Jardine vê destempero e fala em “segurar frustração” do São Paulo após derrota em clássico

GloboEsporte.com

Marcelo Hazan

Técnico faz elogios a Jorge Sampaoli, do Santos, e analisa desempenho do time no Pacaembu.

Assista a trecho da coletiva do técnico do São Paulo após derrota para o Santos

Assim como evitou empolgação em excesso nas duas primeiras vitórias do São Paulo no Campeonato Paulista, o técnico André Jardine, agora, evita encontrar culpados ou justificativas para a derrota por 2 a 0 para o Santos, neste domingo, no Pacaembu.

Em entrevista coletiva após a partida, Jardine reconheceu a superioridade do rival e disse que o São Paulo ainda tem muito a acertar durante a competição.

– Hoje não foi bom, mas nos últimos dois jogos tivemos bastante efetividade, assim como seguramos empolgação nas duas vitórias, hoje seguramos a frustração. Vai sofrer, porque sofre com derrota, mas vamos avaliar as lições, avaliar o que não funcionou para melhorar no próximo jogo – afirmou o técnico.

André Jardine tenta frear frustração do São Paulo após derrota em clássico — Foto: Marcos Ribolli

Na avaliação de André Jardine, o São Paulo também não soube manter o equilíbrio emocional, principalmente depois que sofreu o primeiro gol.

– Acho que no primeiro tempo uma das questões foi o destempero emocional. Entramos em pequenas discussões, tomando cartões. A falta do gol é proveniente de uma dessas situações. Tem que equilibrar emocionalmente. É uma crítica que eu fiz aos jogadores e vamos melhorar. Ainda com dificuldade de construção de baixo, isso requer tempo de treinamento, mas precisamos de tempo. Já corremos contra o tempo, para evoluir situações assim – explicou.

Os melhores momentos de Santos 2 x 0 São Paulo pelo Campeonato Paulista

Sobraram, porém, elogios a Jorge Sampaoli, técnico do Santos:

– O Santos foi feliz, vem sendo na sua proposta. Estudei bastante eles, fiquei bastante impressionado com a qualidade, a velocidade que o Sampaoli já conseguiu dar padrão de jogo. É um mérito dele, tem dedo dele. Prestamos atenção no amistoso com o Corinthians, que era clássico, jogo grande, e eles também se impuseram. Estávamos conscientes da dificuldade. Pode ter certeza que não fico satisfeito em ver minha equipe ser dominada, mas em momentos que enfrentamos equipes em estágio acima precisamos aprender a se defender, jogar no erro, e com treinamento e tempo ir evoluindo para ter capacidade de se impor e propor jogo.

O São Paulo volta a campo na próxima quinta-feira, quando recebe o Guarani, às 21h (de Brasília), no Morumbi, pela quarta rodada do Paulistão.

Problemas na criação

– Sem dúvidas decepciona (as poucas chances). A gente não gosta de perder jogo nenhum, então fica todo mundo extremamente desgostoso, sem dúvidas vamos encarar os clássicos com toda energia possível, a gente tentou se prepara da melhor maneira para esse jogo, então fica a frustração de não ter estado no nível que queríamos. Mas vamos buscar, não vamos nos acomodar e ficar satisfeito com o que apresentamos.

Revezamento dos zagueiros

– Acho que temos três zagueiros de excelente nível. Como também estamos em começo de temporada, tem o revezamento para condicionar os três. Sabemos que com acúmulo de competições de jogos importantes, se apostar em uma só dupla, na hora de precisar do terceiro zagueiro, talvez ele estivesse sem ritmo, então não vai acontecer. Fiquei muito satisfeito com a atuação do Anderson nos dois primeiros jogos, porque ele ficou um tempo sem jogar, e comentei que tentaria recuperar o nível que ele teve no Brasileiro do ano passado. Está bem perto ao seu melhor nível, e enfim, hoje para mim os dois zagueiros tiveram boa atuação, a gente vai revezar até o momento em que a gente tenha que escolher os dois que estão em melhor momento, ou se estiverem iguais, eu escolho dois para jogar.

Situação de Everton

– O Everton jogou os três jogos inteiros, a gente sabe do histórico dele, sabemos disso, e ele tem sempre nossa atenção, hoje ele jogou com funções defensivas, então gera um desgaste grande. Na verdade, é só uma preocupação para acompanhar, não queremos perder jogadores lesionados. Ele relatou cansaço, mas aguentou até o final.