Blog do Perrone – UOL
Imagem: Marcello Zambrana/ AGIF
A forma encontrada pela cúpula do São Paulo para substituir André Jardine trouxe desgaste político ao presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, dentro da coalizão que apoia sua gestão. O cartola é criticado pela maneira como foram administradas as últimas horas de Jardine e até pelo fato de não ter consultado membros de grupos aliados sobre a decisão de esperar por Cuca. Raí, executivo de futebol, também é alvo dos disparos já que o tema está entre suas atribuições.
O blog ouviu três líderes de alas aliadas que se disseram descontentes. Mais dois conselheiros situacionistas afirmaram o mesmo. Um terceiro nome importante de apoio à situação preferiu não se manifestar sobre por participar diretamente da gestão. Todos falaram sob a condição de não terem seus nomes revelados.
As insatisfações começaram quando conselheiros viram Jardine dar entrevista coletiva sozinho após a eliminação na Sul-Americana diante do Talleres, sem as presenças de Raí e Leco. O sentimento é de que o técnico foi abandonado naquele momento.
Um dos principais motivos de incômodo é o fato de Leco e Raí terem aceitado esperar até abril para que Cuca assuma o comando do time efetivamente. Enquanto isso, o coordenador de futebol Vagner Mancini, que no início do ano havia descartado a possibilidade de treinar a equipe, segura a prancheta.
Esses críticos interpretam a opção pela espera como sinal de desespero por parte da direção e, para parte deles, até de amadorismo. Alguns pretendem questionar Leco sobre qual é o plano para o caso de o treinador interino sofrer uma série de derrotas e para a hipótese de Cuca ter problemas médicos e ficar sem condições de assumir integralmente o cargo em abril. Existem também questionamentos sobre o que fazer com Mancini se ele fizer o time deslanchar, apesar de o interino dizer não ter interesse em continuar no cargo.
Entre os apoiadores de Leco há também os que ficaram magoados por não terem sido ouvidos pelo presidente antes de a opção por contratar Cuca e esperá-lo ser tomada. Uma das ideias era sugerir que o clube tentasse a volta do colombiano Juan Carlos Osorio. Outra sugestão seria deixar Mancini assumir e costurar com o futuro treinador uma preferência ao São Paulo para quando ele estivesse apto a trabalhar. Cuca é muito bem avaliado pelos aliados do presidente, que só não concordam com a condição de aguardar sua liberação médica.
Vale lembrar que o presidente são-paulino não tem estatutariamente a obrigação de consultar conselheiros ou outros poderes do clube para fechar as contratações de técnicos ou jogadores. Quem defende o dirigente diz que ele e Raí mergulharam em reuniões para definir o futuro da equipe praticamente desde o final do jogo com o Talleres, na última quarta (13), até a amanhã seguinte. Ou seja, não tiveram tempo de ouvir a base aliada sobre o assunto. A intenção era fechar a negociação rapidamente para não deixar o time sem rumo. O anúncio foi feito no final da manhã de quinta (14).
Apesar do descontentamento, os queixosos não falam em retirar o apoio a Leco. Porém, ao menos uma ala pretende dizer ao dirigente que episódios como esse tornam difícil manter a unidade dessa base de sustentação. Como mostrou o blog, recentemente o presidente tricolor aumentou sua força política se aproximando de antigos opositores.
O blog tentou falar com Leco por meio da assessoria de imprensa do clube, mas não obteve sucesso.
Esse é um erro comprovando o amadorismo na direção do clube. Não há tempo para um interino, depois um provável técnico… Essa “vaga” deve ser preenchida imediatamente. Se Mancini foi contratado para outra função, que continue nela. O melhor nome para um choque e total surpresa seria de Wanderley Luxemburgo. Ele tem ainda muito a fazer pelo futebol, e sempre se dispôs a dirigir o São Paulo, está livre. O que ele faz após os jogos, não nos interessa. Se ele tem participação na venda de jogadores, NÃO É O ÚNICO, principalmente no futebol atual. Os empresários fazem uma festa dentro dos clubes, e talvez a direção do São Paulo não queira dividir com mais ninguém! Ou o Luxemburgo é pior do que Ricardo Gomes, Paulo Autuori, Adilson Batista, Bauza, Osório, Pintado, Dorival Junior, Jardine? Não acredito!!!