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Em entrevista à Rádio Globo, Lucas Silvestre cita alívio com saída do Z-4 do Brasileirão.
Auxiliar de Dorival Júnior no São Paulo, Lucas Silvestre, que também é filho do técnico, diz ser um alívio ver o time fora da zona de rebaixamento do Brasileirão.
O Tricolor venceu o Sport, por 1 a 0, no último domingo, no Morumbi, e agora é o 14º colocado, com 31 pontos, um acima do próprio Sport, primeiro time dentro do Z-4.
– É um alívio poder trabalhar assim, mas a partir de amanhã (quarta-feira) vamos reiniciar com foco total no jogo de quarta-feira que vem contra o Atlético-MG para podermos dar mais um passo na fuga do rebaixamento. É apenas um primeiro passo. Nada mais do que isso. Há um caminho muito longo. Com qualquer bobeira você volta para a zona de rebaixamento, algo que ninguém quer – disse, em entrevista exclusiva à Rádio Globo.
Um dos questionamentos feitos ao São Paulo de Dorival recaí sobre Lucas Pratto. O argentino não faz gol há 10 jogos e constantemente sai da área para ajudar o time. Há algum motivo?
– Não pedimos para o Pratto ficar longe do gol, pelo contrário. Queremos o time evoluindo com duas, três, quatro opções para fazer o gol. O Pratto tem essa característica de flutuar desde o Atlético-MG. Ele cria situações, abre espaço para o Lucas (Fernandes) fazer o facão, Marcos (Guilherme), enfim. Ele recebe e abre a jogada. Vi gente criticando como se fosse um pedido nosso para ele ficar longe do gol. Mas essa é uma característica do Pratto, talvez a principal dele.
O auxiliar também deu sua opinião sobre qual foi o legado deixado por Rogério Ceni, técnico demitido no início de julho. Isso porque o diretor executivo de futebol Vinicius Pinotti falou em “legado zero” do antigo treinador para o trabalho de Dorival, durante uma reunião do Conselho Deliberativo em agosto.
Segundo Pinotti, ele quis dizer ao conselheiro que lhe questionou o seguinte: em razão dos métodos muito diferentes de trabalho de Ceni e Dorival, o atual técnico aproveitava “praticamente zero” do anterior.
– Essa resposta do Vinicius foi mal interpretada. Sempre há um legado do trabalho deixado. Só que o que ele quis dizer é que fizemos mudança grande no elenco e obviamente tivemos de dar ênfase a outras situações. Rogério trabalha de uma maneira, e o Dorival, de outra. Acho que foi mal interpretado. São maneiras diferentes de trabalhar. Ele não está errado.
Leia a opinião do auxiliar sobre outros assuntos:
QUEDA RENDIMENTO CONTRA O SPORT
É uma situação muito complicada. É um clube muito grande numa situação extrememamente complicada. O efeito psicológico é muito grande. Você vê pela reação dos atletas após o jogo: todos se jogaram no chão, tal o peso do que estamos passando nesses últimos tempos. Muito da queda de rendimento tem a ver com isso.
SER CHAMADO DE FILHO DO DORIVAL
Sempre acontece. Não tem jeito. Nunca vou deixar de ser o filho do Dorival, mas quando conhecem podem ver a capacidade. Sou estudioso. Me dedico muito. As pessoas reconhecem o valor do profissional, mas nunca vou deixar de ser filho do Dorival. É uma pressão maior, mas agradeço. Sendo filho do Dorival tenho a chance de aprender com um dos maiores treinadores do Brasil.
DIVISÃO DE TAREFAS NOS TREINOS
No livro do Ferguson ele fala sobre iisso: quando saiu do foco e deu dois passos para fora do campo, ele enxergou o trabalho de outra forma. É o que o Dorival faz. O que eu, Leo (outro auxiliar) e Pedro (Campos, preparador físico) fazemos é discutido pela comissão. O Dorival pontua o que quer que seja trabalhado, no momento da exceução eu e Leonardo fazemos. Mas a supervisão e pontuações são do Dorival.