dolo no Toluca, brasileiro diz que São Paulo terá carinho na “Bombonera”

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Lucas Strabko – GloboEsporte.com

Sinha, jogador do Toluca - brasileiro naturalizado mexicano (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)Ídolo do Toluca, Sinha jogou por 15 anos no rival do São Paulo na Libertadores (Foto: Reprodução)

Sinha tem carta branca para falar sobre o Toluca. Naturalizado mexicano, o meia brasileiro é recordista dos Diablos Rojos em número de jogos e títulos conquistados. Apesar de defender o Querétaro, time também da primeira divisão local, Sinha, que vai completar 40 anos em maio, não deixou de acompanhar o ex-clube e ficou surpreso pela má atuação na primeira partida contra o São Paulo.

A goleada por 4 a 0 deixou os brasileiros muito perto da vaga nas quartas de final. Nesta quarta-feira, às 19h15 (horário de Brasília), a equipe tricolor poderá perder por até três gols de diferença, ou quatro, desde que faça gols, para se classificar. E, ao contrário do que ocorreu no Morumbi, com grande pressão da torcida desde a chegada dos ônibus até o apito final, o São Paulo não deverá ser recebido com hostilidade no Nemesio Díez.

Apesar de ser conhecido como “La Bombonera”, o estádio para 27 mil torcedores está longe de ser temeroso como o “irmão” argentino. A preocupação pode ser a altitude de 2.600 metros.

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– Para o visitante, não é difícil de jogar. O torcedor é muito tranquilo, tratam de desfrutar os jogadores, além de sempre ter aquele carinho especial pelos brasileiros. O são-paulino pode vir porque será bem tranquilo, mas claro que terá aquela pirraça que sempre tem no futebol – afirma o flamenguista Antonio Naelson, que ganhou o apelido de Sinha pelo pai, por ser bem pequeno quando criança.

No Morumbi, o Toluca esteve desfalcado por seis jogadores, que podem retornar na partida de volta. De sua casa, Sinha assistiu a parte do segundo tempo da vitória brasileira por 4 a 0 e se surpreendeu negativamente pela má atuação de seu ex-clube.

– O Toluca tem um grande jogo de conjunto. Espero que ainda possa conseguir passar para a seguinte fase, apesar de ser muito difícil. O time tem muita mobilidade. No papel, tem time que poderia brigar de frente com o São Paulo. Gosto bastante do atacante argentino Triverio – diz o meia sobre o artilheiro do clube na Libertadores, autor de três gols, que não jogou no Morumbi por estar lesionado, mas poderá ser escalado na partida de volta.

Estádio Nemesio Díez Toluca México Grêmio Libertadores (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)“La Bombonera” é mais parecida com o formato do que pela pressão feita pela torcida argentina (Foto: Eduardo Moura)

Apesar de pouco conhecido no Brasil, Sinha é muito celebrado no México. Naturalizado, o meia chegou a disputar a Copa do Mundo de 2006. Comprado do Rio Branco-SP em 1999, o potiguar permaneceu no Toluca por 15 anos. Nesse período, bateu recordes. Tornou-se o jogador que mais atuou pelos Diablos Rojos, com 517 jogos, e o que mais foi campeão, com oito títulos.

Do elenco atual do Toluca, o ex-companheiro que Sinha tem mais afinidade é o treinador José Cardozo, que anunciou a saída da equipe após ser eliminado do Campeonato Mexicano. O brasileiro e o ex-atacante paraguaio fizeram grande dupla no clube. Tanto é que muitos gols de Cardozo, maior artilheiro da história do Toluca, com 249 gols, vieram de passes de Sinha.

– É um excelente treinador, com inteligência para fazer mudanças. Ele está fazendo um trabalho bastante convincente com o Toluca, é bom na parte tática e técnica. Fora de campo, é muito exigente. Muita gente tem diferentes opiniões sobre como ele trata os jogadores, com gritos, apesar de eu nunca ter tido problemas como ele – diz o meia.

Sinha e Ronaldinho (Foto: Facebook)Com a camisa dez, Sinha foi companheiro de Ronaldinho no Querérato (Foto: Facebook)

Na metade de 2014, após o Toluca ter oferecido renovação por mais seis meses, o camisa 10 decidiu se transferir para o Querérato, onde teria vínculo de dois anos e a companhia de Ronaldinho Gaúcho. Na última temporada pelos Gallos Brancos, Sinha jogou pouco. A vontade do meia é deixar o clube. Desde as últimas semanas, o brasileiro negocia a sua provável volta ao Toluca por mais seis meses ou um ano.

– Seria bonito parar por lá. Estamos estudando possibilidades. Poucos jogadores atuam tanto tempo num clube. Quando voltei a jogar na casa do Toluca pelo Querérato, foi muito difícil. O coração pressionou, por mais que eu não quisesse lembrar. Foram 15 anos de mais alegrias do que tristezas. É uma coisa “imborrable” (que não se apaga) – finaliza Sinha, misturando espanhol e português após tantos anos no país em que se tornou ídolo.

* Colaborou sob supervisão de Adilson Barros