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Anunciado como reforço do São Paulo em 23 de março, Edimar só foi estrear na última quarta-feira, dia 19 de julho, na vitória por 1 a 0 sobre o Vasco, no Morumbi. Com quase quatro meses de espera para vestir a camisa tricolor, o lateral esquerdo revelou que recebeu propostas da Europa nesse período, mas que usou a paciência para recusá-las.
“Esperar é uma situação que não é fácil para o jogador e comigo não é diferente. Tinha possibilidade de voltar à Europa, mas preferi ficar no São Paulo. Tive uma conversa com o Dorival na terça, depois o filho dele falou que eu jogaria e que era para eu ficar tranquilo porque teria o apoio dos companheiros. Tive que trabalhar todo dia com muita confiança, meus familiares deram força também”, disse o camisa 16, em entrevista coletiva, nesta sexta-feira.
Indagado sobre quais equipes o assediaram, Edimar preferiu o mistério. “Fui procurado por amigos que conheço, envolvidos no futebol. Sabendo da minha situação e meu potencial, me sugeriram algumas coisas que não quero falar de onde. Mas preferi continuar pela grandeza do clube e mostrar meu potencial, não vim só para passar pelo São Paulo. O São Paulo é muito grande e, no que depender de mim, vou honrar essa camisa. E tem família, tenho dois filhos e minha esposa está grávida”, esclareceu.
Emprestado pelo Cruzeiro até o fim do ano, o jogador não recebeu uma chance sequer quando Rogério Ceni era o técnico do Tricolor. Nesse período, amargou pacientemente a reserva de Júnior Tavares, que foi o dono absoluto da posição, jogando 38 das 41 partidas da equipe na temporada.
“No Cruzeiro, depois da Europa, fiz 34 jogos na temporada e estava de férias. Fiz três treinos e fui jogar, e depois tive sequência de 27 jogos. Neste ano, não joguei por opção do treinador, mas aprendi que, no futebol, você precisa ter paciência, perseverança e estar sempre pronto para responder como esperam”, conscientizou-se.
Desenvolto em sua primeira coletiva de imprensa após sua apresentação, em março, Edimar disse compreender a escolha do técnico anterior. “Vim com intuito de poder ajudar o São Paulo e esperava já ter jogado, mas respeito o treinador e meu colega que estava jogando. Exercitei a paciência, esperando a oportunidade. Sobre opção do Rogério, isso deve ser questionado a ele. Sempre estive preparado, só tive lesão no início. Espero seguir minha linha de trabalho e ser opção para o Dorival”, afirmou.
Com 31 anos, Edimar construiu boa parte de sua carreira na Europa. Passou pelo futebol romeno, espanhol, grego e principalmente pelo português. Talvez por estar mais acostumado às exigências táticas, o lateral preza pela postura defensiva. Foi assim diante do Vasco, contra quem pouco apareceu no ataque.
“Precisa colocar muita coisa em consideração. Estava treinando há quatro meses, com ritmo muito diferente do jogo. Neste jogo contra o Vasco, optei por ficar mais pela questão de ritmo de jogo e pelos gols que estáavamos tomando. Preferi cadenciar, e peso mais para defender, acredito que, no futebol, é necessário ter quatro na linha defensiva. Mas podem acreditar que o Edimar tem muito a acrescentar ofensivamente”, encerrou o jogador, que deverá ser titular contra o Grêmio, na próxima segunda-feira, novamente no Morumbi.