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Diego Ribeiro
Tricolor termina primeira fase do Paulistão com derrotas para Santos, Corinthians e agora Palmeiras; faltam confiança, elenco, ambição…
Melhores momentos de São Paulo 0 x 1 Palmeiras pela 11ª rodada do Campeonato Paulista
A terceira derrota do São Paulo em três clássicos disputados no atual Campeonato Paulista, por si só, já mostraria que a equipe está um passo atrás de seus principais rivais em 2019. Mas o revés por 1 a 0 diante do Palmeiras, neste sábado, no Pacaembu, é emblemático.
O São Paulo começou o jogo com intensidade, fez um bom primeiro tempo, segurou o rival, mas chegou ao seu limite. E aí, diante de um time melhor, mais técnico e com mais opções no banco de reservas, perdeu. Chegou ao limite também contra Santos e Corinthians. E perdeu.
O São Paulo de hoje corre risco (e não é pequeno) de não se classificar à segunda fase do Campeonato Paulista – vai precisar vencer o São Caetano na última rodada, fora de casa (isso se o Oeste não vencer o Corinthians, neste domingo, o que faria o Tricolor depender de outros resultados na quarta-feira).
Hernanes tenta passar por Felipe Melo: São Paulo perdeu para todos os rivais no ano — Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net
Mesmo assim, ainda que se classifique, o São Paulo está longe de trazer perspectivas de melhora à sua torcida. Cinco problemas ficaram evidentes no clássico:
Confiança
O São Paulo tem ido mal em clássicos, não é de hoje. E isso claramente afeta o ânimo da equipe – que, quando levou o gol de Carlos Eduardo, desmoronou e deixou seu torcedor com a certeza da derrota.
Falta de ambição (dentro e fora de campo)
O momento não ajuda, é verdade, mas o São Paulo entrou em campo para não perder – e buscar contra-ataques. Fora de campo, o clube praticamente já descartou a possibilidade de contratar Alexandre Pato. Enquanto isso, nomes como Gonzalo Carneiro desagradam à torcida.
Falta do Morumbi
Foram apenas dois jogos no estádio no ano (alguns por motivos alheios à vontade do clube, como a tempestade que afetou o local). No Pacaembu, em um clima mais tenso, com protestos à diretoria, o São Paulo teve o apoio de pouco mais de 19 mil torcedores.
Torcida do São Paulo no Pacaembu: Morumbi faz muita falta — Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net
Elenco sem alternativas
A diferença entre São Paulo e Palmeiras foi evidente quando os times precisaram de substituições. No alviverde, saiu Moisés, entrou Bruno Henrique. Saiu Borja, entrou Carlos Eduardo, autor do gol. No Tricolor, Hernanes, lesionado, deu lugar ao garoto Brenner. Não fosse ele, as opções ofensivas seriam: Helinho, Everton Felipe e Jonatan Gómez.
Organização sem criatividade
– O Felipão tem um time nas mãos, e temos que tentar quebrar algumas coisas que o São Paulo tem muito bem, um contra-ataque rápido, uma defesa sólida.
A frase acima é do técnico Vagner Mancini e define um São Paulo que soube ler bem o Palmeiras. O plano de jogo era claro: defender bem, morder, roubar a bola e colocá-la nos pés de Hernanes, o responsável por municiar Gonzalo Carneiro, Antony e Pablo.
Formação do São Paulo contra o Palmeiras teve Hernanes livre para criar — Foto: GloboEsporte.com
A posse de bola na primeira etapa chegou a 69% para o Palmeiras, mas sem efetividade. Fechado em duas linhas, mais Hernanes e Pablo adiantados, o São Paulo neutralizou Dudu, Ricardo Goulart e Scarpa e conseguiu escapar principalmente pela direita, com o habilidoso Antony.
Pelo setor, saíram as melhores jogadas: um cruzamento de Antony que encontrou Gonzalo sozinho na área (Pablo tocou com a mão antes e invalidou a jogada), e uma falta sofrida também pelo garoto e cobrada por Hernanes – Weverton fez grande defesa.
Hernanes cobra falta de canhota, e Weverton espalma, aos 19′ do 1º tempo
Defensivamente, o São Paulo sofreu pouco e só permitiu uma finalização nos primeiros 45 minutos, mostrando solidez maior no setor com relação aos últimos jogos.
O problema é que, ao longo do segundo tempo, o cansaço apareceu e os problemas começaram. Um chute de Dudu antes do primeiro minuto da volta do intervalo mostrou que as coisas seriam diferentes – e foram, com um Palmeiras incisivo, diante de um São Paulo sem confiança. O golaço de Carlos Eduardo serviu para dar o mesmo fim a um clássico que o Tricolor queria que fosse diferente.