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Caíque Toledo
A negociação que levou Lucas Pratto ao São Paulo em fevereiro de 2017 não foi barata, mas era muito difícil achar quem ousasse dizer que o negócio não valeria a pena. Valorizado no Atlético-MG e como um dos bons jogadores do país, o atacante desembarcou no Morumbi por R$ 20,5 milhões, para ser a referência de um time em reconstrução.
Menos de um ano depois, o argentino deixa o Tricolor para voltar ao país natal. Vai defender as cores do River Plate por cifras estratosféricas: R$ 44,4 milhões e mais bônus por rendimento. Na teoria o São Paulo tem direito à metade desse valor (já seria mais do que pagou), mas rumores de que conseguiria mais, em um acordo com o Atlético-MG pela negociação do zagueiro Iago Maidana.
Pratto é um jogador que divide a torcida. Muitos criticam pela pouca técnica e por ter ficado devendo gols no Morumbi (foram apenas 14 em 48 jogos pelo Tricolor), enquanto muitos valorizam a garra do jogador e a importância dele nos períodos ruins que a equipe passou em 2017.
Fato é: Lucas Pratto poderia ter sido mais no São Paulo. Não que seja um atacante goleador e com muitos gols pela carreira (até hoje, passou de 20 em apenas uma temporada, em 2015 pelo Atlético-MG), mas, realmente, em alguns momentos poderia ter aproveitado melhor suas chances. Por outro lado, sou dos que preferem valorizar o estilo do argentino, que nunca se entregou, capitaneou o time várias vezes e era figura muito importante no vestiário.
A questão é que, se tivesse tido um ano um pouco melhor nos números, a saída de Pratto estaria sido lamentada por toda a torcida. O atacante se identificou rápido com o time, mostrou muita força, caráter e dedicação. É um tipo difícil de achar hoje em dia, e que, tenho certeza, vai se dar melhor no River do que aqui.
O São Paulo foi uma bagunça completa em 2017 em inúmeros fatores: planejamento, eleições, desmanche, futebol, que seja. Tudo isso contribuiu para que o futebol da equipe, e consequentemente de Pratto, tenha ido abaixo das expectativas. No entanto, mesmo se o ‘torcedor comum’ tenha esperado dele algo que não é (números exorbitantes), o atacante sai devendo nesse quesito. Mas tenho certeza que pela porta da frente.
É difícil mensurar todas as questões que envolvem sua saída. A vontade do jogador não pode ser deixada de lado, e, convenhamos, seria muito difícil recusar tanto dinheiro por um jogador que beira os 30 anos. Seu substituto natural, Diego Souza, fez mais gols em 2017 e custou a metade. Talvez o São Paulo ganhe em bola, mas com certeza perde uma de suas principais lideranças.
Lucas Pratto é o atacante que poderia ter sido ídolo. Em um time mais organizado e em uma temporada individual de melhor aproveitamento, tenho certeza que seria lembrado com muito carinho. Como não, nos resta agradecer pelos milhões gerados no caixa e pelo empenho. Na boa ou na ruim, o argentino nunca se escondeu e defendeu com garra as cores do São Paulo até o último minuto de seu contrato.
Mais um pipoqueiro que tremeu com a possibilidade de ser protagonista
Não vai fazer falta. Calleri é muito mais jogador
Pra mim vai tarde, preferia o Gilberto.