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José Eduardo Martins
Mesmo sem ser tão conhecido do grande público, Júnior Tavares chega ao profissional como uma das apostas do técnico Rogério Ceni. Destaques das categorias de base, o jogador assinou contrato com o São Paulo de três temporadas e tem boa chance de ser utilizado na Florida Cup, nos Estados Unidos.
Como Mena não renovou o seu vínculo com o clube e Carlinhos não faz parte dos planos, o lateral esquerdo, de 20 anos, virou uma das principais opções para a posição. Além do novato, o técnico estuda deslocar o argentino Buffarini da direita para a ala esquerda.
“A pressão na lateral é igual em todo o Brasil, porque o país está carente de laterais. A responsabilidade é grande no São Paulo, mas vou me preparar da melhor forma. Na pré-temporada, vamos mostrar serviço nos treinos e o professor vai optar o que for melhor”, disse Júnior, que recebeu o telefonema de Rogério Ceni para ser convocado para o time principal do Tricolor.
“Ele conversou comigo por telefone e pessoalmente. Eu o respeito muito pela história que tem. Ele me pediu para manter o comprometimento do sub-20, para vê-lo da mesma forma que o André Jardine [técnico da base] e para manter a tranquilidade. Ele ainda falou que vai ser a estreia dele e a minha. As questões na lateral vão acontecer, fui promovido, agora se vai me usar ou não é decisão dele”, completou Júnior.
Rogério Ceni não é o primeiro nome famoso no futebol que aposta no talento do lateral. Quando surgiu nas categorias de base do Grêmio, Júnior contou com o apoio de Luiz Felipe Scolari, que o profissionalizou.
“Ele (Felipão) me chamava de filho, falava que era o meu pai. Vou levá-lo para toda a vida. Sempre dava recado e puxava os problemas para ele”, disse o lateral, que perdeu espaço após a saída do treinador e a chegada de Roger.
“O Felipão gostou de mim e me subiu. Disputei com ele jogos da Copa do Brasil e do Brasileirão, até mesmo contra o São Paulo. Mas o Grêmio trocou o treinador e não tive sequência. Cada técnico tem seu gosto e respeito a opinião dele. Respeito o Grêmio, não tenho nada contra até porque foi o clube que me abriu as portas”, reconheceu o ala.
Entre as suas qualidades, Júnior destaca a bola parada. Para aprimorar as cobranças de falta no profissional, o lateral já sabe para quem vai pedir dicas nesta temporada.
“Sou um jogador leve, habilidoso, que vai para cima dos adversários e bate bem faltas, tanto as frontais quanto as laterais. Já me compararam ao Marcelo (do Real Madrid) quando eu jogava no Grêmio. É lógico que vou pedir conselho para o Rogério Ceni. Ele era um dos melhores batedores do Brasil. Conheço toda a história dele. Ele ficou um ano fora estudando para assumir o novo cargo. Será uma honra ficar ao lado dele e espero que dê tudo certo”, finalizou o lateral.