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“Sim, a gente teve esse cuidado. E foi tudo bem aceito e compreendido. Até porque fomos claros em colocar que não vai ser só o clube que vai pagar”, afirma diretor de futebol ao “Valor Investe”.
O diretor executivo de futebol do São Paulo Raí disse ter conversado com os jogadores sobre a parte financeira do clube antes de contratar Daniel Alves, em entrevista ao site “Valor Investe”.
– Sim, a gente teve esse cuidado [de conversar com os jogadores sobre a saúde financeira do clube]. E foi tudo bem aceito e compreendido. Até porque fomos claros em colocar que não vai ser só o clube que vai pagar. Antes de fechar e depois que fechou, fiz questão de passar para o time que isso não ia mudar em nada a situação deles – disse Raí.
O valor que corresponde somente aos salários pagos pelo São Paulo a Daniel Alves é de aproximadamente R$ 500 mil. A partir do final de abril de 2020 o clube começará a pagar pela imagem do lateral, em parcelas semestrais de valor não revelado que poderão ter a ajuda de parceiros.
Leco, Daniel Alves e Raí no São Paulo: diretor de futebol conversou com elenco sobre parte financeira — Foto: Marcos Ribolli
No total, entre salários, luvas, bônus e acordo pelos direitos de imagem, o São Paulo pagará em média cerca de R$ 1,5 milhão por mês a Daniel Alves. Mas o clube não considera esse valor como definitivo porque, caso consiga parceiros, o número cai.
Raí também comentou sobre a contratação de Fernando Diniz para o lugar de Cuca. O técnico foi um nome pedido pelos líderes do elenco, como Daniel Alves, Pablo, Hernanes e Tiago Volpi.
– Não acompanhei tudo que saiu, mas no futebol tudo é exagero. O Cuca resolveu sair em um momento inesperado, tivemos pouco tempo para responder. Ouvimos os jogadores, e foi muito saudável, mas se viesse deles outro nome com o qual a gente não concordasse, não ia rolar. Teve uma convergência. E isso é bom, me deixa ainda mais otimista na crença do trabalho do Diniz – afirmou Raí.
Daniel Alves, Hernanes e Fernando Diniz conversam no São Paulo — Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net
Na mesma entrevista, o dirigente e ídolo do São Paulo respondeu sobre o jejum de quase sete anos sem títulos.
– Quando eu cheguei, o São Paulo tinha sido campeão em 1986, na fase do Careca e do Pita. Não tinha um jejum tão grande. Em 1989, ganhamos o Campeonato Paulista, meu primeiro. Depois, em 1990, veio o vice-campeonato brasileiro. E depois a grande fase. Então, agora tem um peso, sim.
– Ah, isso é o nosso presente, né? Não tem como evitar [pensar nisso]. Eu até não penso muito, mas o assunto sempre vem. É o bode na sala. Aquela coisa: você pode até melhorar, mas não importa, tem que ganhar.
Raí também afirmou que jogadores como Hernanes, Pablo, Daniel Alves, Juanfran, Volpi e Bruno Alves dão ao elenco um perfil de liderança.
– É uma espinha dorsal. Por mais que tenhamos dificuldades, são pessoas que seguram e vão dar resultado.