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- Marcello Zambrana/AGIF
Tréllez em comemoração do gol contra o Vasco, que deu a liderança ao São Paulo
O gol contra o Vasco na vitória por 2 a 1, no último domingo (5), trouxe uma sensação de alívio para Tréllez. Além de ajudar o São Paulo a garantir a liderança isolada da classificação geral do Campeonato Brasileiro, o colombiano acabou com um jejum de quase três meses sem balanças as redes – a última vez que o atacante havia deixado sua marca fora no empate por 2 a 2 com o Bahia, no dia 13 de maio. Exatamente por causa desse período em que passou em branco, o jogador virou alvo de críticas, mas não deixou se intimidar.
“Estou acostumado com a pressão. Não tenho problema com isso [críticas]”, afirmou o jogador em entrevista exclusiva ao UOL Esporte. “É lógico que não vou ser mentiroso e dizer que não quero ser titular. Mas vou torcer para o Diego Souza e para quem for jogar. Vou sempre fazer o possível para ajudar. A concorrência interna é sempre grande em um time como o São Paulo, mas isso faz com que a gente também melhore de desempenho. Eu, Gonzalo e os demais jogadores também ajudamos o Diego [Souza] nessa melhora”, completou Tréllez.
A concorrência interna citada pelo jogador aumentou ainda mais nos últimos meses, com a evolução de Diego Souza e a liberação médica de Gonzalo Carneiro – que se recuperou de pubalgia. Antes de substituir o camisa 9 durante o segundo tempo do jogo com o Vasco, Tréllez ficou fora de campo nas quatro partidas anteriores da equipe – sendo a sua última vez como titular no dia 5 de junho, no empate com o Internacional.
“É claro que não gosto de ficar sem jogar, mas o Diego está em uma grande fase. Sabíamos que teríamos uma concorrência grande aqui no São Paulo. Posso não ter feito algumas boas partidas, tenho a minha autocrítica, mas sempre tentei contribuir e fazer o meu melhor.”
Confira os principais trechos da entrevista com Tréllez:
Copa Sul-Americana
Temos um jogo difícil. Vamos fazer o possível para conseguir os três pontos no Brasileiro, mas temos de fazer as coisas bem e reverter dentro de casa. O São Paulo é um time grande. Não fizemos a nossa melhor partida em casa, mas sabemos que temos condições de reverter na Argentina.
Nota da redação: O São Paulo perdeu para o Colón, da Argentina, o primeiro confronto e vai decidir fora de casa a vaga na competição continental.
Diretoria
A diretoria ajuda bastante. Já estive em outros clubes em que o jogador não tinha essa boa relação com os dirigentes e, em cada 100 situações assim apenas em uma você vai ter um time vencedor. Aqui não, temos liberdade para conversar com o presidente, Raí, Lugano, Ricardo Rocha…
Decisão de vir para o São Paulo
A verdade é que quando tomei a decisão em janeiro, tinha várias opções de outros clubes interessados e escolhi o São Paulo, porque conhecia bem o time e sei o que é o clube e a sua história. Sou feliz aqui, logicamente que muitas pessoas questionam eu ter vindo sendo que não teria muito espaço no time. Mas eu sou um jogador que gosto de desafios, não gosto de ficar confortável em um lugar. Gosto de grandes desafios e sabia que jogar no São Paulo seria um desafio complicado. Gosto disso, sabemos que temos uma tarefa difícil, é um time com muita história, mas estou confiante e sei que podemos alcançar os objetivos traçados.
Dia de herói depois do gol
A verdade é que foi um dia bem feliz e tranquilo. Estive com a minha família, que está aqui no Brasil para me visitar. Foi um dia muito alegre, mas tinha muito tempo que não vinha jogando e marcando. Então, para mim foi bem importante voltar a jogar e marcar para pegar confiança e ajudar o meu time.
Gol contra o Vasco foi o momento mais importante no São Paulo?
Acho que pelo significado do gol, sim. O time está muito bem, estamos bem entrosados dentro e fora do campo. É muita união. Foi um gol muito importante, porque nesse momento a gente fica líder do campeonato, que é muito difícil, mas a gente sabe que tem elenco para disputar o título. Isso que estamos demonstrando dentro de campo.
Recuperação do São Paulo com Aguirre
Acho que tudo é na base do trabalho. Nós, que chegamos em janeiro, sabíamos que tínhamos bons elenco e jogadores. Mas sabemos que no futebol muitas vezes só isso não vai te dar crédito para fazer um bom campeonato. Mas sabíamos que com união de todos e trabalho poderíamos conseguir grandes coisas. Os primeiros meses foram difíceis, porque fomos eliminados da Copa do Brasil e do Campeonato Paulista, com grande chance de chegar à final, mas desde o início acreditamos em nós.
Elogiado pela raça
São muitos jogadores que também têm essa característica [de ser aguerrido]. Essa postura da equipe é algo também que faz parte do trabalho do treinador [Aguirre], que desde o primeiro dia em que chegou ao São Paulo falou que gostaria de mudar isso do time. No futebol, acho que é normal, às vezes, você não estar bem um dia, mas a vontade é algo que nunca pode faltar.
Rojas e reforços
Rojas já está aprendendo português, algo que mostra disposição a se adaptar logo ao país. Ele, Gonzalo, Bruno Peres e todo jogador que vier vai ser bem recebido.