Nos dez anos sem Telê, Edinho, Ceni e Ricardo Rocha enaltecem o mestre

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sportv.com

Ex-jogadores, que atuaram sob comando do treinador em times como a seleção brasileira e o São Paulo, destacam aprendizado e o respeito que ele despertava

Telê Santana tornou-se uma lenda do São Paulo como o treinador mais campeão de sua história e esteve no comando da seleção brasileira em duas Copas do Mundo, em 1982 e 1986. Apesar de não ter sido vencedor com a verde e amarela, deixou o legado de um futebol bonito de se assistir. Há exatos dez anos, no dia 21 de abril de 2006, o ídolo tricolor falecia em decorrência de complicação de uma infecção intestinal. No aniversário de sua morte, o “Redação” ouviu o relato de três jogadores que atuaram sob comando do treinador: Ricardo Rocha e Rogério Ceni, ambos no São Paulo, e Edinho, presente nas Copas de 82 e 86. Todos são unânimes ao recordá-lo e o defini-lo como um grande nome do esporte.

telê santana são paulo Newell's Old Boys libertadores morumbi (Foto: Sergio Amaral / Agência Estado)
Telê faleceu no dia 21 de abril de 2006
(Foto: Sergio Amaral / Agência Estado)

Zagueiro do São Paulo no começo da década de 1990, Ricardo Rocha foi campeão brasileiro de 91 ao lado de Telê Santana, no começo daquilo que seria o período de ouro do treinador à frente do Tricolor. A partir daquela temporada, quando o jogador já estava no Real Madrid, ele levou o clube paulista a três finais consecutivas de Libertadores, vencendo duas delas, em 1992 e 1993. De quebra, foi campeão mundial nas duas oportunidades.

– Ele era um treinador muito exigente, principalmente com a garotada. Impressionante, eu vi a criação de jogadores que, dentro das competições e no dia a dia, foram crescendo. Acho que ele foi importante para o futebol mundial, não só brasileiro. Todos falam da seleção de 82, considerada uma das maiores de todos os tempos, com a qualidade enorme do que queria o Telê Santana – relembra o ex-defensor.

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Edinho esteve sob comando de Telê na seleção brasileira que disputou as Copas do Mundo de 1982 e 1986, nesta como capitão. O ex-zagueiro e hoje comentarista relembra a exigência do treinador e sua habilidade em treinar individualmente cada atleta. Apesar das equipes terem sido eliminadas precocemente, nas quartas de final de cada edição, o futebol apresentado ficou conhecido pela beleza e encantamento.

– Cobrava a parte individual do jogador, exigia o treinamento especifico. Acho que isso está faltando hoje, treinar especificamente cada jogador em cada posição. Telê batia muito nessa tecla e ajudou muitos jogadores da Seleção e do Brasil também. Respeito muito o Telê por tudo aquilo, e agradecer também, tudo aquilo que fez pelo futebol, para a Seleção, e na minha vida também, toda a experiência que passou para mim – disse Edinho.

São Paulo Mundial 1992 taça (Foto: Reprodução/TV Globo)Raí e Müller comemoram o titulo do Mundial de 1992 pelo São Paulo, sob comando de Telê (Foto: Reprodução/TV Globo)

Hoje aposentado, Rogério Ceni se tornou o goleiro titular do São Paulo em 1997 após a saída de Zetti. O ídolo tricolor relembra que suas primeiras chances em campo foram conseguidas sob a aposta de Telê, que tinha um carinho especial por ele.

– Eu me sinto privilegiado por ter trabalhado com ele e momento mais vencedor da carreira dele. Pude muitas vezes jogar, na maioria ficar no banco de reservas naquela época. Ele que me deu a primeira oportunidade de jogar. Não era o treinador, mas decisão foi dele. Ele gostava de mim, falava “esse menino é muito rápido”. Eu no gol, o Raí, outros jogadores batendo falta. E ele falava que eu era muito rápido, chegava muito rápido na bola – recorda o ex-goleiro.