A pausa na Libertadores só atrapalhou o São Paulo

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ESPNFC.com

Pedro Cuenca

Em 18 de maio de 2006, o São Paulo se classificou para a semifinal da Libertadores. A competição, então, parou por conta da Copa América Centenário e aí o cenário de empolgação foi por água abaixo. O time que parecia embalado entrou num momento ruim. Os jogos decisivos contra o Atlético Nacional se aproximam e o desastre parece mais do que certo, por incrível que pareça.

Nos últimos 40 dias, o São Paulo perdeu tempo, só isso. Fora de campo, ficou sem Luiz Cunha, diretor de futebol muito elogiado e que vinha fazendo um bom trabalho no clube. Uma das peças fundamentais no acerto recente da equipe acabou saindo por divergências com outros dirigentes, expondo que problemas ainda acontecem internamente.

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Dentro de campo, um desastre. Desde a classificação na Libertadores que o São Paulo não faz UMA só partida decente. Jogos fracos, desinteressados e, principalmente, muitos tropeços. O Tricolor simplesmente abdicou de jogar um torneio apostando que vai ganhar o outro.

Enquanto ficou pensando na Libertadores, o Brasileirão passou na nossa frente e o time ficou estacionado. Em caso de título na competição continental, tudo maravilhoso. Em caso de eliminação para o Atlético Nacional, porém, a realidade vai bater e o time vai precisar acordar para se salvar no Brasileirão, muito atrás dos líderes e sem o ímpeto de antes.

 

Rubens Chiri / São Paulo FC

Rubens Chiri / São Paulo FC
Contra o Santos, pouco futebol e menos vontade ainda

 

Contra o Santos, por exemplo, um time preguiçoso, desligado e sem a menor vontade de estar em campo. Sem todos os titulares, a equipe ainda abusou dos erros e se mostrou frágil quando perde uma pessoa importante, como Ganso. Alguns jogadores que voltaram de lesão também mostraram estar mal tecnicamente, principalmente João Schmidt.

Times mistos, muitas lesões e uma falta de ânimo absurda. Assim foi o São Paulo das últimas semanas. O elenco curto e com pouca qualidade também prejudicou o clube. Com isso, cria-se uma pressão enorme para os jogos da Libertadores nos dias 6 e 13 de julho. E o pior de tudo: de forma desnecessária.

Isso sem contar a torcida que não comparece ao estádio porque “também está se poupando para a Libertadores”, mas isso é assunto para outro texto.

No último mês, o São Paulo só perdeu tempo e enrolou os torcedores. Pior para todo mundo: o embalo da classificação se foi e o castigo na Libertadores está mais próximo do que imaginavam. Tudo isso por conta da preguiça de nossos jogadores. Que a lição seja aprendida enquanto houver tempo.