Além das 4 linhas – Do que precisa o SPFC?

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Do que precisa o SPFC?

Doriva, Pintado, Milton Cruz, Sérgio Baresi, Adilson Baptista, Paulo César Carpegiani, Ricardo Gomes, André Jardine, Rogério Ceni, Aguirre….são alguns dos treinadores que passaram pelo SPFC após o clube viver os 4 anos que nenhum outro clube Brasileiro viveu entre 2005 e 2008. Isso é mais um dado a confirmar a grande necessidade do clube: Uma grande gestão.

O clube chegou ao ápice em 2008, após conquistar um estadual, uma libertadores, um mundial e três brasileiros seguidos e não soube ser um gigante. A verdade dói, mas é bom ser dita.

A continuidade dos trabalhos é a chave do sucesso em qualquer organização. Interessante que li estes dias uma boa entrevista com o zagueiro Rafael Tolói, que joga hoje no Atalanta, clube Italiano que vem numa crescente enorme e vai disputar a liga dos campeões da Europa em 2020 e a resposta que ele deu para o segredo do sucesso foi a continuidade do bom trabalho da atual diretoria. É isso. Em administração de empresas não tem muito o que  inventar.

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Mas com profissionais sem bom currículo e ainda por cima sendo substituídos a cada revés, uma organização não vai longe. E não vai longe porque com profissionais sem currículo o sucesso simplesmente não vem. E como ele não vem, o profissional é logo substituído e assim o círculo vicioso se perpetua.  Esta é a triste realidade tricolor na última década. A nossa amadora administração aprontando as suas causando enormes prejuízos em todos os sentidos.

A conta é simples: Contrata-se um treinador sem currículo com cláusula de indenização caso seja despedido antes do fim do contrato. O treinador sem currículo vai pedir a contratação de jogadores e outros profissionais também sem bom currículo todos com multa para serem dispensados ou com contratos longos e bons salários, afinal, estão indo jogar no SPFC. Como o trabalho não vai dar certo, pois conta com profissionais sem gabarito, o clube não disputará finais, ficando de fora das premiações e grandes bilheterias e cotas de TV. Como também não fará boas campanhas, o estádio viverá vazio ou terá ingressos baratos para atrair torcedores. A venda de camisas despenca. Os bons patrocínios migram para os concorrentes. Os bons jogadores começam a não querer jogar num clube que não jogará as melhores competições. A lista de prejuízos é infinita.

Com esta situação instalada no clube, a guerra interna fica gigante e os grupos de “políticos” das mais diversas “facções” existentes criam um clima totalmente desfavorável ao desenvolvimento de boas práticas e o ego impede que se faça a devida distribuição de responsabilidades e as respectivas ações corretivas e o clube não sai da lama. Tem-se assim o quadro negro que  vive o clube mais vitorioso da história do futebol brasileiro, o único a ser tri campeão mundial e o único a ter o tri brasileiro entre outras conquistas maravilhosas, inclusive o seu estádio, o centro de treinamento da Barra Funda e o CFA Cotia.

Aqui do lado de fora, nós, os torcedores, vivemos a lamentar e a protestar. Cada torcedor faz à sua  moda, mas a solução teima a não ser implantada, já que para isso o clube teria que deixar de ser uma mãe e passar a ser uma empresa, onde a meritocracia reina. Coisa idêntica vive  o Brasil.

Salve o tricolor paulista, o clube da fé.

Carlito Sampaio Góes é advogado, trabalha como representante comercial, frequenta o Morumbi desde 1977 e prefere o time que vence ao time que joga bonito. Escreve nesse espaço todas as quintas-feiras.

ATENÇÃO: O conteúdo dessa coluna é de total responsabilidade de seu autor, sendo que as opiniões expressadas não representam necessariamente a posição da SPNet ou de sua equipe de colaboradores.