Birner: Privilegiado, R. Ceni tem a ‘regalia’ que todos os técnicos do país sonham

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De Vitor Birner

Goleada de paz

Dorival, após contribuir para o Santos ser vice-campeão do país, mesmo sem ter o segundo melhor elenco,  foi muito questionado nesse início de temporada.

Fábio Carille, com grupo de jogadores que oferece poucas opções,, em especial na criação, porque os mais habilidosos rendem menos que podem, escutou críticas após algumas atuações da agremiação.

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Eduardo Baptista é alvo de tudo que desagrada a torcida. Nenhuma atuação individual ou a óbvia necessidade do time entrosar e ter prioridades maiores que o Estadual brecou as reclamações quando as atuações foram abaixo do potencial dos atletas.  Alexandre Mattos confiou, mas os palestrinos têm restrições à contratação.

Rogério Ceni é exceção.

O mar no qual navega tem menos ondas que o percorrido pelos colegas. Os equívocos, normais como os dos técnicos citados, são colocados de lado e os acertos exaltados. É uma condição privilegiada e atípica que facilita a implementação da proposta de futebol.

A condição de ídolo e os resultados contra agremiações pequenas e as atuações convincentes diante de Ponte Preta e Santos moderaram as cobranças usuais. Os outros, com certeza, seriam questionados após o clássico.

Osório, Doriva, R. Gomes e Bauza

Por que escalou Buffarini em vez de Bruno, Douglas e não Lugano, insistiu com Denis e alterou a proposta de jogo diante do Palmeiras? Sabia que Eduardo Batista investiria no sistema de marcação alguns metros antes da área e o time tomou gols em lances que o Alviverde retomou a bola no campo de frente.

Alguns questionamentos inválidos – ambos os laterais na direita são inconsistentes nessa temporada, os antecessores que preteriram o zagueiro uruguaio foram criticados, a filosofia de futebol com marcação na frente e ousadia demora para ser implementada – seriam feitos para qualquer técnico que tropeçasse no clássico.

E mais: o apoio e preferência pelo goleiro que teve a temporada anterior toda para se firmar, tal qual a contratação de Sidão, seriam temas de críticas e gerariam indignação da torcida.

Os elogios ao Denis são antigos e mantidos apesar da óbvia necessidade de elevar o padrão embaixo das traves.

Mais que o desfalque da referência

Na entrevista coletiva do treinador após o tropeço do São Paulo no Allianz Parque, a ausência de Cueva foi o enfoque para embasar a queda de rendimento.

O peruano é, inquestionavelmente, o principal do elenco nesse momento da temporada. Com ele no gramado, o volume de jogo e as possibilidades para o time criar oportunidades aumentariam.

Mas houve equívoco duplo e a categoria de Dudu no gol inicial, a moleza de Cícero que foi indicado pelo técnico no de Tchê Tchê, e no último a lentidão do goleiro que Rogério, desde antes de pendurar as chuteiras, elogia.

A ausência do meia é muito pouco para embasar argumentos de quem pretende contar porquê o Palmeiras ganhoou com facilidade.

Transferiu para os dirigentes

Rogério, na entrevista, solicitou a contratação de alguém para a função que exerce o peruano. Quer o jogador com características iguais.

Sabe das dificuldades que o clube tem na parte econômica, ganhou reforços e deveria priorizar o desenvolvimento do Shailon que tem estilo distinto do Cueva. Ou, se preferir, indicar o jogador capaz de aceitar a reserva e manter o padrão do gringo no gramado.

Todos no Morumbi, inclusive o Rogério Ceni, sabiam que o ‘enganche’ seria convocado. Alternativas táticas e na proposta de futebol podem manter a competitividade a força coletiva.

‘Regalia’ para os padrões

Os treinadores necessitam tempo para acertar os times. Lances ensaiados, ajustes no sistema de marcação, alterações táticas e o fortalecimento coletivo exigem frequência e paz nos CTs das agremiações

Os times atuam duas vezes por semana. ou quase isso. Isso impede os técnicos de mostrarem a capacidade e as dificuldades na orientação e preparação dos  elencos.

As críticas para os colegas, nesse início de temporada, foram exageradas. Apenas Rogério foi agraciado com a paciência da torcida.

Há o prazo de validade

Os resultados ou o padrão de futebol do time nos maiores torneios determinará a manutenção dos questionamentos brandos. A tendência é que haja alguns outros focos de críticas antes de chegarem ao ídolo da agremiação.