LANCE
Três dias antes do Tricolor anunciá-lo como reforço, contratação chegou a ficar desfeita, mas volante abriu mão de benefícios pelo acerto e agora espera estrear neste sábado
De última hora, o São Paulo conseguiu regularizar a documentação de Jucilei, inscrevê-lo no Campeonato Paulista e levá-lo com a delegação para a partida deste sábado, às 19h30, contra o Novorizontino. Mas essa viagem a Novo Horizonte e toda a trajetória que o volante construirá no clube a partir da sexta rodada do Estadual poderiam nem sequer existir.
No dia 12 de fevereiro, ao lado do argentino Lucas Pratto, Jucilei subiu ao gramado do Morumbi e foi saudado por mais de 50 mil torcedores que veriam a goleada por 5 a 2 sobre a Ponte Preta, horas depois de assinar o contrato de empréstimo até o fim do ano. Três dias antes, porém, o meio-campista precisou bater de frente com seu ex-clube para que a chegada ao Tricolor não melasse.
O São Paulo já havia feito de tudo para ter seu novo camisa 25. Na segunda quinzena de janeiro, oficializou proposta para o Shandong Luneng (CHN), que aceitou liberar Jucilei diante da nova regra de estrangeiros na China. O jogador também estava acertado com os paulistas, mas a conclusão das tratativas foi se arrastado pelas semanas seguintes.
A impaciência tomou conta dos brasileiros. Jucilei decidiu voltar para sua cidade natal, São Gonçalo (RJ), já com todos seus pertences e contratando um personal para concluir a pré-temporada. Já o Tricolor resolveu incrementar sua proposta. O Shandong gostou do que viu e prometeu uma resposta após o feriado do ano novo chinês, que terminou sem nenhuma definição.
Quando 9 de fevereiro chegou, Jucilei já estava a caminho de São Paulo, mas foi surpreendido com a notícia de que as negociações estavam prestes a ser canceladas. A cada vez que os chineses devolviam o contrato para os tricolores, mudanças no acordo eram flagradas e obrigavam novas discussões, o que por pouco não causou a desistência são-paulina.
Jucilei resolveu tomar as rédeas da situação. Acionou o empresário Nick Arcuri e bateu de frente com o Shandong. Decidiu até abrir mão de benefícios e vantagens de seu contrato para que a proposta do São Paulo fosse aceita de vez. Atitude de quem não via a hora de voltar ao futebol brasileiro e queria retribuir o esforço do clube do Morumbi.
Para estrear neste sábado, como titular ou saindo do banco de reservas do time mantido sob mistério por Rogério Ceni, ainda sobrou mais um pouco de emoção, pela demora para a chegada de documentos da China que finalizariam sua regularização na CBF. A boa notícia chegou na tarde da última sexta-feira, para o volante e para o Mito.
– Ele vem treinando bastante e precisaria diminuir essa carga para ver quantos minutos poderá ficar em campo. Vamos ver primeiro a física, porque na técnica confio demais – ponderou o técnico tricolor.