“Sufocado” por Z-4, Arboleda pensou em sair do São Paulo; agora, mira títulos

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GloboEsporte.com

André Hernan e Marcelo Hazan

Zagueiro cita tristeza por luta contra rebaixamento e quer 2018 diferente.

Arboleda forma ao lado de Edimar, Rodrigo Caio e Éder Militão o quarteto defensivo titular do São Paulo. Essa linha de quatro jogadores está invicta há cinco partidas: quatro vitórias e um empate.

Ela poderá ser repetida contra o Coritiba, no domingo, às 17h (de Brasília), no Couto Pereira, onde o time jogará mais solto e pela primeira vez livre do risco de rebaixamento.

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Até encontrar a formação ideal e consequentemente essa tranquilidade, o Tricolor sofreu. Foram 14 rodadas dentro do Z-4 do Brasileirão, situação sufocante para Arboleda.

Aliviado com a fuga do rebaixamento, Arboleda revela que pensou em deixar o São Paulo

Aliviado com a fuga do rebaixamento, Arboleda revela que pensou em deixar o São Paulo

O zagueiro da seleção do Equador, contratado ainda com Rogério Ceni, sequer pôde atuar com o ex-treinador, demitido antes da sua estreia, em julho.

Em entrevista exclusiva, Arboleda fala sobre a luta do São Paulo contra a queda para a Série B, admite ter pensado em voltar ao Equador, revela seu ídolo na posição de zagueiro, lembra como foi marcar Neymar e Messi, e projeta o ano de 2018 do Tricolor.

O zagueiro equatoriano Arboleda tem 26 anjos (Foto: Marcelo Hazan)

O zagueiro equatoriano Arboleda tem 26 anjos (Foto: Marcelo Hazan)

GloboEsporte.com – Como foi brigar para não cair com o São Paulo?
Arboleda –
Pessoalmente foi muito importante chegar ao São Paulo, um time muito grande. Qualquer jogador quer jogar aqui. Tive a oportunidade. Mas cheguei em um momento difícil, porque estávamos na zona de rebaixamento. Todos os dias ficava triste por isso. Queria dar mais quando cheguei para ajudar o time a sair dessa situação. Graças a Deus nos recuperamos e agora podemos trabalhar com mais alegria, livres do rebaixamento e podendo pensar em 2018.

Você disse que ficava triste. Em algum momento se arrependeu de ir ao São Paulo?
– Em algum momento, sim. Pensei… Estava muito triste, sufocado. Não encontrava a solução. Mas falei para mim… Cheguei em um momento ruim do time. Um time tão grande não podia estar nessa situação. Acredito que o melhor… Às vezes sentia que devia regressar ao Equador. Mas minha família, empresário, companheiros como Lugano, Pratto, Rodrigo, todos… Jucilei, Petros sempre estiveram falando: “Vamos, não vai cair”. Isso me ajudou pessoalmente para sentir confiança, ganhar a vaga de titular e querer fazer as coisas bem para levar o São Paulo adiante.

A torcida apoiou muito o time na má fase. O que fez você mudar de ideia?
– Quando o time estava mal, a torcida ajudou muito. O time não sabia o que fazer para sair dessa zona ruim, e a torcida sempre esteve ali em todos os jogos, no Morumbi e no Pacaembu. Sempre apoiou. Nós devemos muito respeito à torcida e ao clube. Agora estou feliz por estar no São Paulo e por ter ajudado um pouco a sair dessa situação. Quero ficar por muito tempo e ganhar títulos.

Arboleda comemora gol contra a Chapecoense (Foto: Paulo Pinto/saopaulofc.net)

Arboleda comemora gol contra a Chapecoense (Foto: Paulo Pinto/saopaulofc.net)

Quando você chegou ao São Paulo o técnico era o Rogério Ceni, mas quando estreou ele tinha saído. Qual contato teve com ele?
– Quando cheguei, ele disse que estava feliz de me ter aqui e depois mais nada. Me deu muita tristeza porque não pude compartilhar coisas com ele, não pude conhecê-lo como gostaria. Quando ele saiu, acredito que todo o time ficou muito triste. Isso também deixou o ambiente tenso. Depois, o time foi ganhando confiança e melhoramos.

