De perseguido a idolatrado, Michel Bastos muda a história na Libertadores

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Os relatos sobre como o vestiário do São Paulo transformou-se desde a derrota para o São Bernardo, no Pacaembu, indicam séries de conversas na sala da diretoria. Dos trinta jogadores, quinze passaram por conversas francas sobre o que julgavam importante para mudar o comportamento do time. Michel Bastos foi um deles, mas por motivos diferentes. “Nós o pegamos muito no colo”, diz uma pessoa ligada ao trabalho do dia a dia no Centro de Treinamento da Barra Funda.

Pegar no colo é uma metáfora para indicar como a direção entendia ser necessário recuperar o jogador perseguido pela torcida depois do episódio da greve de silêncio após a derrota para o Strongest, na estreia da Libertadores. Parte da torcida parecia ver um antagonismo nas lideranças. Se Michel Bastos estava contra a torcida, então a torcida estava contra Michel Bastos.

E começaram os cartazes com o nome “Migué”, que só afundaram ainda mais o desempenho de Michel e do time.

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A reação do São Paulo passa por uma postura completamente diferente da equipe. Em síntese, virou um time que triangula e abre o jogo pelos dois lados do campo, que se organiza defensivamente e sofre poucos gols, que castiga o adversário com desarmes em todos os setores do campo.

E que vence rivais fortes, como o Atlético, batido por 1 x 0 no Morumbi.,

Evidentemente, o São Paulo ainda não está pronto e a partida do Independência, semana que vem, poderá representar até mesmo fim da campanha na Libertadores. O resultado é idêntico ao das quartas-de-final contra o Fluminense, que guarda frustração para uma legião de são-paulinos por causa do gol de Washington no último minuto nos 3 x 1 do Flu, no Maracanã.

A diferença é que aquele São Paulo era sempre favorito, naquele tempo. E este passa por um processo de reconstrução.

O Atlético está vivo, mas precisa de uma correção importante. A bola precisa parar mais no meio-de-campo, ser menos lançada por longos metros. O Independência vai jogar como o Morumbi jogou nesta quarta-feira.

Mas para vencer em casa, o Atlético precisa saber o que está acontecendo no São Paulo, rival muito mais difícil do que seria quarenta dias atrás.

11/maio/2016

SÃO PAULO 1 x 0 ATLÉTICO MINEIRO

Local: Morumbi (São Paulo); Juiz: Wilmar Roldán (Colômbia); Gols: Michel Bastos 33 do 2º; Cartão amarelo: Ganso, Thiago Mendes, Rafael Carioca, Leonardo Silva, Robinho, Leandro Donizete, Wesley, Patric

SÃO PAULO: 1. Dênis (6), 2. Bruno (5,5), 27. Maicon (6) (5. Lugano 28 do 2º (5,5)), 3. Rodrigo Caio (6) e 21. Mena (5,5); 25. Hudson (7) e 23. Thiago Mendes (5,5) (13. Wilder 23 do 2º (5,5)); 11. Wesley (6,5), 10. Ganso (6,5) e 30. Kelvin (5) (7. Michel Bastos 19 do 2º (7,5)); 12. Calleri (5). Técnico: Edgardo Bauza

ATLÉTICO MINEIRO: 1. Victor (6), 2. Marcos Rocha (5,5), 3. Leonardo Silva (6,5), 4. Erazo (6) e 6. Douglas Santos (6); 5. Rafael Carioca (7), 8. Leandro Donizete (5,5) e 20. Júnior Urso (6); 29. Patric (6) (23. Clayton 40 do 2º (sem nota)), 9. Pratto (6,5) e 7. Robinho (5) (17. Hyuri 38 do 1º (6)). Técnico: Diego Aguirre