São Paulo, Ganso, Sevilla e DIS: veja a equação que pode selar saída do meia

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globoesporte.com

Alexandre Lozetti e Marcelo Hazan

Com expectativa de uma proposta de 9 milhões de euros, Ganso é centro de um jogo de interesses que envolve prazo de contrato, clubes e investidor dono de percentual

Ganso São Paulo (Foto: Eduardo Carmim / Brazil Photo Press / Estadão Conteúdo)

Ganso está na mira do Sevilla (Foto: Eduardo Carmim / Brazil Photo Press / Estadão Conteúdo)

Enquanto trabalha intensivamente para se recuperar de um estiramento na coxa direita e voltar ao time do São Paulo o mais rapidamente possível, Paulo Henrique Ganso tem a expectativa de que o Sevilla faça nova proposta para contratá-lo.

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O valor da segunda investida seria de 9 milhões de euros (R$ 33,2 milhões). O presidente Carlos Augusto de Barros e Silva disse que os 8 milhões de euros oferecidos previamente pelos espanhóis “estavam longe” do que ele quer pelo meia.

Há nessa negociação algumas pontas a serem unidas. Ganso pediu para ser vendido. Gostou da ideia de jogar no Sevilla sob o comando de Jorge Sampaoli, campeão da Copa América de 2015 pelo Chile, e perto do amigo Neymar, que está no Barcelona. Sua relação com o São Paulo é tranquila, embora ele se incomode com o fato de não ter recebido aumentos salariais.

Hoje, o São Paulo tem 32% de seus direitos econômicos, enquanto 68% pertencem ao grupo DIS. Isso significa que, na hipótese de o clube aceitar os R$ 33,2 milhões, ficaria com R$ 10,6 milhões. Valor menor do que o investimento feito em 2012, quando pagou R$ 16,4 milhões dos R$ 23,9 milhões ao Santos.

Aí entra outro elemento importante: o término do contrato.

Ganso tem vínculo com o Tricolor até setembro de 2017. Significa que, no início do ano que vem, ele poderá acordar sua saída para outra equipe sem que o São Paulo ou o DIS recebam compensações financeiras. A tendência neste momento é que Ganso saia nesta atual janela de transferências. Vai ser medido o poder de barganha de cada uma das partes.

O DIS está disposto a negociar e ceder determinado percentual ao São Paulo, desde que não tenha grande prejuízo na operação. A empresa investiu R$ 7,5 milhões em 2012 para ajudar a viabilizar a saída de Ganso do Santos para o Morumbi. Conta a favor do camisa 10 a boa relação com Delcir Sonda, dono da empresa que não deve colocar empecilhos no futuro do meia.

Se de fato ceder um percentual, a empresa dará ao clube mais motivos para efetuar a transferência. Por quê? Porque o DIS não tem direito de vender. Investidores não podem ter nenhuma interferência nos direitos federativos, no contrato, no registro de um jogador. Sua atuação limita-se à área financeira.

Então, se Ganso sair no ano que vem, de graça, o prejuízo do DIS seria maior do que o do São Paulo. Clube e investidor poderão negociar que percentual agrada a ambos para que a venda de Ganso seja realizada agora.

Em resumo: Ganso quer jogar no Sevilla. O Sevilla quer Ganso e pode aumentar a proposta para 9 milhões de euros. Seu argumento para não aumentar a oferta é a proximidade do fim do contrato do jogador. O São Paulo aceita vendê-lo, principalmente diante do pedido do jogador, mas vai tentar ganhar o máximo possível, inclusive com cessão de percentual por parte do DIS. O DIS também torce pela negociação, e pode ceder para não ficar zerado, pois não tem poder de decidir sobre a negociação.

Se toda essa equação for resolvida, Ganso voltará da lesão na coxa direita para fazer seus últimos jogos com a camisa do São Paulo.