Com técnicos iniciantes, mas em fases distintas, São Paulo e Corinthians duelam no Morumbi

440

Os caminhos que São Paulo e Corinthians percorreram neste início de ano têm tudo a ver com o perfil de seus técnicos e com a maneira como eles são vistos por seus clubes, que se enfrentam neste domingo às 19h no Morumbi no jogo de ida de uma das semifinais do Campeonato Paulista. A volta será no próximo domingo, em Itaquera.

É preciso voltar alguns meses no tempo para explicar porque veremos hoje o ofensivismo são-paulino ainda em construção de Rogério Ceni contra a segurança corintiana já algo consolidada de Fábio Carille.

Em 24 de novembro de 2016, o São Paulo anunciou Rogério Ceni como seu técnico, exatamente um ano depois de ele ter pendurado as luvas – período que ele usou para fazer estágios na Europa e se preparar para a assumir o cargo.

Publicidade

Enquanto isso, o Corinthians titubeava. Terminou o Brasileiro com Oswaldo de Oliveira, depois demitido apesar de ter ouvido a promessa de que ficaria. Falou-se em Vanderlei Luxemburgo e Guto Ferreira, flertou-se com Reinaldo Rueda e Dorival Júnior. Sem mais opções, o Corinthians ficou com o auxiliar que já estava lá: Fábio Carille.

Rogério-Ceni e Fábio Carille, técnicos de São Paulo e Corinthians (Foto: infoesporte)

Rogério-Ceni e Fábio Carille, técnicos de São Paulo e Corinthians (Foto: infoesporte)

Quando parou de jogar, Rogério deu uma entrevista ao GloboEsporte.com na qual afirmou que pretendia “ser dono do São Paulo”. Quando Fabio Carille foi anunciado técnico do Corinthians, o GloboEsporte.com publicou uma reportagem para explicar quem ele é.

Não se trata de comparar as trajetórias de Ceni e Carille no futebol, mas se explicar como isso impacta a forma como seus times jogam. Amparado no capital infinito de ser o maior ídolo da história do clube, Rogério tem margem para ousar e errar. Sabe disso e põe a situação a serviço de suas ideias.

O ex-goleiro pegou o caminho mais difícil. Tenta estabelecer um padrão de jogo ofensivo, com intensa troca de passes e com mais posse de bola do que o rival. Custa caro. O São Paulo tem o melhor ataque do Paulistão, com 32 gols anotados em 14 partidas, mas tem a pior defesa entre os finalistas: 20 gols sofridos. Está bastante ameaçado de eliminação na Copa do Brasil.

Compare com o Corinthians de Carille, que nos mesmos 14 jogos tomou menos da metade dos gols sofridos pelo São Paulo (9) e também gritou menos da metade dos gols são-paulinos (14). Está a um empate sem gols (em Itaquera) de avançar na Copa do Brasil, em confronto contra o Inter.

Fábio Carille sabe que era o plano B, ou C, ou D do Corinthians. Sempre soube que bastaria um punhado (pequeno) de maus resultados para o clube voltar a procurar um medalhão para sentar no banco de reservas e mandá-lo de volta à condição de auxiliar – ou ao RH, mesmo.

A esse cenário, somam-se suas convicções como treinador. Ao contrário do rival de hoje, o técnico corintiano escolheu armar o time de trás para a frente, da defesa para o ataque. Seu time se expõe pouco, arrisca só quando pode, não corre riscos. Não à toa, cita Mano Menezes (de quem foi assistente) como sua maior influência. Você sabe o que aconteceu nesta semana entre o Cruzeiro de Mano e o São Paulo de Ceni.

O único duelo entre Corinthians e São Paulo em 2017 terminou empatado: 1 a 1 no Morumbi, num jogo em que o time da casa teve mais posse e mais passes, mas não conseguiu transformar tal domínio em vantagem no placar e sofreu com a alta eficiência de Jô em clássicos.

Os clássicos, aliás, são o grande cartão de visitas de Carille em sua primeira chance como treinador efetivo, não-interino: foram duas vitórias por 1 a 0 Santos e Palmeiras (esta com um jogador a menos durante todo o segundo tempo), além do empate com o São Paulo. Sempre com desempenho elogiável, com a estratégia que deve ser repetida hoje – proteger-se e deixar que o rival corra riscos.

Rogério tem a comemorar hoje a volta de Cueva, que nunca teve um substituto à altura nos sete jogos em que ficou fora (por convocação à seleção do Peru e uma lesão). Boa notícia para quem enfrenta hoje a tripla missão de se recuperar da derrota sofrida no meio da semana, consolidar uma maneira sofisticada de jogar e dar mais um passo rumo a um título que o clube não conquista desde 2005.

Veja as informações do clássico de ida das semifinais do Paulistão:

Local: Morumbi, São Paulo Data e horário: domingo, às 19h (de Brasília)
Provável São Paulo: Renan Ribeiro; Araruna, Maicon, Rodrigo Caio e Junior Tavares; Jucilei, Thiago Mendes e Cícero; Wellington Nem (Cueva), Lucas Pratto e Luiz Araújo
Desfalques do São Paulo: Sidão, Buffarini, Bruno, Lucas Fernandes e Chavez
Pendurados do São Paulo: Lugano, Breno e Cícero
Provável Corinthians: Cássio; Fagner, Balbuena, Pablo e Guilherme Arana; Gabriel e Maycon; Jadson, Rodriguinho e Romero; Jô
Desfalque do Corinthians: Giovanni Augusto
Pendurados do Corinthians: Fagner, Jô e Gabriel
Ingressos: clique aqui para saber valores e como comprar
Arbitragem: Luiz Flavio de Oliveira, com Danilo Ricardo Simon Manis e Miguel Cataneo Ribeiro da Costa
Transmissão: Premiere, Premiere HD e PFCI (com Milton Leite e Luiz Ademar)
Tempo Real: GloboEsporte.com, a partir das 17h

2 COMENTÁRIOS

  1. Rogerio Ceni é o melhor técnico do São Paulo desde 2008. Ainda carece, claro, de experiência. Mas convenhamos, ele é sério, trabalhador, ama o time, busca táticas modernas e tem um ótimo relacionamento com o plantel, que o respeita. Isso o faz estar à frente de 95% dos técnicos, lembrando que bem poucos são hoje viáveis. Então, deixem o cara trabalhar e parem de cornetar, por favor.