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Rômulo Alcoforado
Meio-campista celebra reencontro com atacante no São Paulo, a quem considera “um pai e um irmão” que teve no período do rubro-pernambucano.
Everton Felipe sai do Sport para o maior desafio da carreira. Jogará pelo São Paulo, um dos maiores clubes do país, dono de uma das torcidas mais numerosas do Brasil e que fez um investimento milionário para contratá-lo. O jogador, porém, nunca deixará de ser rubro-negro. Formado na base do Leão e torcedor confesso do time, Everton se emocionou ao dar “até logo” ao clube da Ilha do Retiro – para onde prometeu voltar um dia. Menos mal que, na nova equipe, reencontrará um companheiro que é, ao mesmo tempo, “irmão e pai”: Diego Souza.
Em relação ao adeus ao Sport, Everton tentou evitar se emocionar, mas não conseguiu. Durante entrevista exclusiva ao Globo Esporte, o agora jogador do São Paulo lembrou de todos os momentos nos oito anos de Leão (dos 13 aos 21). Não deu para conter as lágrimas.
– Queria pedir desculpa à torcida se magoei em algum momento. Tudo que fiz pelo clube foi com muito amor. Não é um adeus. É um até logo. Se Deus quiser tudo vai dar certo. Neste momento passa um filme na cabeça. Sempre sonhei em jogar no Sport. Vestir a camisa nunca foi uma obrigação. Foi uma felicidade. Amava vestir a camisa do clube. Faz parte da vida, foi bom para todo mundo e vai dar tudo certo – disse, emocionado.
Torcedor do Leão desde que se entende por gente, Everton tem as lesões como os piores momentos no clube. Sobretudo a última, no fim de 2017, quando rompeu o ligamento cruzado do joelho direito e teve de ficar seis meses em recuperação.
As boas lembranças, no entanto, são mais marcantes. Entre elas, duas se destacam: os gols que marcou contra o Santa. O da vitória por 5 a 3 na Ilha do Retiro, na Série A de 2016, mas principalmente o que fez no triunfo por 2 a 0 na semifinal da Copa do Nordeste de 2017, no Arruda.
– O gol no Arruda teve um sabor ainda melhor. Teve a polêmica no jogo anterior, que eles ganharam na Ilha e foram comemorar em cima do escudo do Sport. A gente foi recebido de uma maneira hostil, todo mundo tirando onda com a gente. Conseguimos reverter o placar de 2 a 0 no Arruda, 35 mil pessoas lá dentro. E eu ter feito o gol que abriu caminho para a classificação foi uma alegria muito grande – declarou Everton, que também lembrou o gol do título pernambucano do ano passado (contra o Salgueiro).
Diego Souza
Alegadamente mais maduro e disposto a fugir das polêmicas que marcaram a sua ainda incipiente trajetória, Everton Felipe sempre teve um espelho: Diego Souza. Consagrado, o hoje atacante do São Paulo abraçou o prata da casa desde o início no Sport. A amizade perdurou e foi fundamental para o acerto da joia rubro-negra com o Tricolor Paulista.
“Não vou mentir que o fato de Diego Souza estar lá é um peso muito grande. É um cara que aqui foi um irmão, foi um pai para mim. Dentro de campo e fora éramos muito amigos. Isso pesou também para eu ir para o São Paulo.”
O contato entre Everton e Diego foi incessante nos últimos dias – justamente os do desfecho da negociação.
– Conversei muitas vezes com ele. A gente vem se falando bastante ao longo desses dias, desde que começou essa negociação. A primeira pessoa que liguei quando tive a proposta foi ele. A primeira pessoa que o São Paulo procurou para saber de mim foi ele. A gente vem mantendo esse contato – disse.
Feliz com o acerto no São Paulo e em seu maior objetivo na carreira, Everton agora se diz tricolor de coração. Aliás: tricolor, não – para não confundir com o Santa Cruz, arquirrival do Sport.
– Agora eu sou são paulino. A torcida do Sport vai entender. O Sport é meu time de coração e eu não posso dizer que sou rubro-negro. Rubro-negro é torcedor de qualquer clube vermelho e preto. Eu sou Sport Club do Recife. E não posso dizer que sou tricolor porque seria tricolor no geral. Eu sou são paulino desde pequeno, como se diz. Agradeço ao clube pela oportunidade.