GazetaEsportiva
Tiago Salazar
Daniel Alves não disputava uma partida do Campeonato Brasileiro desde 2002, quando ainda defendia as cores do Bahia. Foram 16 anos de ausência. Nesse domingo, a estreia com a camisa do São Paulo no Morumbi lotado, com direito a gol da vitória, mexeu com o jogador de 36 anos e multicampeão.
“Fiquei nervoso, sim. Dá um friozinho na barriga, porque expectativa dos torcedores é muito grande em mim. E eu vou procurar devolver com forma de trabalho, tentar ajudar, como sempre fiz. Mas evidente que voltar ao Brasil, sentir esse calor humano aqui é sempre como se fosse a primeira vez. Estou muito feliz”, comentou, em concorrida entrevista na zona mista do estádio são-paulino.
“Sensação única, de satisfação, agradável, nem nos meus melhores sonhos eu tinha imaginado esse dia, mas ele chegou e eu pude desfrutar bastante com meus companheiros para conseguir a vitória. Mas, não podemos nos conformar com isso. Quanto mais você vence, mais você aumenta a expectativa e a gente vai trabalhar para devolver isso em forma de vitórias e boas apresentações”.
Se nenhum jogador de futebol do planeta já foi tantas vezes campeão quanto o novo camisa 10 do São Paulo, o clube paulista vive um jejum desde 2012. A seca incomoda e Daniel Alves é a grande esperança a partir de agora para que esse jejum seja encerrado. Questionado, o veterano evitou promessas.
“Eu sempre estou pronto para os desafios. Não sou político. Não posso prometer nada que eu não vou cumprir. Prometo só o que eu posso cumprir. E o que eu posso cumprir é minha entrega no dia a dia. Tem uma estrela diferente, porque sair da roça e conseguir tudo que eu consegui é porque tem algo diferente nisso. Vou polir essa estrela dia a dia para que ela continue brilhando. O que eu posso dizer é que eu vim para o São Paulo não para encerrar minha carreira. Eu vim para lutar, para construir uma história aqui, e como em todos os lugares uma história de conquistas”, avisou, sem esquecer de toda experiência e maturidade como líder de elenco.“Eu acredito que temos de ser muitos calmos, não pode colocar uma expectativa muito no alto porque pode gerar decepções depois. A ideia é construir coisas sólidas, ter regularidade, ter pés no chão, seguir batalhando, seguir tentando conseguir os resultados. Campeonato Brasileiro é muito equilibrado. Estamos aqui para batalhar, não podemos desviar esse foco, dar importância para cada jogo”, concluiu.