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Marcelo Hazan e Marcelo Prado
Com Lugano, herdeiro de Ceni, no time titular, Tricolor joga por vaga na decisão da Libertadores depois de ter Michel Bastos, Denis, Hudson e Maicon com a faixa do Mito
A foto acima ilustra o momento em que Rogério Ceni, capitão do São Paulo por mais de 16 anos, em seu jogo de despedida, passou a faixa para Diego Lugano. O gesto simbolizou apoio do goleiro à manifestação da torcida para que a diretoria contratasse o ídolo uruguaio. Deu certo, mas, ao contrário do que se imaginava, o zagueiro não herdou a faixa.
Lugano não é um titular de todas as rodadas, e Edgardo Bauza acha que o capitão deve ser alguém que esteja sempre em campo. Nada ilustra tão bem a anunciada dificuldade de substituir o goleiro. Nessa Libertadores, o Tricolor já teve quatro capitães. E poderá ter o quinto na noite desta quarta-feira, a partir das 21h45, no duelo decisivo contra o Atlético Nacional, em Medellín.
É que Lugano, dessa vez, será titular, e justamente no lugar do atual capitão Maicon, expulso na derrota por 2 a 0 no Morumbi. O São Paulo precisa devolver esse placar para provocar pênaltis – qualquer outra vitória por dois gols de vantagem, como 3×1, 4×2, e daí por diante, classifica o time brasileiro no tempo normal.
A trajetória da capitania tricolor teve início no braço de Michel Bastos. Experiente, titular da lateral esquerda da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2010, ele foi o primeiro eleito pelo Patón para liderar o time em campo. Mas depois de um início irregular e um pênalti perdido na Libertadores, Michel se tornou o principal alvo dos protestos de parte da torcida, principalmente as organizadas.
Uma das maneiras de preservá-lo foi transferir a faixa para o braço do goleiro Denis, tido como profissional exemplar no grupo e presença constante entre os titulares.
Bauza, entretanto, não contava com as falhas cometidas pelo sucessor de Ceni. A expulsão contra o The Strongest foi a brecha para uma terceira tentativa. Diante do Toluca, nas oitavas de final, enquanto o goleiro cumpria suspensão, o volante Hudson assumiu o posto.
Desde então já havia uma percepção de que o zagueiro Maicon tinha características para ser o novo capitão. Só que ele estava emprestado por seis meses, só até 30 de junho, e Bauza não queria um líder provisório. Mesmo assim, quando Hudson se machucou, no fim de maio, Maicon passou a ser o capitão no Brasileirão e, contratado em definitivo, usava a faixa no fatídico jogo da expulsão, a primeira semifinal contra o Atlético Nacional.
Nesta quarta, Bauza pode devolver a faixa a Hudson ou entregá-la, enfim, a Lugano. Pela representatividade do uruguaio e do jogo, em que o São Paulo tem uma missão árdua na tentativa de se classificar à final, não é uma possibilidade a se descartar.
São Paulo e Atlético Nacional se enfrentam às 21h45 no estádio Atanasio Girardot, em Medellín. O jogo terá com transmissão da TV Globo e do SporTV. O GloboEsporte.com acompanhará a equipe desde a manhã até o pós-jogo, em Tempo Real. O finalista vai enfrentar o ganhador do confronto entre Boca Juniors e Independiente Del Valle. Os argentinos tentarão, quinta-feira, na Bombonera, reverter a derrota de 2 a 1 em Quito.
