Como Ganso venceu resistência de Dunga por nova chance na seleção

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Danilo Lavieri e Guilherme Palenzuela
Do UOL, em Los Angeles (EUA)

  • JUAN MABROMATA/AFP

Foi no dia 28 de fevereiro de 2012, sob o comando de Mano Menezes, que Paulo Henrique Ganso fez seu último jogo pela seleção brasileira principal. Depois disso, fracassou na Olimpíada de Londres, no mesmo ano, mostrou insatisfação, transferiu-se do Santos para o São Paulo, oscilou e nunca mais voltou ao time. Agora, quatro anos depois, ele tem a chance de mostrar que evoluiu e que pode convencer Dunga apesar de uma crítica recente.

Ganso foi chamado pelo técnico da seleção brasileira na quarta-feira, após o corte de Kaká, que mostrou um desconforto muscular dias depois de se apresentar para o lugar do anteriormente cortado Douglas Costa. Há seis meses, isso não parecia ser nem cogitado por Dunga.

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Em entrevista à Fox Sports no início de dezembro de 2015, Dunga respondeu ao ser questionado sobre Ganso que o camisa 10 do São Paulo não estava em seus planos porque apresentava falhas no jogo defensivo. “O  que eu não posso é, no futebol de hoje, jogar com menos um, com o meu 10 não voltando para marcar, não participando sem a bola. Por isso é que hoje, na minha opinião, um jogador como o Ganso não está nos meus planos para ser convocado”, disse.

Dias depois, Ganso foi questionado sobre a crítica de Dunga e rebateu. A pergunta feita durante a entrevista coletiva no CT do São Paulo foi se o meia não achava o comentário de Dunga contraditório com o alto número de desarmes feitos por ele no Brasileirão de 2015, e disse: “Está feita minha resposta. A minha função, além de armar jogadas, tenho meu número de desarmes”.

Em 2016, Ganso evoluiu muito sob o comando do técnico argentino Edgardo Bauza e hoje vive talvez a melhor fase da carreira – com o azar de não ter Neymar como companheiro, como teve no Santos até 2012. Mas foi exatamente a partir de um desafio traçado por Bauza que Ganso aprimorou características ofensivas, e não defensivas, como sugeria a crítica de Dunga.

Bauza faz frequentes e intensos elogios a Ganso e, repetidas vezes, diz que a principal conversa que teve com o meia ao assumir o São Paulo foi traçar o objetivo de que ele precisaria voltar à seleção brasileira. Hoje, Ganso participa até menos da fase defensiva no São Paulo do que participou com outros treinadores, mas tem feito mais gols, dado mais assistências e tentado jogadas individuais com maior frequência – tem sete gols no ano e é o líder do time em passes para gol.

Na seleção brasileira, Ganso encontrará o companheiro Rodrigo Caio, zagueiro, e os ex-companheiros Lucas e Casemiro, também do São Paulo, e Gabigol, do Santos. Além deles, reencontrará Rogério Ceni, que exerce o cargo de auxiliar técnico pontual na Copa América de 2016.

A briga por posição de Ganso começa na reserva, com Lucas Lima. No time titular, terá de disputar espaço com Renato Augusto e Elias, que jogam pelo centro do meio de campo de Dunga.