“Desequilíbrio mental”: Técnicos “sincerões” soltam a voz na rodada

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UOL

Os técnicos não tiveram papas na língua na rodada deste fim de semana dos Estaduais. Do Acre ao Rio Grande do Sul, os comandantes perderam a paciência das mais variadas maneiras.

Teve gente criticando a torcida, gente cutucando o próprio time e teve também lamentação com as confusões causadas pela organização da final da Taça Guanabara, no Rio de Janeiro.

O “desequilíbrio mental” do São Paulo

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Marcello Zambrana/AGIF
Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

A derrota para o Corinthians fez com que Vagner Mancini, técnico-interino do São Paulo, listasse uma série de problemas da equipe, que convive com uma crise causada pela eliminação para o Talleres na Libertadores.

“É difícil falar em técnica porque hoje faltou isso, mais uma vez. Difícil falar em técnica quando você tem um desequilíbrio mental. O atleta não consegue render o máximo se tiver algum problema mental. Estamos com a autoestima baixa dentro de campo. É isso que temos que corrigir”.

 “É isso que dá”

Já no Acre, a resiliência tomou conta de Zacarias Lopes, técnico do Náuas. Depois da derrota por 4 a 0 para o Atlético-AC, o comandante listou os motivos que fizeram com que a goleada acontecesse.

“O Atlético-AC é maior, é mais concentrado, têm mais jogadores profissionais e isso que dá. 4 a 0 é o tamanho do Atlético-AC em relação ao Náuas”.

“Não é o torcedor que escala”

César Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação
Imagem: César Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação

Felipão ficou incomodado com a pressão para escalar Zé Rafael. Depois do empate sem gols com a Ferroviária, o treinador afirmou que ele que decidirá o momento em que o meia voltará a entrar em campo – ele atuou em apenas um jogo até agora.

“Quando eu analisar, vou colocar. Não é o torcedor que coloca (para jogar) o jogador, não são vocês da imprensa. Eu que vou analisar o momento certo, e se ele está em condições, ou não. Essa é a minha função por enquanto”.

“Ele não representa vocês”

Uma confusão marcou o início da coletiva de Odair Hellmann após a vitória do Inter sobre o Caixas. O treinador foi questionado por um repórter sobre um “roubo”, que seria a falta que originou o gol da vitória da equipe. Odair, então, disse que não conversaria com o repórter “neste nível”. O profissional teve seu colete retirado pela Aceg (Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos) e não seguiu trabalhando no jogo.

“Ele não representa vocês. Vocês estão aqui no dia a dia comigo, fazem perguntas boas, mais difíceis, sempre tiveram e sempre vão ter meu respeito. Este tipo de profissional não representa o que são vocês no dia a dia. Temos que começar a tirar este tipo de caras do futebol”, disse Odair depois da confusão.

“Uma vergonha para o futebol”

O técnico do Fluminense, Fernando Diniz, lamentou toda a situação que culminou com confusão entre torcida e polícia antes da final da Taça Guanabara. Um imbróglio envolvendo a ocupação do setor Sul do Maracanã fez com que a Justiça determinasse que a partida fosse realizada com portões fechados. Com 30 minutos de bola rolando, os torcedores puderam entrar no estádio.

“Uma vergonha para o futebol, para a sociedade, para as torcidas. Jogar uma parte da final da Taça Guanabara de depois chegar a torcida no meio do jogo é uma coisa vexatória”.

“Tudo aqui é uma porcaria”

ANDRÉ FABIANO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: ANDRÉ FABIANO/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO

A final da Taça Guanabara também resultou em um desabado do pai de Danielzinho, meia do Fluminense. Adilson foi impedido de entrar no estádio e ficou revoltado com a situação.

“Podemos apanhar e tudo mais. Ninguém poderia entrar. Fomos barrados, entramos ali. Sou pai de jogador e não pude entrar. Pegamos a notícia pelo celular de que poderia vir. Os cariocas são tachados como um Estado horroroso, tudo aqui é uma porcaria”, desabafou à ESPN.

“A inteligência foi para o espaço”

O apresentador Fausto Silva, da Globo, também comentou sobre a confusão da Taça Guanabara. No começo de seu programa neste domingo, logo após a rodada, ele criticou a postura das autoridades.

“Trabalhei no jornalismo, nunca vimos tanta bagunça como hoje. Jogo que começa com briga por localização dentro do estádio. Depois não pode entrar, bomba, conflito e depois, no meio do jogo, libera para entrar. Uma bagunça desgraçada. A inteligência foi para o espaço”, completou.