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Pedro Cuenca
É triste, mas é verdade. O argentino Patón se vai e nos deixa sem treinador em um momento crucial da temporada.
Todo mundo na vida tem um sonho, um objetivo, uma coisa maior que te motiva. No caso de Bauza, assumir a seleção de seu país é o auge. Se você espera que ninguém te julgue quando deseja seguir seu sonho, por mais idiota ou sem sentido que ele pareça, não faça isso com ele. Até porque Patón foi grande em todos os momentos e por isso vai deixar saudades.
O treinador foi gigante ao deixar o San Lorenzo, clube que é ídolo, e assumir o São Paulo como estava no final de 2015. Vindo de uma goleada para o rival, bagunçado internamente e sem um elenco bem definido. Patón não fugiu disso e assumiu a bomba, mesmo sabendo que poderia se queimar no mercado internacional. Isso não foi problemas pra ele, nunca será.
Com dificuldades, tentou dar a sua cara para o time enquanto tropeços e até quedas apareceram no caminho. Foi ruim no começo? Talvez, mas levou o time até a semifinal de Libertadores. Você pode questionar muitas coisas, mas não pode negar que Bauza mudou o estilo do Tricolor.
De time morto, viramos aguerridos; de abatidos, viramos aqueles que buscam o resultado. Querendo ou não, sua vontade entrou na cabeça de muitos jogadores (vamos tirar o Michel Bastos disso, claro) e levou o São Paulo a voos mais longes. Claro que nem tudo foi perfeito, como sua insistência com alguns jogadores durante a temporada, mas precisamos lembrar que o elenco é fraco e as contratações pedidas demoraram muito tempo para se concretizarem.
Bauza acabou sendo uma peça fundamental no processo de reconstrução do São Paulo após a crise política de Aidar. Deu jeito dentro de campo e até mesmo fora, em algumas ocasiões.
Você pode argumentar que, diferente de Osorio, o clima político do clube favorecia a permanência do argentino, mas não é bem assim. Não se sabe quando vai pintar outra oportunidade como essa, mesmo que a AFA esteja bagunçada e até mesmo sem presidente definido. Centurión não é Messi e o treinador sabe bem disso. Ter a chance de trabalhar com os melhores é rara e nem sempre passa duas vezes.
Entre os dois, no entanto, algo em comum: ambos vão deixar saudades. Sabiam que o desafio no São Paulo seria difícil, mas mesmo assim assumiram a situação e foram brilhantes até onde deu: o fim. Osorio e Bauza mostram que, se há algo que tem sido bom no time paulista, é a capacidade de escolher bons treinadores, de renome internacional e aptos para assumirem seleções de médio para alto nível.
O problema é que agora ficaremos órfãos. No mercado brasileiro, não há ninguém que agrade ou que possa fazer um bom trabalho. Luxemburgo e Abel Braga são peças fracas, ainda mais para controlarem o São Paulo que precisa de reestruturação. Fora do país, seria um processo longo de busca por alguém. Pintado, o auxiliar técnico, pode ser a pessoa para conduzir o time, pelo menos até o fim da temporada.
Bauza se vai e nos deixa, desde já, com saudades. Boa sorte, Patón, e vê se aparece por aqui no futuro!
Esse texto resumiu um pouco do que eu eu penso, assim como acho que nenhum técnico brasileiro está apto para reconstruir ou assumir o atual São Paulo.
Por mais que eu o criticava ainda não vejo melhor opção que o Bauza para esse elenco, uma pena que saiu e teve mais acertos que erros, pegou um time limitado e sem raça e transformou pelo menos em um time aguerrido, fomos longe graças ao treinador. Boa sorte na seleção Paton.
Texto muito bom! Com poucas peças, ele fez o mínimo. Deu cara ao time, raça. Fomos longe. Errou menos que acertou. Valeu Patón!