Conselheiros do grupo ‘Força São Paulo’ protocolaram no último dia 31 de maio uma moção de desconfiança contra o presidente do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, no qual reprovam a ação do mandatário de reintegrar Ataide Gil Guerreiro à diretoria executiva. Para ser aceita, ela precisa do voto de 75% dos integrantes do Conselho.
Antes conselheiro vitalício, Gil Guerreiro foi expulso do órgão no dia 25 de abril por várias acusações, entre elas ‘tentativa de assassinato’ ao ex-presidente Carlos Miguel Aidar, agressão a um ex-conselheiro (em 2004) e assinatura de um contrato no qual havia acordo de comissão com a namorada do mandatário.
Com a expulsão, o cartola pediu demissão da diretoria de relações institucionais, cargo que passou a ocupar em 21 de março deste ano. Mas acabou sendo reconduzido ao posto por Leco dois dias depois após o episódio no conselho deliberativo.
“Porém, estranha e surpreendentemente, o atual presidente da Diretoria , contrariando toda a lógica, bom senso e ao invés de preservar a imagem e interesses do SPFC – como se nos quadros do E. Conselho não houvesse outro nome capaz de preencher a diretoria, acabou por aceitar o pedido de entrega do cargo do conselheiro cassado e resolveu, inusidatamente, manter o direitor que teve o mandato cassado”, diz trecho do documento.
“O Sr. presidente da Diretoria mostrou seu completou pouco caso com os ilustres conselheiros do SPFC, demonstrou ignorar a soberania do E. Conselho Deliberativo, desrespeitando cada um de seus membros”, está escrito em outro trecho (veja abaixo).
O documento cita ainda o assessor especial da presidência, Rodrigo Gaspar, que no inicio do ano disparou críticas aos jogadores Rodrigo Caio e Michel Bastos pelo Twitter, além de atacar o então funcionário Milton Cruz, mas permaneceu no cargo.
“A moção é baseada no artigo 50 do estatuto social do São Paulo. Trata de uma ação que afronta o documento máximo do clube, como neste caso em que o presidente reconduziu o Ataíde à diretoria executiva do São Paulo após ele ter sido expulso com maioria de votos no conselho”, explicou o conselheiro Eduardo de Barros, coordenador da ação, à ESPN.
“Quando o Ataíde foi expulso do conselho nós não pensávamos que o presidente o colocaria de volta na diretoria executiva. Por isso decidimos pela moção”, completou.
Cerca de 20 conselheiros assinaram a moção no dia 31 de maio, mas os nomes na lista aumentaram depois disso. Se houver um número expressivo de assinaturas, o presidente do conselho deliberativo, Marcelo Pupo, terá que colocar o tema em votação.
Procurado pela reportagem, o presidente do São Paulo informou via assessoria de imprensa do clube que não se pronunciaria sobre o caso.