São Paulo e Inter empatam; jogo foi exercício de paciência aos torcedores

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De Vitor Birner

Internacional 1×1 São Paulo

Se combinassem, as agremiações teriam dificuldade para conseguir com tanta precisão aumentarem a insatisfação dos torcedores.

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Mas, ‘sí se puede’. O  jejum do Inter ficou maior, o São Paulo de novo teve desempenho aquém do possível e houve irregularidades no cumprimento das regras em ambos os gols.

Pobre na criação

Ricardo Gomes, nas entrevistas, afirmou que preferia em princípio manter a estrutura do time. Cumpriu ao optar por escalação e estrutura coletiva quase iguais as que Edgardo Bauza implementou.

Kelvin, Michel Bastos e Cueva no trio que pode ser quarteto se Hudson, colega de João Schmidt na dupla de volantes, avança para a meia.  Os laterais Buffarini e Mena puderam apoiar e a ideia era a agremiação tocar a bola no campo de frente.

O volume de jogo do time foi pequeno e o sistema de marcação, por isso, teve que ser o pilar do empate. Foram apenas quatro finalizações em todo o jogo.

O gol aconteceu em cruzamento na cobrança de falta. Hudson, centímetros impedido, participou e após a confusão na área, tomou o carrinho de Paulão. Houve o pênalti que Cueva acertou e comemorou.

O peruano foi o melhor da agremiação do Morumbi. Antes dos 34 minutos, quando fez esse gol, tinha conseguido o único chute do São Paulo e Danilo Fernandes feito a intervenção.

Fundamental: após isso, o jogador do Inter se transformou em torcedor no gramado.

Houve mais duas tentativas de o clube do Morumbi ampliar, nenhuma em direção ao goleiro que atuou no Sport.

Denis brilha após as alterações

O Inter teve a iniciativa de tentar o gol. Foi assim durante todo o jogo.

Apesar de conseguir algumas finalizações, não houve nenhuma grande oportunidade enquanto o treinador manteve a formação. Roth alterou o time após instruir os jogadores no período do descanso regulamentar.

Ariel entrou, Nico López saiu, o time que não conseguia entrar na área tocando a bola e finalizar em condições de igualar, aumentou a quantidade dos cruzamentos com o centroavante que faz o pivô.

Assim, forçou o Denis a fazer no mesmo lance duas grandes intervenções, além de outra no mesmo lance; em seguida, o Seijas finalizou e Lyanco desviou para o travessão quando a bola entraria no gol. O São Paulo teve sorte.

Ricardo Gomes, ao notar o aumento das lacunas, trocou Kelvin por Wesley. Queria aumentar a posse de bola, diminuir a velocidade do jogo e fortalecer o lado direito do sistema de marcação.

Mais tentativas para fortalecer a criação 

Eduardo Sasha fez alguns cruzamentos, se esforçou, mas tecnicamente rendeu pouco. Willian foi ao campo para jogar como atacante e ala na direita.

Apenas quando o Ceará se cansou e teve que sair, o campeão olímpico foi recuado à lateral, posição na qual habitualmente atua.

Durante alguns minutos a agremiação do Morumbi conseguiu manter a bola no meio. Tinha grandes lacunas para acertar o contra-ataque, mas não fez nenhum. O campo de frente no máximo com Chavés e os equívocos na transição anularam a hipótese de ampliar o resultado.

O mérito e a sorte

Mena, de carrinho, quase em cima da linha, impediu o gol.

João Schmidt foi mole na marcação, tinha que parar o lance no início,  e Ariel, na área, finalizou.

O chileno e o goleiro eram, naquele momento, candidatos a heróis do time que conseguia ganhar jogando pouco futebol. Isso acabou no gol de empate.

Paulão fez falta em Wesley no meio de campo .

O zagueiro tocou para Seijas cruzar e Lyanco, que tinha evitado o gol noutro lance, se equivocar no tempo de bola e permitir ao Ernando cabecear torto no pé de Mena, antes do Denis escorregar e observar a bola entrar lentamente no gol. A comemoração e principalmente o desempenho melhor turbinaram o time e a torcida que conseguiram igualar o resultado.

Oportunidade para encerrar o jejum

Buffarini desperdiçou a bola no meio de campo. Ariel tocou para o volante Eduardo Henrique, que foi derrubado pelo ‘hermano’ dentro da área. Pênalti no último minuto para encerrar o jejum e garantir a virada que o time tanto necessita.

Valdívia cobrou na direita, o Denis pulou daquele lado, mas a finalização para fora sequer exigiu do goleiro a intervenção.

Hudson e Michel Bastos saíram, nos acréscimos. Entraram Gilberto e Carlinhos, mas sequer participaram do empate.

Imagino que ninguém comemorou

As torcidas e os jogadores ficaram insatisfeitos. O Inter, apesar do desempenho mediano, foi melhor e teve a possibilidade concreta de ganhar.

O São Paulo, apesar de quase nulo na criação, poderia segurar o resultado favorável se o sistema de marcação mantivesse o rendimento após as alterações.

Os treinadores recém foram contratados e nenhuma das opções que fizeram no jogo merece grandes críticas. Obviamente, se imaginam que podem classificar as agremiações para a Libertadores, têm que arrumar as soluções para melhorarem muito o futebol que mostram nos gramados.

Ficha do jogo

Internacional – Danilo Fernandes; Ceará (Andrigo), Paulão, Ernando e Artur; Fabinho, Eduardo Henrique, Seijas e Valdívia; Eduardo Sasha (Willian) e Nico López (Ariel)
Técnico: Celso Roth

São Paulo – Denis; Buffarini, Maicon, Lyanco e Mena; João Schmidt; Kelvin (Wesley), Hudson (Carlinhos), Michel Bastos (Gilberto) e Cueva; Chavez
Técnico: Ricardo Gomes

Árbitro: Gilberto Rodrigues Junior (Fifa-PE) – Assistentes: Clovis Amaral da Silva e Cleberson do Nascimento Leite