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Eduardo Rodrigues
Meia participou de metade dos gols do Tricolor no Brasileirão: são um gol e duas assistências.
Felipe Ruiz
Ser o 12º jogador do São Paulo não está nos planos de Hernanes para esta temporada.
O Profeta não foi titular em nenhuma das quatro rodadas do Brasileirão, mas quando saiu do banco de reservas mudou a partida de alguma forma. Dos seis gols do Tricolor, três passaram pelos seus pés: duas assistências e um gol.
Mesmo com essa importância vindo da reserva, Hernanes acredita que tem espaço entre os 11 titulares e rechaça a ideia de ser utilizado apenas nos momentos mais delicados dos jogos, como no confronto do último domingo, quando entrou no intervalo e garantiu a vitória sobre o Fortaleza.
– Na minha cabeça não existe esse negócio, não. 12º jogador é o torcedor são-paulino, que sempre lota o Morumbi. Eles são o 12º. Eu estou trabalhando para ser um dentre os 11 e estou sabendo lidar (com a reserva), sempre procuro respeitar as hierarquias, a instituição no todo – disse Hernanes.
– Sou um cara muito consciente também, eu vi que estava em um momento que eu precisava recuperar completamente, mas não desde agora. Não é porque eu fiz o gol que estou pronto. Não, não. Porque nos outros jogos eu também tinha entrado ou tinha feito coisas boas. Eu já estou apto para jogar os 90 minutos e começar do início, aí depende única e exclusivamente do Cuca – completou.
Hernanes fez o gol da vitória do São Paulo sobre o Fortaleza — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net
A reserva de Hernanes tem muito a ver com o problema de fortalecimento muscular que o meia sofreu no início da temporada, fruto das poucas partidas disputadas nos últimos meses no Hebei Fortune, seu ex-clube na China. O jogador teve de passar pelo primeiro dos processos de reequilíbrio muscular na temporada, com objetivo de chegar bem fisicamente na estreia do Tricolor na Libertadores.
De volta ao time ainda na fase de grupos do Paulistão, Hernanes não conseguiu se firmar como titular num São Paulo que também ainda tentava encontrar a sua melhor formação sob o comando de André Jardine. Ele teve a situação agravada por uma estiramento no bíceps da coxa esquerda num clássico contra o Palmeiras.
– Todo mundo sabe que desde o começo da temporada eu tive alguns problemas físicos devido a não preparação adequada quando eu estava no futebol chinês, no período de férias. O corpo precisa do mesmo tempo de preparação para a aguentar uma carga que o futebol te dá. Não me preparei da forma adequada por uma série de fatores e por não ter tempo hábil para isso, então tivemos de pular algumas etapas, e o corpo não negocia. Se você não fizer as coisas direito não tem escapatória. Depois que passou essa correria, me preparei bem para chegar neste momento e estar 110% para fazer meu trabalho – comentou.
Com o físico em dia, Hernanes vive a expectativa de começar jogando no próximo domingo, diante do Bahia, pela quinta rodada do Brasileirão, no Morumbi. Em sua última passagem pelo clube, em 2017, o clube brigou contra o rebaixamento, e o meia teve papel fundamental para evitar uma queda inédita na história do clube.
Hernanes durante treino do São Paulo — Foto: Marcelo Hazan
– O São Paulo de lá para cá se reestruturou, trouxe peças importantes, é outro São Paulo, outros jogadores, então está mais forte. Demorou um pouco também, porque no começo do ano não estava mil maravilhas, mas o importante é que estamos numa crescente e ela tem sido um pouco constante desde as finais do Paulista e a gente vem subindo de produção, numa crescente boa e espero que seja assim até o final do ano – disse Hernanes.
O Profeta não promete títulos e nem fala em meta de gols ao fim da temporada, mas garante que suas profecias irão continuar aparecendo em entrevistas e vídeos em suas redes sociais.
– O camaleão muda de pele, mas não muda de hábito – profetizou.