Jogo com Buffarini e ação de Pintado: como Cueva veio para o São Paulo

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GloboEsporte.com – Marcelo Hazan

Cueva São Paulo (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)Cueva foi destaque no Majestoso com goleada do São Paulo por 4 a 0  (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)

Cueva é o principal jogador do São Paulo desde as saídas de Calleri e Ganso. Astro da goleada por 4 a 0 no Majestoso com gol de pênalti e três assistências, ele é o artilheiro do elenco ao lado de Chavez, com sete bolas na rede cada. A contratação do peruano, em junho, teve bastidores curiosos.

Cueva despertou interesse do Tricolor em um duelo entre San Lorenzo e Toluca, em abril, pela Taça Libertadores. De olho em Buffarini, então lateral-direito do clube argentino pedido por Edgardo Bauza, o São Paulo se surpreendeu com o desempenho do peruano.

Pela esquerda do ataque do Toluca, que venceu de virada por 2 a 1, Cueva se destacou justamente em cima de Buffarini. A partir daí o departamento de análise de desempenho passou a colher informações do atleta em outros jogos. Até então, Bauza não o conhecia.

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Em maio, o São Paulo enfrentou o Toluca pelas oitavas de final da Taça Libertadores: venceu por 4 a 0 no Morumbi, e perdeu por 3 a 1 no México, mas seguiu adiante. Pintado, auxiliar fixo do Tricolor, tinha a missão de logo após o apito final conversar com Cueva. Ainda no gramado, o profissional falou com o peruano, assustado pela abordagem e surpreso pelo interesse brasileiro. O irmão do meia também participou das conversas no vestiário do São Paulo, no estádio Nemesio Diez.

Pintado e o então diretor-executivo Gustavo Vieira de Oliveira combinaram de encontrar Cueva e o irmão no hotel do São Paulo em Toluca. Em sigilo, conversaram no estacionamento do local, onde também pegaram o telefone do empresário do meia. O papo animou o peruano, encantado com a possibilidade de defender o Tricolor.

A transferência de Cueva foi definida com compra de 100% dos direitos econômicos por US$ 2,5 milhões, equivalente à época a R$ 8,8 milhões, a serem pagos em parcelas divididas por três anos

Na semana seguinte, o agente de Cueva viajou para a capital paulista, e o São Paulo negociou a contratação com o clube do peruano. A transferência foi definida com compra de 100% dos direitos econômicos por US$ 2,5 milhões, equivalente à época a R$ 8,8 milhões, a serem pagos em parcelas divididas por três anos. Embora fosse do Toluca, os direitos de Cueva eram ligados ao Tigres. Com acerto alinhado depois dos jogos com o Atlético-MG, nos dias 11 e 18 de maio, o Tricolor só anunciou a contratação com vídeos de Cueva já na seleção peruana para a disputa da Copa América, no dia 2 de junho.

Foi a contratação do próprio Cueva que causou divergência entre o então diretor de futebol Luiz Cunha e Gustavo Vieira. Cunha saiu no dia 7 de junho. Ele queria priorizar dinheiro para investir na permanência de Maicon, posteriormente confirmada. A contratação do peruano foi autorizada pelo presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, e o ex-diretor decidiu sair por entender que houve quebra de hierarquia. Mais adiante, em setembro, o próprio Gustavo deixou o Tricolor, sob muita pressão.

– Ele saiu porque o São Paulo quis, foi uma decisão em conjunto do departamento de futebol. Porque ele sofreu, ao longo dos tempo, um crescente desgaste. Ele é um profissional sério, competente, qualificado, mas que vinha sofrendo desgaste. É preciso ter sempre um bode expiatório. Enquanto o time estava bem na Libertadores, nós chegamos na semifinal, tudo estava bem. De repente, começamos a descer um pouco a escada, e o time passou a ser rebaixado – disse Leco, em entrevista ao GloboEsporte.com.