Blog do Menon – UOL
Se os responsáveis pelo futebol do São Paulo forem brutalmente torturados para responder quais são as pretensões do clube no Brasileiro-18, não se ouvirá nada a mais do que um discurso decorado. ”Estamos pensando jogo a jogo.”
É com esse pensamento que se espera muita gente no Morumbi para o jogo contra o Galo. A vitória é fundamental, não para o discurso externo, mas, sim, para o que se fala dentro do Morumbi, de diretores para jogadores: o São Paulo não se considera inferior a ninguém. E tem certeza que pode ficar com o título.
A cobrança é diária.
Os jogadores são provocados.
”Você joga menos que o Thiago Neves”?
”Nosso banco contra o Fluminense tinha Cueva, Anderson Martins e Marcos Guilherme. É bom ou ruim”?
Tudo em busca de uma unidade de pensamento. O clube quer que os jogadores se sintam confiantes na possibilidade de título.
A conversa de Raí com Diego Souza trilhou esse caminho. O jogador disse que se sentia fora do processo, que não se via como alguém que passasse confiança ao treinador. Raí disse que ele estava enganado. Falou dos propósitos para o ano e argumentou que tudo ficaria mais fácil se Diego estivesse junto com o grupo. A possibilidade de transferência foi adiada e Diego jogou contra o Fluminense.
Há uma meta a ser cumprida atá 12 de junho, quando se completa a 12ª rodada e o campeonato para até 18 de julho, por conta da Copa do Mundo. Após o jogo contra o Vitória, em casa, o São Paulo quer estar no máximo a seis pontos do líder. No máximo. Por que não a liderança?
Para facilitar o trabalho, Raí argumentou com diretores do departamento financeiro e de marketing e conseguiu que houvesse ingressos a 10 reais até o final do campeonato. A torcida que esteve presente na luta contra o rebaixamento, agora é considerada parceira fundamental na disputa pelo título.
O entusiasmo continua, apesar do gol marcado por Pedro, no final do jogo contra o Flu. Os sete pontos e a liderança se transformaram em cinco e o quinto lugar. As projeções continuam iguais porque o rendimento da defesa tem sido muito bom.
Não é surpreendente porque o trabalho foi feito justamente para isso. Arrumar o time atrás. O 3-5-2 passou a ser uma opção. Foram sete gols sofridos em dez jogos. Muito pouco. Quem sofre menos de um gol por jogo, basta fazer dois para vencer muitas partidas. E quem vence muitas partidas, vence campeonatos também.
O problema é fazer dois gols. Na verdade, o problema é fazer um gol. Foram apenas oito em dez jogos. Há cobrança sobre Diego Aguirre para que o time não fique apenas atrás, para que haja uma boa transição, para que o time seja mais agressivo.
Há, por tudo isso, a possibilidade de Cueva começar o jogo contra o Galo. Aguirre está contente com seu desempenho nos treinamentos.
Enfim, uma vitória deixará o time com oito pontos. E, caso se concretize, o discurso será de dever cumprido. Jogo a jogo. Mas, lá dentro, a comemoração será pela aproximação do líder. Seja ele quem for.
Enquanto o SPFC estiver sendo administrado por esse pessoal que está aí vamos “comemorar” se não formos rebaixados.