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Marcelo Prado
Clube acata recomendação da Defesa Civil e diz que vai isolar primeira fileira do anel inferior. Com laudos aprovados, dirigente nega negligência e promete priorizar feridos
O São Paulo, sob determinação da subprefeitura do Butantã, acatou a recomendação do coronel Marcos Marinho, chefe do Departamento de Segurança e Prevenção de Violência da Federação Paulista de Futebol, e interditou a primeira fileira do anel inferior do Morumbi. A medida é uma resposta à queda de 25 torcedores depois que grades cederam durante a comemoração do gol de Michel Bastos, na vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-MG pelas quartas de final da Libertadores.
Dessas 25 pessoas, 16 foram atendidas no ambulatório do estádio e sete encaminhadas a hospitais. Três pessoas necessitam de intervenções cirúrgicas, que serão pagas pelo São Paulo. O clube encomendou a duas empresas uma análise do gradil que cerca o anel inferior, e espera por um laudo e um plano de sugestões caso seja preciso realizar uma troca.
O próximo jogo no estádio será no dia 22, contra o Internacional, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro, com estreia da nova camisa tricolor, que homenageia o estádio, inclusive.
– A vistoria desta segunda-feira determinou a interdição, até porque no local da queda não existe guarda-corpo e seria um risco deixar torcedores sentados lá. Vamos isolar a área com fitas e os seguranças estarão de prontidão para tirar qualquer pessoa que tente sentar na frente – afirmou o vice-presidente de comunicação do Tricolor, José Francisco Manssur, que concedeu entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira.
Na última madrugada, horas depois do acidente, o perito criminal Edwar Folli Jr. vistoriou o local e afirmou que a queda da grade ocorreu por problema de corrosão, e que o trabalho não havia sido bem feito. Manssur não contestou.
– O artigo 23 do Estatuto do Torcedor determina que todo ano o clube submeta laudos ao Ministério Público por intermédio da Federação Paulista e da CBF. O último laudo tem validade até outubro de 2016 e não cita nenhum problema no guarda-corpo. Foram citadas outras irregularidades e todas foram arrumadas. Não posso me basear em uma manifestação oral do perito, é preciso esperar um documento oficial. A partir daí, o São Paulo tomará todas as suas providências. Não estamos nos isentando da responsabilidade – ressaltou.
Em 2011, um problema foi registrado um problema semelhante em um guarda-corpo em um show realizado no estádio do Morumbi. Para Manssur, não há relação entre os incidentes.
– Em 2011, a pessoa que se machucou deu várias voadoras no guarda-corpo, que uma hora acabou cedendo. Substituímos o material, tanto que não foi relatado esse problema nos laudos de 2012 a 2016. O guarda-corpo não pode ceder com qualquer força, mas também não pode ser totalmente rígido porque pode provocar um problema muito maior. O laudo vai ajudar a esclarecer e a mostrar o que precisará ser feito – explicou o dirigente são-paulino.
Manssur voltou a dizer que o São Paulo prestará toda a assistência aos feridos.
– O foco são as pessoas. Vamos priorizar isso mais do que qualquer outra coisa. Ontem, sete pessoas foram internadas. O Davi, o Vinícius e o Ricardo foram levados a Upas (Unidades de Pronto Atendimento) e depois encaminhadas a hospitais. A Amanda e o Daniel tiveram alta. O Hugo e o Anderson haviam sido liberados, mas como ainda reclamavam de dores, o São Paulo os reencaminhou ao hospital São Luiz. Três foram submetidos a cirurgia e o clube vai arcar com todas as despesas. Tivemos funcionários acompanhando cada caso durante toda a madrugada.