Alguns torcedores lhe deram o apelido de “Arbolenda”. O que acha?
– Escutei a torcida dar esse apelido, mas ainda não, não é meu apelido ainda, porque não ganhei nada com o São Paulo. Coloquei um grãozinho para ajudar a tirar o time dessa situação e fiz alguns jogos bons. Mas não ganhei nenhum título para ter esse apelido de “Arbolenda”. Aprecio, de coração, e fico feliz quando falam pelo fato de a torcida ter colocado esse nome. Recebo com respeito e espero fazer por merecer esse apelido.

Você costuma ser muito sério dentro de campo e alegre fora…
– Dentro de campo tudo muda. Para mim, dentro do campo não há amigo rival. Todos são inimigos dentro de campo. Por isso sempre jogo sério. É como gosto de trabalhar. Fora, podemos brincar e zoar, mas dentro defendo meu time.

Quem é o melhor dançarino do São Paulo?
– Eu danço bem, em casa e com a família. Em campo no trabalho é seriedade, mas na comemoração posso dançar um pouco. Me sinto muito feliz. Todos querem dançar como eu (risos). O Cueva e o Denilson. Os dois dançam bem. Nós brincamos. Comemorei com Cueva, mas não saiu muito bom (contra o Vitória, em Salvador). Vou buscar esse vídeo, só vi as fotos . O Cueva é gente boa e eu o respeito como jogador.

Arboleda e Cueva dançam após  gol contra o Vitória (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net )

Arboleda e Cueva dançam após gol contra o Vitória (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net )

O que projeta para 2018?
– Muitas coisas. Primeiro fazer uma boa pré-temporada. Depois fazer bons campeonatos e ganhar títulos. Jogar copas internacionais, dar alegria a todos no São Paulo, tanto torcedores quanto funcionários, que merecem por estar em um time tão grande

O Equador ficou fora da Copa do Mundo. Isso atrapalhou a temporada?
– Sim, um pouco. Sempre tenho confiança para trabalhar. Muito triste ter ficado fora da Copa. Um Mundial teria sido muito bom, mas são coisas do futebol. Espero que os companheiros que vão para a Copa deem o melhor com suas seleções e que voltem felizes por darem tudo no campo. Sinto-me feliz por eles, mas sou jovem e ainda tem tempo de, se Deus quiser, jogar um Mundial.

Arboleda em ação no duelo entre Brasil e Equador (Foto: REUTERS/Pilar Olivares)

Arboleda em ação no duelo entre Brasil e Equador (Foto: REUTERS/Pilar Olivares)

Você marcou Neymar e Messi. Qual foi mais complicado e de quem tirou mais bolas?
– Os dois são complicados. São dois dos melhores do mundo. Neymar e Messi são de outro mundo. Fazem a diferença em segundos. Fiquei muito feliz por ter enfrentado os melhores do mundo. Acredito que nenhum dos dois (desarmou mais). Tive pouco contato, mas recordo de uma que tirei do Neymar. Ele ia fazer o gol e tirei dele. Fico com essa do Neymar.

Quem é o seu ídolo?
– Desde que comecei a jogar, sempre quis chegar a fazer o que Thiago Silva faz. Vim com essa mentalidade de ser como ele. Estou feliz por estar no Brasil, por saber que meu ídolo é brasileiro. Espero fazer coisas como ele ou até mais.

Você, Edimar, Militão e Rodrigo Caio estão invictos atuando juntos…
– Sim, fico feliz. São cinco jogos, com quatro vitórias e um empate. Espero ter a possibilidade de seguir jogando junto com eles outra vez e manter essa boa sequência sem perder. É importante.  

Veja as informações do São Paulo que enfrenta o Coritiba:

Local: Couto Pereira, Curitiba
Data e horário: domingo, 17h (de Brasília)
Escalação provável: Sidão; Éder Militão, Arboleda, Rodrigo Caio e Edimar; Jucilei, Araruna e Shaylon; Cueva, Marcos Guilherme e Brenner
Desfalques: Pratto, Hernanes, Lucas Fernandes (dores musculares), Petros (suspenso), Maicosuel, Gomez, Morato e Wellington Nem (lesionados)
Pendurados: Bruno, Gilberto, Gomez, Jucilei, Lucas Fernandes, Pratto, Lugano, Sidão e Rodrigo Caio
Arbitragem: Anderson Daronco, auxiliado por Rafael da Silva Alves e Elio Nepomuceno de Andrade Junior. O trio é do Rio Grande do Sul
Transmissão: TV Globo para SP, BA e CE (com Cleber Machado, Caio Ribeiro e Paulo César Oliveira) e Premiere (com Linhares Jr e Gil Rocha)
Tempo real: GloboEsporte.com, a partir das 16h​.