Derrota da oposição alimenta lobby por Casares para presidente do São Paulo

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UOL –  Blog do Perrone

Derrota sofrida pela oposição do São Paulo na última terça na eleição de seis conselheiros vitalícios fez crescer entre os oposicionistas o lobby para a candidatura de Júlio Casares à presidência do clube em abril como uma terceira via. Seria um nome intermediário entre oposição e situação.

Mas o apoio também gerou pressão para que ele defina rapidamente se será candidato e críticas por não ter participado da votação no conselho.

A vitória situacionista por 100 a 67 foi lida por parte significativa da oposição como um sinal de que sozinhos os opositores não conseguirão derrotar a situação. Precisariam de um reforço de fora, de um dissidente do grupo que está no poder, dando um rosto mais conciliador para a chapa.

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Casares é o coordenador do partido do atual presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, mas não concorda com muitos pontos da administração. Porém, ele (mesmo sem ter ido votar) e Roberto Natel, que deixou a vice-presidência do clube e pretende disputar o posto de candidato da situação com Leco, apoiaram nomes da chapa situacionista na eleição do conselho. Isso reforçou na oposição o sentimento de que é necessária uma aliança para vencer em abril.

Até a votação de terça, a oposição se sentia forte por ter barrado a assinatura do novo contrato com a Globo para a transmissão de jogos do Brasileirão em TV aberta. Mas, nomes de fora do grupo oposicionista tradicional, como Casares, também foram contra a aprovação do contrato.

Antes da derrota no conselho, José Roberto Opice Blum, presidente da comissão de ética do órgão, tinha larga vantagem entre os nomes apoiados pelos opositores para a candidatura à presidência, só que o novo resultado alimentou a ideia da terceira via.

Procurado pelo blog, Casares negou que tenha decidido se candidatar e afirmou que não foi à votação porque está viajando. “Estou de férias. Neste momento, não estou pensando na eleição de abril. Digo ainda que o São Paulo precisa de união entre oposição e situação para construir um novo modelo de gestão”, declarou o ex-vice-presidente.

Entre os argumentos dos que apoiam sua candidatura está a boa relação que mantém com o empresário Abilio Diniz, sócio são-paulino e ferrenho crítico de Leco. O apoio dele à gestão é visto como um ponto importante na tentativa de pacificação do clube.