UOL
Arthur Sandes
Luan começa a emplacar sua terceira sequência como titular do São Paulo em 2019. Após perder vaga de titular por lesão e em seguida ser ofuscado pela chegada de reforços, o volante de 20 anos agora trabalha para ter a confiança do técnico Fernando Diniz. Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, ele promete se adaptar rápido ao novo cenário, cobra nova sequência de vitórias e mira a seleção brasileira. “Apesar do pouco tempo de trabalho, a primeira impressão [de Fernando Diniz] foi a melhor possível”, diz o volante tricolor, que junto ao elenco começa a conhecer os métodos de trabalho do novo técnico. “Ele parece ser um cara bem intenso, que trabalha muito e que dá moral para todos os jogadores. O pessoal que trabalhou com ele em outros clubes já tinha avisado que era um cara muito bom”, afirma.
Luan é o meio-campista do São Paulo com maior porcentagem de passes certos neste Brasileirão (94,2%) – melhores do que ele só um trio de zagueiros e Tiago Volpi, que naturalmente completam passes mais curtos (portanto fáceis). Sendo a troca de passes a base fundamental do estilo de jogo do recém-chegado Fernando Diniz, a tendência é que o volante ganhe espaço e destaque com o novo técnico. Nos dois treinos abertos que Diniz comandou no São Paulo, Luan teve papel fundamental na saída de bola: recuou para a mesma linha de zagueiros para abrir espaço no meio, e dali tinha que achar Hernanes ou Daniel Alves para que a dupla clareasse os ataques.
“A saída de bola é algo natural”, diz o volante. “Desde a base a gente sempre treina muito fundamento, passe e saída de bola. É mais questão de se adaptar ao esquema de jogo, entender como ele [Diniz] pretende que a equipe saia tocando desde o campo de defesa e faça essa transição”, explica Luan. Não deixa de ser uma mudança de função. Há pouco tempo, a tarefa principal do volante era dar segurança na frente da zaga; “deixar o pessoal da frente tranquilo para jogar”, em suas próprias palavras. Agora deve ter a bola tanto quanto um camisa 10, e com a responsabilidade de manter erro mínimo pelo espaço de campo em que joga.
Luan foi titular nos últimos três jogos e assim ensaia emplacar nova sequência no São Paulo – ele já fez 11 partidas seguidas; depois sete. O volante faz apenas sua segunda temporada como profissional e soma 27 jogos como titular (e 52 no total). O jogador subiu ao profissional após a Copa São Paulo de Juniores do ano passado, na qual jogou com outras várias promessas que subiram da base: Walce, Liziero, Gabriel Sara, Igor Gomes, Toró e Helinho. Ao todo, Luan acumula 24 vitórias, 20 empates e oito derrotas no elenco principal, mas há um feito escondido nestes números: o volante sofreu uma única derrota nos 19 jogos do Brasileirão que disputou (há uma semana, 1 a 0 para o Goiás).
Confira abaixo outras respostas de Luan: Parceria com Diego Souza “O Diego Souza foi um cara que me ajudou bastante no São Paulo, na minha transição. É um cara que vou ser sempre grato, para o resto da minha vida, porque a transição é o mais difícil para o jogador que sobe da base. Os primeiros momentos no profissional, a chegada, saber como os jogadores vão acolher… E ele me ajudou muito, conversava comigo, me passava tranquilidade. No meu primeiro jogo como titular, ele também conversou bastante comigo. E tenho um sentimento de gratidão com ele, pelas conversas que teve comigo.”
Aprendizado com os mais velhos “Juanfran e Daniel Alves são grandes jogadores, de nível mundial. Com a chegada deles, tento aprender o máximo. Sempre tento chegar próximo deles, assistir o que eles fazem de certo e errado e escutar as dicas. Assim como era com os outros também: Pato e Hernanes.” “Fora das câmeras eles [Dani Alves e Juanfran] são pessoas bem diferentes, descontraídas. Eles contam as histórias deles, as experiências que viveram fora do Brasil. Como sempre falo, quero absorver o máximo. Eu estou começando a minha carreira, e eles estão consagrados, já fizeram o nome deles. Eu ainda estou, passo a passo, querendo criar o meu. Sobre o trote, eles só tiveram que se apresentar; não tiveram que subir em cadeira, nada. O pessoal respeitou. Eu mesmo falei: eu não vou fazer isso.” Retomada do São Paulo no Brasileirão “Não é porque vivemos um momento ruim que devemos esquecer a sequência de vitórias que tivemos. Não são três ou quatro jogos sem vencer que fazem tudo estar errado. Temos que manter a linha de trabalho, buscando melhorar a cada treino, porque as coisas vão voltar a acontecer. Nosso grupo é muito bom, muito forte, mas estamos nos cobrando. Tenho certeza que podemos voltar a ter uma sequência de vitórias de novo.”
Objetivos na carreira “Desde que eu subi ao profissional, a longo prazo penso em conseguir conquistar um título com essa camisa. É meu sonho. Estou há quase dez anos no São Paulo, e tenho o sonho de conquistar um título para devolver tudo o que o clube fez por mim desde as categorias de base. Outra meta que tenho neste momento é estar na seleção olímpica. Há pouco tempo estive na seleção sub-20, e tenho trabalhado forte para ajudar o São Paulo e consequentemente estar na seleção.”