UOL – José Eduardo Martins e Samir Carvalho
Ivan Storti/SantosFC
São Paulo e Santos, que se enfrentam no clássico deste sábado, às 17h (de Brasília), no estádio do Pacaembu, válido pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro, já travaram um duelo fora das “quatro linhas” nesta temporada. A pequena briga foi pelo volante Matheus Jesus, destaque da Ponte Preta e que havia se transferido para o Estoril, de Portugal.
O curioso é que Matheus Jesus foi indicado por Dorival Júnior no Santos e contratado após a saída do técnico, hoje no São Paulo. Levir Culpi, sucessor de Dorival na Vila Belmiro, apenas recebeu o volante como uma espécie de reforço da diretoria. Os dirigentes santistas, no entanto, só passaram a monitorar o volante por conta da indicação de seu ex-treinador.
Antes de acertar com o Santos, Matheus Jesus ficou muito perto de fechar com o São Paulo. Quando defendia a Ponte Preta, o volante chegou ser visto como xodó do presidente tricolor, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco. Coincidentemente, na época em que negociava a sua saída da Ponte Preta o clube do Morumbi fechava a transferência de Petros, que também tem a carreira administrada por Fernando Garcia.
Com o interesse do São Paulo e a boa relação com Garcia, o Tricolor passou a conversar com o empresário sobre a possibilidade de contratar o jogador. O clube chegou a fazer proposta e o presidente até almoçou com o atleta e seu representante.
Em cima da hora, o São Paulo ficou com receio de que a negociação fosse classificada como irregular pela Fifa. Afinal, o Estoril, de Portugal, adquiriu os direitos do meio campista da Ponte e iria emprestar ao Tricolor. Por isso, a diretoria achou que os portugueses poderiam ser vistos como clube ponte, algo irregular pelas regras atuais.
Até mesmo pela boa relação entre as diretorias de São Paulo e Santos, os dirigentes da capital fizeram questão de não criticar a cúpula do arquirrival. De qualquer maneira, ficou o gosto amargo de ver o jogador longe do Morumbi.
Demorou, mas Matheus Jesus virou “queridinho” no Santos
Matheus Jesus demorou dois meses para estrear com a camisa do Santos e, inclusive, foi preterido por Levir Culpi nas inscrições para as oitavas e quartas de final da Copa Libertadores da América. O volante só ganhou a oportunidade após pressão da torcida, que ficou indignada ao ver o seu time ser eliminado para o Barcelona-EQU atuando com dois volantes de contenção: Alison e Leandro Donizete.
Na semana seguinte, Matheus Jesus já estava relacionado pela primeira vez e fez sua estreia com a camisa santista. No primeiro jogo como titular, no clássico contra o Palmeiras, no Allianz Parque, ele foi o destaque do Santos na vitória por 1 a 0. Foi ele, inclusive, quem iniciou a jogada do gol de Ricardo Oliveira. Depois disso, nunca mais saiu do time.
Matheus Jesus já se tornou uma espécie de “queridinho” da torcida, interagindo bastante com os torcedores nas redes sociais. Jesus atua como segundo volante, se destaca na marcação e mostra qualidade no passe e apoio ao ataque. “Sempre bom ser elogiado. Os torcedores me receberam muito bem. Faço o melhor para receber elogios”, afirmou o volante.
Até a justificativa de Levir para não escalar Matheus Jesus não “colou”. O treinador alegava que o volante era lento e sem dinâmica, mas o novo “queridinho” da torcida santista demonstra bastante versatilidade em campo e até velocidade para chegar ao ataque. O jogador, claro, prefere não polemizar com o comandante quando é lembrado do assunto.
“O Levir me passou muita tranquilidade. Melhorei o que ele pediu para eu melhorar e entrei bem. Ele pediu para eu melhorar dinâmica, velocidade de jogo, eu estava sem ritmo, chegada na área. Com o tempo, dois meses, eu pude melhorar. Eu estava sem ritmo de jogo”, disse.
Matheus Jesus faz Levir mudar esquema
Com Matheus Jesus em alta e o retorno do experiente Renato, recuperado de lesão no tornozelo, o técnico Levir Culpi testou uma formação para não tirar nenhum dos dois volantes do time. Com isso, o colombiano Jonathan Copete deve perder a vaga de titular mais uma vez no time.