Ricardo Gomes completa dois meses de São Paulo, mas não arruma o time

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globoesporte.com

Marcelo Prado

Treinador chegou falando em luta por título ou vaga na Libertadores, mas a realidade é bem diferente e a equipe está a apenas três pontos da zona de rebaixamento

Ricardo Gomes, técnico do São Paulo (Foto: Érico Leonan / saopaulofc.net)

Ricardo Gomes já é questionado no comando do São Paulo (Foto: Érico Leonan / saopaulofc.net)

Ricardo Gomes completa neste domingo dois meses no comando do São Paulo. E a situação da equipe no Campeonato Brasileiro é cada vez pior. Hoje, a diferença para a zona de rebaixamento é de três pontos e a equipe, nos últimos cinco jogos, empatou duas vezes, perdeu três e marcou um gol – no 1  a 1 com o Sport.

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O treinador começa a ver sua permanência colocada em xeque, já que o presidente Carlos Augusto de Barros e Silva vem sendo muito pressionado para mudar o comando do time. A circunstância de uma derrota para o Fluminense, nesta segunda-feira, em Edson Passos, poderá culminar na sua demissão. Seu contrato não tem multa nem prazo para acabar.

Quando foi contratado, no dia 16 de agosto, Ricardo Gomes falou sobre o momento da equipe e pediu que todos esperassem um mês para que pudesse ser definido se a equipe lutaria pelo título nacional ou por vaga na Taça Libertadores de 2017. Á época, ele disse que não dava para o São Paulo ser o 12º colocado do Brasileiro. Agora, o Tricolor é o 14º lugar e o treinador é cada vez mais criticado pelos torcedores.

Abaixo, o GloboEsporte.com lista os problemas que Ricardo Gomes não conseguiu resolver desde que assumiu a equipe do Morumbi.

Ineficiência do ataque

Chavez São Paulo (Foto: MARCELLO ZAMBRANA/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO)
Chavez não marca gols há sete jogos e vem sendo criticado (Foto: MARCELLO ZAMBRANA/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO)

O ataque do São Paulo é o terceiro pior do Campeonato Brasileiro, com apenas 28 gols marcados em 30 partidas. O principal jogador do setor, Chavez, não sabe o que é balançar as redes adversárias desde o dia 11 de setembro, quando o time bateu o Figueirense por 3 a 1. De lá para cá, sete jogos se passaram. As outras peças também não rendem, tanto que no clássico contra o Santos, a surpresa foi a escalação de Robson como titular pela primeira vez. Ele até o foi bem, mas não conseguiu acabar com o jejum de gols.

Falta de criatividade no meio-campo

Cueva treina no São Paulo (Foto: Érico Leonan / saopaulofc.net)
No esquema de Ricardo Gomes, time é dependente de Cueva para criar no ataque (Foto: Érico Leonan / saopaulofc.net)

Ricardo Gomes aposta no esquema com três volantes e sempre um deles atua centralizado. Hudson fica na defesa, enquanto Wesley e Thiago Mendes têm liberdade para chegarem ao ataque. Mas na prática, isso não funciona. O time é extremamente dependente de Cueva, que ora atua centralizado, ora atua aberto pelo lado esquerdo do meio-campo. O treinador tem sido cada vez mais pressionado a utilizar um esquema mais ofensivo, sem um dos volantes.

Apostas em jogadores marcados pela torcida

Wesley São Paulo (Foto: Erico Leonan / site oficial do São Paulo FC)
Wesley é cada vez mais criticado pelos torcedores, mas segue titular (Foto: Erico Leonan / site oficial do São Paulo FC)

Uma das principais críticas ao trabalho de Ricardo Gomes é que ele insiste em atletas que há tempos não rendem. Wesley é um exemplo disso. Na maioria dos jogos, erra tudo que tenta, mas segue como titular. Hoje é disparado o jogador do elenco mais criticado pela torcida. Contra o Santos, sua saída foi aplaudida de pé pelos são-paulinos que estavam presentes no estádio do Pacaembu. Michel Bastos foi titular contra o Sport e sequer relacionado contra o Santos.

A visão da diretoria sobre o trabalho de Gomes

Reta final do São Paulo: oito jogos (Foto: GloboEsporte.com)

Os duelos contra Flamengo (empate sem gols), Palmeiras (derrota de virada por 2 a 1) e Santos (revés por 1 a 0) são exemplos para a diretoria de jogos em que a vitória não veio, mas o Tricolor não atuou mal. Diante do Rubro-Negro, Chavez perdeu a chance mais clara do duelo, assim como no clássico contra o Santos. No Choque-Rei, dois gols em bolas paradas, deficiência da equipe, selaram o resultado negativo.

Por outro lado, as derrotas diante de Vitória e Sport deixaram clara a queda de rendimento da equipe no segundo tempo. Apesar de reconhecer a falta de qualidade ofensiva do elenco, a visão da diretoria é de que o time deveria conseguir resultados melhores e poderia estar melhor na tabela. Ainda assim, dirigentes não se eximem da responsabilidade pelo momento ruim.