Tudo bem que foram vitórias contra adversários fracos, mas de qualquer forma o retorno do São Paulo ao Morumbi parece ter dado novo ânimo para um time que andava com a autoestima no volume morto. Teremos agora pela frente uma decisão contra um time de respeito, grande como o São Paulo e atual campeão continental, mas que não assusta.
Em minha opinião, o Tricolor é favorito, até porque no jogo do primeiro turno o São Paulo merecia ter voltado de Buenos Aires com a vitória. Além das novidades que Bauza promoveu no time titular e se mostraram acertadas, e do novo gás que o time e a torcida ganharam com a goleada sobre o Trujillanos, acredito que o fator Morumbi pode ser um grande aliado do Tricolor na decisão desta semana contra o River Plate.
O jogo de quarta-feira será o décimo do São Paulo no Morumbi contra um time argentino pela Libertadores. Desde o primeiro, em 1972 contra o Independiente, até o último, ano passado contra o San Lorenzo, o Tricolor venceu todos. Houve outros jogos como mandante no Pacaembu, mas a relação abaixo trata apenas de jogos no Morumbi. Em 1994, o São Paulo perdeu nos pênaltis o título para o Vélez, mas venceu o jogo no tempo normal. Jogando no seu estádio, o São Paulo marcou 16 gols contra argentinos na Libertadores, e sofreu apenas dois. Essa supremacia precisa ser confirmada e continuada na quarta-feira.
1972 – São Paulo 1 x 0 Independiente
1992 – São Paulo 1 x 0 Newell’s Old Boys
1993 – São Paulo 4 x 0 Newell’s Old Boys
1994 – São Paulo 1 x 0 Vélez Sarsfield
2004 – São Paulo 2 x 1 Rosário Central
2005 – São Paulo 3 x 1 Quilmes
2005 – São Paulo 2 x 0 River Plate
2006 – São Paulo 1 x 0 Estudiantes
2015 – São Paulo 1 x 0 San Lorenzo
Na semana anterior, comentamos neste espaço que Calleri teria, nos três jogos que restavam da fase de grupo da Libertadores, a oportunidade de ser lembrado como um grande jogador que passou pelo São Paulo. Contra o Trujillanos, no Morumbi, o atacante colocou seu nome na história do clube – pelo menos nas estatísticas – ao se tornar o primeiro a marcar quatro gols pelo São Paulo num jogo válido pela Libertadores. Oxalá que a estrela do argentino volte a brilhar diante do River Plate.
Eis um livro interessante e gostoso de ler: Tricolor Celeste, de autoria do jornalista Luís Augusto Simon. Relata a trajetória de quatro uruguaios que marcaram época no São Paulo: Pablo Forlán, Pedro Rocha, Darío Pereyra e Diego Lugano.
No último encontro entre São Paulo e River Plate no Morumbi, em 22 de junho de 2005, o Tricolor venceu por 2 a 0, com gols de Danilo e Rogério Ceni. Era o jogo de ida da semifinal da Libertadores de 2005 e marcou a estreia de Amoroso com o manto sagrado. Foi um jogo tenso, principalmente no primeiro tempo, quando a retranca do time argentino deu certo e o River segurou o ímpeto do São Paulo. Na segunda etapa, Paulo Autuori colocou Souza improvisado na lateral direita, entrando no lugar do volante Renan (o mesmo que foi visto torcendo pelo Tricolor contra o Trijullanos, no Morumbi). A alteração deu mais eficiência ao São Paulo, que chegou aos gols que lhe garantiram uma boa vantagem para a decisão em Buenos Aires – onde o São Paulo venceu novamente, por 3 a 2.
SÃO PAULO 2 x 0 RIVER PLATE (22/06/2005)
Local: Morumbi
Árbitro: Gustavo Méndez (Uruguai)
Cartões amarelos: Luizão (SP), Zapata (RP), Lugano (SP), Fabão (SP), Constanzo (RP).
Público: 61.078
Renda: R$ 1.575.055,00
Gols: Danilo, aos 31, Rogério Ceni, aos 44 do segundo tempo.
São Paulo: Rogério Ceni; Fabão, Diego Lugano e Alex; Mineiro, Renan (Souza), Josué, Danilo e Júnior; Luizão e Amoroso (Alê). Técnico: Paulo Autuori.
River Plate: Costanzo; Diogo, Ameli, Tuzzio e Domínguez; Lucho González (Almada), Mascherano, Zapata (Mareque) e Gallardo; Marcelo Salas (Gastón Fernández) e Farías. Técnico: Leonardo Astrada.
Fernando Alécio é jornalista. Fundou a SPNet em 1996. Escreve neste espaço aos domingos.
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A comissão técnica deveria mostrar uns 2 ou 3 videos desse time de 2005 antes de todos os jogos pra esse time atual do SP ver o que é jogar bola. Talvez assim eles até tentam fazer igual.
Só tentar mesmo, porque conseguir ser igual o time de 2005 é complicado. Acho que vai demorar pra montar um time do mesmo nível naquele.
Nesse jogo de quarta, pra mim vai depender muito como a torcida vai se comportar. Duas grandes camisas em campo, dois times que apesar das goleadas recentes não têm convencido. Mas a obrigação está toda de nosso lado em vencer. Haja coração!
Verdade, Artur. Mas acredito que a torcida vai se comportar como de costume nos grandes jogos de Libertadores no Morumbi, apoiando o time do primeiro minuto ao apito final. Assim espero.