Preocupa. Nada melhor que um jogo decisivo para mudar essa sequência negativa. Obviamente não estamos contentes com os resultados fora de casa, muitas vezes injustos. Mas agora são finais e é bom para mudar as estatísticas. Não tem outra opção: tem de mudar. Não há margem de erro.